sábado, junho 30, 2018
quinta-feira, junho 28, 2018
A RESIDÊNCIA HABITUAL DO DEPUTADO
Houve em tempos uma grande
celeuma acerca do abuso no recebimento de subsídios, por parte de deputados, e
a pedido de Ferro Rodrigues a auditoria jurídica da Assembleia da República
pronunciou-se hoje, sobre qual é a morada relevante, se a fiscal ou a não
fiscal.
Como convém nestas coisas, o parecer tem 22 páginas, com uma conclusão clara: a residência habitual do deputado
(e não a fiscal) é que deve ser comunicada aos serviços para efeitos de cálculo
de subsídio, e quando houver duas, a escolha da morada a indicar é do
parlamentar.
É também interessante registar
que a fiscalização da veracidade da declaração não cabe aos serviços
parlamentares, e o deputado deve informar sempre que alterar a sua residência
habitual.
Registe-se a singularidade de
haver (para os deputados) uma completa ausência de fiscalização na atribuição
de subsídios, que acresce a outra, a de decidirem em causa própria.
Sempre pensei que, numa
Democracia, os eleitos faziam questão de ser um BOM exemplo, mas enganei-me!
terça-feira, junho 26, 2018
DESCENTRALIZAÇÃO UMA PINÓIA
A população portuguesa tem, nas
últimas décadas, deixado o interior para se fixar no litoral, originando assim
um grave problema nacional que é a desertificação humana de boa parte do país.
Existem razões para este
movimento populacional, começando pelas oportunidades de emprego, o que é mais
do que óbvio em Portugal.
Como o problema se está a
transformar num “enorme problema”, os políticos começaram a utilizar o tema
como arma de arremesso e como trunfo em várias ocasiões.
Rui Moreira foi apenas mais um
dos políticos que, de um modo patético, pretendeu convencer-nos que a mudança
do Infarmed de Lisboa para o Porto, seria benéfica para o instituto público.
Não há político que não goste de
se basear num relatório, que convenientemente encomenda e paga, como aconteceu
com o autarca do Porto.
As afirmações de Rui Moreira
foram, no mínimo ridículas, especialmente quando se referiu aos funcionários
do Infarmed, o que lhe fica muito mal.
O verdadeiro interior de Portugal
não apoia Rui Moreira, nem tão pouco quem decidiu a mudança do Infarmed, porque
descentralização não é nada disso. Lisboa e Porto são pólos centralizadores, e
as duas regiões estão no litoral, que terá a esmagadora maioria das empresas e
dos serviços públicos.
Descentralização é algo a que o
Estado central terá mais dificuldade em satisfazer, porque muitos dos serviços
que eram públicos, foram privatizados, e mesmo os que ainda estão na esfera
pública, como as repartições de finanças, as conservatórias, os serviços saúde,
os tribunais, e até as escolas, estão a fechar por critérios económicos, que
inviabilizam a retenção de populações.
Qualquer dia teremos o interior
transformado em florestas e matos, onde os javalis e os lobos, entre outros
animais, reinarão, e provavelmente Portugal será transformado em coutada de
caça selvagem, com corpos de bombeiros privados e empresas de safaris com áreas
delimitadas.
domingo, junho 24, 2018
O EMPAREDADO DE MAFRA
“Numa certa noite de 1759, o Almoxarife do Paço Real
dirigiu-se a Mafra com dois operários de sua confiança (habituados já a
trabalhar no convento) depois de prestarem juramento que nada divulgassem do
que iriam ver e fazer.
Ao carpinteiro, foi dada a incumbência de executar, um caixão
com as dimensões indispensáveis para recolher um corpo humano.
Ao pedreiro, coube o trabalho de abrir numa das paredes do
corredor das aulas a cavidade necessária, para receber na posição vertical o
tosco caixão.
Já noite avançada, alguém abriu as portas do convento para
dar passagem a uma caleça. Do interior desta, saíram 2 homens mascarados,
transportando um comprido saco, dentro, dentro do qual se encontrava “gemendo
aflitivamente” um ser humano.
O saco foi colocado no caixão, o carpinteiro fechou-o e
colocou-o na parede ficando o ser humano emparedado.
Anos depois, já morto o Marquês de Pombal, o pedreiro sentiu
chegar os seus últimos momentos e pediu a um padre para que fossem ouvidas as
suas declarações.
Por intermédio da confissão, que foi pública, se tomou
conhecimento do que se passara no convento de Mafra.
Os religiosos franciscanos retiraram o esqueleto da parede
(que se julga ser duma mulher) e enterraram-no no cemitério dos frades.”
Texto antigo do Palácio de Mafra, fornecido por um amigo
Sala dos Actos
sexta-feira, junho 22, 2018
MUSEU DAS DESCOBERTAS AINDA MEXE
Já manifestei a minha opinião
sobre a polémica em torno da escolha deste nome para um possível/futuro museu,
afirmando que o maior problema, para mim, é desconhecer o espólio do mesmo e a
mensagem que se pretende transmitir, e não o nome, porque aí só existe a
diferença entre o real significado das palavras “Descobertas” ou “Descobrimentos”
e a interpretação de alguns, com a qual não concordo.
Agora surgiu no Público uma carta
com vários subscritores, que parecem ter em comum o facto de serem afrodescendentes, e que se insurgem contra este museu.
Não tenho nada contra a opinião
dos outros, só porque discordo deles, mas acho que não vinha a propósito a cor
da pele, mencionada na carta, nem achei legítimas afirmações como a de estarem
por isso “excluídos do corpo nacional”, por esse motivo, quando são livres
(como se viu) de expressar as suas opiniões. Também não percebi a frase “não
aceitamos um Museu construído sobre os ombros do silenciamento da nossa História…”,
pois fiquei sem perceber se estão a expressar-se enquanto portugueses ou
enquanto estrangeiros.
Quanto à exigência dum Museu do
Colonialismo, da Escravatura ou da Resistência Negra, acho que é uma exigência
estranha, já que o Museu das Descobertas, a existir, deverá abarcar o tema e as
suas consequências, agradáveis e menos agradáveis, sempre de acordo com fontes
históricas, pois só assim o concebo.
Imagem do Público 22/06/2018
quarta-feira, junho 20, 2018
OS CARRILHÕES DE MAFRA
Começaram ontem as obras de
reabilitação dos carrilhões do Palácio Nacional de Mafra, ainda com pouca
visibilidade mas perceptível para quem circula nas imediações, pois já se
assiste à descarga de andaimes e outro material necessário para a empreitada.
Penso que os trabalhos sejam
bastante complexos e que, por medida de segurança, o palácio (ou parte dele)
tenha que ser encerrado durante alguns momentos em que as operações sejam mais
delicadas. Vamos ver como decorrem os trabalhos e esperar por notícias mais
concretas sobre o assunto.
Esperamos que outras obras se
sigam a curto prazo como sejam a da recuperação dos órgãos da Basílica, que
parece terem sido assumidas pela Câmara de Mafra, do elevador, da nova
sinalética e das novas tabelas das salas, que serão da responsabilidade da
DGPC, bem como o acesso à Basílica a pessoas de mobilidade reduzida, que já
devia ter sido implementada com recurso a programas comunitários. Os áudio-guias
até são fáceis de conseguir em parceria com privados que os alugam, assim haja
conteúdos para serem usados, e não falo de aplicações para telemóveis e
tablets, que com a colaboração de fornecedores de redes móveis e internet
também seriam uma mais-valia para a divulgação desta pérola do nosso Património.
segunda-feira, junho 18, 2018
O TRABALHO E A FAMÍLIA
Os discursos e as promessas são,
por parte de muitos políticos, uma forma de tentar convencer os cidadãos das
suas intenções, ou para apenas fingir que têm reais preocupações com o seu
bem-estar.
António Costa veio desafiar os parceiros
(sociais) para “grande acordo” que permita conciliar trabalho e família, no dia
em que o acordo para a revisão da legislação laboral foi formalizado entre
patrões e, claro, a UGT.
O 1º ministro desconhece, ou
finge desconhecer, que há profissionais de diversas actividades, mesmo na
função pública, em que os funcionários praticam horários em que é praticamente
impossível conciliar o trabalho com a família, como por exemplo nos museus,
onde o pessoal de vigilância, lojas e bilheteiras, só consegue passar dois dias
por mês com os familiares.
Costa tem um discurso com o qual
é fácil concordar-se, mas a prática do seu governo desmente claramente as sua
palavras. Que tal começar por dar o exemplo na própria casa, senhor 1º
ministro?
sábado, junho 16, 2018
OS HUMANOS E OS OUTROS ANIMAIS
Quase todos gostamos de animais,
alguns têm mesmo animais em suas casas, e tudo estaria muito bem se não
existissem umas quantas situações que complicam a nossa relação com alguns
animais.
Notícias como a da existência de
duas grandes matilhas de cães vadios em dois locais diferentes do Concelho de
Sintra, que já atacaram pessoas, deixam-nos incomodados. Quando se falam em
soluções a mais ouvida, da boca dos protecionistas é a da captura e
esterilização das fêmeas, o que resolve o problema a longo prazo (dizem) mas
que não descansa os residentes nas áreas, porque nem o cativeiro é equacionado.
Retive umas afirmações da
Provedora dos animais que me deixaram estupefacto, pois quando questionada
sobre a existência frequente de cães à solta nos jardins (o que não é
permitido) apenas diz que “é uma questão cultural” e que atira ainda para o ar
que “era importante que quando levam um animal para casa as pessoas tivessem
alguma formação, uma carta dos seus direitos e deveres”, o que parece muito
bem, mas a quem compete fazer essa formação, pode dizer-nos?
Fiquei também a saber que a
senhora Provedora não gosta particularmente das gaivotas, enquanto nutre uma
simpatia evidente pelos pombos. Afirmações como “ por mim, o abate de pombos
terminava agora”, e “qualquer morte de um animal (referia-se a pombos) só
porque é conveniente não é ética” deixam bem clara a sua opinião.
Falando da questão cultural, e
falo agora de Lisboa, todos sabemos que é proibido alimentar os pombos, mas nos
poucos locais onde isso está anunciado, não se informam quais são as coimas, e
não há quem fiscalize o cumprimento de tal norma. A senhora provedora podia
fazer bem mais.
Quem se preocupa com os animais e
está no poder, e há muita gente com esse tipo de preocupações, porque não
publicita melhor os direitos e os deveres dos proprietários dos animais, e das
populações em geral, no que toca à interacção com os animais?
Outra coisa que me deixa confuso
é que não se fale dos ratos, das cobras, das tartarugas, das iguanas, dos
papagaios, dos canários, e de muitos outros animais, aves e peixes que alguns
de nós temos em nossas casas. Tanta legislação acaba por ser confusa, quando
bastava um pouco de bom senso, para haver humanidade no tratamento dos animais,
e firmeza no combate de pestes e de comportamentos de risco envolvendo pessoas
e animais, porque no fundo, quem prevarica somos nós, os ditos humanos.
Etiquetas:
Animais,
Civilidade,
Desumanos,
Humanos,
Pragas
quinta-feira, junho 14, 2018
terça-feira, junho 12, 2018
domingo, junho 10, 2018
sexta-feira, junho 08, 2018
DESCUBRA AS DIFERENÇAS
Já me aconteceu receber umas quantas mensagens privadas bastante desagradáveis, quando critico alguns dos nossos políticos. Por vezes sou acusado de preconceito, de partidarite ou até de ignorância, contudo não vejo discutirem os factos que relato, o que já não é mau.
Infelizmente os políticos saem bem caro aos contribuintes portugueses, e o argumento que é usado para tentar desacreditar esta afirmação, dizendo-se que para ter bons políticos é preciso pagar-lhes muito bem, não me convence de maneira nenhuma.
Os políticos costumam esquecer que a actividade política é um serviço público, e isso é o pecado capital de boa parte dos políticos nacionais.
Os vídeos que aqui coloco são apenas alguns exemplos do que se pode constatar em alguns países com democracias mais avançadas, onde a qualidade de vida é melhor, e onde as desigualdades são menores.
quarta-feira, junho 06, 2018
DOIS MUSEUS DOS COCHES
Por razões que nos ultrapassam
temos dois museus dos coches, o antigo a que agora chamam Picadeiro Real (mas
que continua sinalizado como Museu dos Coches), e o Museu dos Coches oficial,
que está situado no novo edifício, por acaso quase em frente ao antigo, o que para o turista é uma imensa confusão.
Sei que o antigo edifício tem
muito mais charme, e que os coches se enquadravam melhor naquelas instalações,
apesar da sua exiguidade tendo em conta a soberba colecção de viaturas que
temos, mas depois dos milhões gastos na construção do novo edifício, será que
faz sentido manter as duas instalações com coches em exposição?
Já constou por diversas vezes que
o antigo edifício ia ser recuperado e que se lhe daria nova utilidade, contudo “quase”
tudo ficou na mesma.
Sublinhei o “quase” porque parece
que o Picadeiro Real passou a ter uma nova utilidade ( e daí não vem nenhum mal
ao mundo), pois está transformado numa sala de recepções da Presidência da
República, entre outras utilizações de eventos.
O que mais me intriga é a razão
de não se ter ainda recuperado o edifício, que é magnífico, e não se lhe tenha
dado um destino definido, adequado à sua importância patrimonial.
segunda-feira, junho 04, 2018
PROFISSIONAIS DE ACTIVIDADE TURÍSTICA
Durante muitos anos só os guias
oficiais é que podiam fazer visitas guiadas dentro dos nossos museus, palácios
e monumentos, o que garantia uma qualidade de trabalho, e de divulgação do
nosso Património e da nossa História, que era suportado pelas nossas instituições
de ensino que formavam estes trabalhadores. Noutros países europeus as coisas eram muito
semelhantes e os guias piratas (não credenciados) eram punidos exemplarmente,
ao contrário do que acontecia por cá.
Há alguns anos a legislação
mudou, e agora vivemos uma realidade que está muito próxima da anarquia
completa.
Temos constatado que vários
serviços dependentes da DGPC, afirmam desconhecer quem pode ser considerado
agente de animação turística, e muito menos conhece o que é o registo no RNAAT,
cujo comprovante devia ser exigido quando esses agentes reclamam o seu bilhete
nas bilheteiras.
É muito frequente verem-se
condutores de tuck tuck, taxistas, e outros “guias improvisados” a conduzir
grupos de pessoas no interior de serviços da DGPC, a que acederam com bilhetes grátis, e dizendo barbaridades que envergonham quem os ouve e conhece os museus
ou monumentos em causa.
O resultado desta verdadeira
anarquia, que é originada pela falta de comunicação e formação do pessoal, é
péssimo para o turismo e afecta a qualidade dos serviços prestados que todos
desejamos seja boa.
A informação correcta e a formação do pessoal de bilheteira é relativamente fácil e rápida de fazer, e a credenciação destes agentes também é fácil de verificar, basta que haja vontade, a bem do nosso turismo e da Cultura.
Subscrever:
Mensagens (Atom)