terça-feira, dezembro 29, 2020

BALANÇO DE 2020

 

Está prestes a terminar o ano de 2020, que para mim não terá sido dos melhores, nem tão pouco dos piores da minha vida.

A saúde teve altos e baixos, pois vinha de recuperar duma operação a uma hérnia do hiato, e logo tive que me preparar para ser operado a uma hérnia umbilical. A operação esteve marcada e os exames foram todos feitos (até o da Covid), mas quando já estava a soro e preparado para a faca, chegou a ordem de suspender a intervenção por terem uma situação demorada em mãos e não haver tempo para me operar. Cerca de 15 dias depois fui chamado à pressa, fiz novo teste à Covid e fui, finalmente, operado e com sucesso, voltando logo de seguida a casa para uma recuperação de 4 semanas.

Na frente laboral as coisas também não foram famosas. Quando estava prestes a regressar ao activo fui informado que só o podia fazer usando a máscara durante as 7 horas de serviço, mesmo sabendo-se que eu tenho, entre outros, problemas respiratórios. Podiam ter-me designado para funções onde isso não fosse obrigatório, mas essa hipótese nem esteve sobre a mesa. A médica de família passo-me a declaração respectiva, e eu encarei a hipótese de voltar ao activo, mas tive umas complicações de saúde e, inesperadamente recebo a notícia de que estava aposentado, dois meses e meio depois de o ter solicitado,

Passei à aposentação mais cedo do que esperava, mas confesso que isso veio na hora certa. Trabalhei mais de 45 anos, desenvolvi as mais variadas profissões, por necessidade nalguns casos, mas sempre com muito empenho. Nos últimos trinta e tal anos trabalhei na área do Património, uma actividade a que me entreguei de corpo e alma, mas nos últimos anos senti que já não valia a pena tentar batalhar por melhorias, porque havia quem não estivesse disposto a sair do marasmo em que alguns serviços se encontram.

Outros desafios se abrem agora para mim. Comecei por colocar as minhas leituras em dia. Pude começar a ver os meus arquivos anárquicos, que posso agora pensar em organizar.

O Natal foi o possível, sem os meus filhos e netos por perto, coisas da Covid, e a passagem de ano também será igual, só com os da casa, mas espero que o 2021 seja melhor do que o anterior, com saúde e dinheiro para os gastos.   

Texto de Luís Conceição  

sábado, dezembro 19, 2020

CARICATURAS


Florian Doru Crihana, Roménia

                                            Victor Bogorad, Rússia

 

quinta-feira, dezembro 17, 2020

OUTROS ESPAÇOS DO PALÁCIO DE MAFRA

Sabe-se que nunca estão abertas ao público todas as salas dos monumentos ou palácios, umas vezes por se tratarem de salas ocupadas pelos serviços de apoio e direcção, outras por serem utilizadas para outros fins também necessários ao monumento/palácio.

Há casos que não se enquadram dentro do que foi dito anteriormente, por exemplo porque dentro das mesmas instalações se encontram locais de culto (que também têm espaços de apoio), ou mesmo porque lá se encontram instaladas outras entidades públicas (situação que tem diminuido ao longo dos anos).

O que é estranho é que entre os espaços ocupados por outras entidades se encontrem salas cuja monumentalidade não é assim devidamente aproveitada e usufruida pelo público em geral.

As fotografias que se vêem mais abaixo são de salas do Palácio Nacional de Mafra que não fazem parte do circuito de visitas. Existem outras igualmente maravilhosas neste mesmo edifício que também não estão acessíveis ao público, e é pena porque são magníficas.

 

Casa do Capítulo

Capela dos Sete Altares (?)

                                                 Real Escola de Mafra

 

domingo, dezembro 13, 2020

DECISÕES NATALÍCIAS

A situação actual obriga-nos a tomar decisões sobre as festividades, nesta época que é de festa da família, e cabe a cada um decidir o que acha mais adequado tendo em conta o que se sabe.

Cá por casa a difícil decisão foi tomada e a noite, bem como o dia de Natal vão ser passados sem a presença de filhos e netos, por muito que isso me custe, mas a prudência aconselha-nos a evitar contactos que possam colocar a nossa saúde em causa.

As decisões são da responsabilidade de cada um, e felizmente os meus filhos entenderam e apoiaram a minha decisão, o que muito me agradou.

Cada um é livre de tomar as suas decisões, tendo sempre em conta que as consequências atingirão todos nós.


 

sexta-feira, dezembro 11, 2020

FRAQUEZAS OU MEDALHAS?

 O Governo tem dado sinais de não conseguir consensualizar o discurso dos seus membros, e de não deixar passar a imagem de opiniões contraditórias sobre assuntos importantes.
 
A diferença de opiniões não é um problema maior, contudo certas declarações públicas de auto elogio dos próprios quando postos em causa pelas diferenças de opinião mostram fraqueza de posições...
 
O primeiro sinal de ignorância é presumirmos que sabemos. 
 
Baltasar Gracián y Morales


 

quarta-feira, dezembro 02, 2020

O VÍRUS E O CONTEXTO FAMILIAR

Depois de ter sido dito e repetido inúmeras vezes que os casos mais comuns de transmissão do vírus tinha lugar no contexto familiar, foram muitos os que se indignaram e disseram que isso não tinha nenhum suporte factual.

Os contactos no exterior, no trabalho,na escola, nos transportes públicos, e no decorrer da vida normal das pessoas, é que conduz às infecções que DEPOIS provoca a contaminação dos agregados familiares e nos lares de idosos.

A doutora Graça Freitas talvez o perceba agora, depois de ter apanhado o vírus...




 

BANCO DA BEIRA - MOÇAMBIQUE

Fundado por escritura de 16 de junho de 1919, o Banco da Beira estabeleceu a sua sede social em Lisboa, inicialmente na Rua Ivens, tendo sido posteriormente transferida para a Rua da Vitória. O Banco da Beira, constituído como sociedade anónima de responsabilidade limitada, tinha o capital social autorizado de 4.500 contos. Os estatutos foram aprovados pelo Decreto de 02 de junho de 1919 e determinavam como objeto da instituição o exercício da indústria bancária dentro e fora do território sob a administração da Companhia de Moçambique, tendo em especial atenção o auxilio ao desenvolvimento da região de Moçambique.

No capital social do banco entrava o Banco Nacional Ultramarino, entidade que auxiliou a instalação da instituição na cidade da Beira, a Companhia de Moçambique, Hermogeneo António Calvo da Silva, João Emílio Raposo de Magalhães, Alexandre da Cunha Rolla Pereira, Luís Pereira Rebelo, Artur de Menezes Correia de Sá, Francisco Meira, Paulo Pizarro de Carvalho e Mello, Francisco Pinto Castelo Branco e Manuel Caroça.

Embora a sede social estivesse instalada em Lisboa, o estabelecimento principal estava situado na cidade da Beira, onde o banco tinha aberto uma delegação em 01 de outubro de 1919. É relevante a criação deste banco junto dos acionistas principais, pois o Banco da Beira passará a ser o único banqueiro da Companhia de Moçambique e o representante (único) do Banco Nacional Ultramarino no território sob a administração da Companhia de Moçambique. Chegou, pontualmente, a emitir notas e cédulas para circularem nos territórios sob a alçada dessa Companhia.

No decorrer da sua existência, o objeto primordial da sua criação concretizava-se: a maior parte das operações bancárias eram realizadas em Moçambique, por conta da filial da Beira, mas também através das agências que abriu no território de Manica e Sofala, limitando-se a sede, em Lisboa, a tratar de assuntos administrativos e a pequenas operações de reduzida importância.

O auxílio dos dois principais acionistas (Banco Nacional Ultramarino e Companhia de Moçambique) foi primordial para a implementação do banco no território moçambicano; os primeiros anos foram bastante complicados face à concorrência da banca inglesa, aí existente, à situação cambial e à crise comercial qua grassava à época.

Com a publicação do Decreto nº 10474, de 17 de janeiro de 1925 e do Decreto nº 10634, de 20 de março de 1925 procura-se enquadrar e regularizar a atividade bancária nacional. Contudo, a especificidade do Banco da Beira não é atendida e as dificuldades já antes surgidas irão aumentar; o regime de excecionalidade da instituição e o desejo, por parte dos seus responsáveis, de poderem realizar operações como qualquer outro banco, inclusive na sede, em Lisboa, não ficava esclarecido, pois tratava-se de um banco emissor das colónias, onde a moeda emitida e circulante era a Libra, e que necessitava de autorização para a realização de operações cambiais, estando impossibilitado de converter a sua própria moeda sem autorizações prévias da metrópole.

Uma vez que a situação nunca foi definida e o seu regime de exceção nunca foi esclarecido, a Assembleia Geral de 22 de outubro de 1929 votou a liquidação do Banco, tendo o ativo e passivo sido transferidos para a Companhia de Moçambique e para o Banco Nacional Ultramarino, únicos acionistas e principais credores. Para levar a efeito a liquidação do banco, foi celebrado o acordo, em 29 de outubro.

Como resultado da liquidação da instituição, o Decreto nº 17669, de 26 de novembro de 1929, determina que a faculdade da emissão de notas no território moçambicano, que antes tinha sido da competência do Banco da Beira, passasse para a Companhia de Moçambique, com a obrigação de, no prazo de seis meses, conseguir o regresso da convertibilidade da circulação fiduciária. Para dar resposta a esta nova situação, surge a Caixa de Emissão, instituição da Companhia de Moçambique, com organização autónoma e que abriu ao público em 26 de maio de 1930. 

Artigo do Arquivo Histórico do Banco de Portugal 

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