quarta-feira, junho 30, 2021

O OPTIMISMO IRRITANTE

Hoje os números da Covid atingiram uma grandeza que já não se via desde o passado mês de Fevereiro, com quase 2.400 infectados nas últimas 24 horas, e com um aumento de internados e da corridas às urgências hospitalares.

Sabemos que estamos perante uma nova estirpe do vírus, mas também sabemos que no futuro mais próximo (pelo menos dois anos), as novas estirpes vão ser uma constante, apesar da vacinação nos países mais ricos.
 
O Presidente cometeu uma gafe quando disse que com ele o estado de emergência não mais seria decretado, e depois ficou sem recuo, mesmo quando o Governo tomou medidas claramente inconstitucionais, sobre as quais nem se pronunciou. Agora Marcelo subiu a parada com o discurso de cautela com os alarmismos, centrando-se apenas nas poucas mortes e omitindo os efeitos que já se começam a sentir mesmo depois de ultrapassada a infecção por este vírus.
 
Recordam-se dele dizer que o 1º ministro era um optimista irritante; agora parece que isso era transmissível... 


 

sexta-feira, junho 25, 2021

A MINISTRA IRRELEVANTE

A ministra da Cultura, Graça Fonseca, demitiu com efeitos imediatos o director-geral do Património Cultural, Bernardo Alabaça, por considerar que a DGPC está "inoperacional".
 
Não sei onde tem estado a senhora ministra durante este tempo todo, porque a DGPC já está paralisada há muito tempo, sobretudo por falta de meios para sair da decadência e do marasmo que se tem prolongado pelas últimas décadas.
 
Uma ministra sem peso político, como Graça Fonseca, não consegue com que o todo poderoso ministro das Finanças abra os cordões à bolsa para se garantir sequer a manutenção dos edifícios e o pessoal que garanta um funcionamento minimamente aceitável dos serviços dependentes da DGPC. 
 
Casa onde não há pão...
 
Mais uma vez se percebe que os problemas deste Governo se resolvem com as demissões de pessoal inferior, porque os ministros se consideram a última bolachinha do pacote.

 


quinta-feira, junho 24, 2021

POLÍTICOS À NORA

A situação sanitária está a piorar a cada dia que passa, as medidas que vão sendo anunciadas não passam de simples pensos colocados sobre as feridas, a coerência delas está a ser contestada pela população e pelos peritos em saúde, mas os políticos não param de dar sinais contraditórios, parecendo que nem sequer entre eles se entendem.

Lisboa confina tarde e pouco, continuamos a ter fronteiras sem controlo nenhum, as situações de abuso evidente são enfrentadas com medidas de sensibilização, e tudo por causa da economia assim obriga, porque as leis não são adequadas à situação e o Presidente, falando antes do tempo, veio dizer que com ele não haverá novo estado de emergência.

No meio desta trapalhada toda veio o Presidente da Assembleia da República apelar aos portugueses que se desloquem a Sevilha (cidade em alerta vermelho) para apoiar a selecção de futebol, a ministra Mariana Vieira da Silva assumiu que “Portugal se encontra claramente na zona vermelha da matriz de risco”, e Marcelo diz que não se deve “alarmar nem radicalizar” mas sim “chamar a atenção” e “procurar um equilíbrio”.

Hoje ficámos também a saber que podemos sai da Área Metropolitana de Lisboa com a vacinação completa ou com um teste negativo para pessoas com mais de 12 anos, medida altamente discriminatória para as famílias e para todos os que não podem pagar os testes que não são grátis na maioria dos concelhos abrangidos.

Onde tem o Governo a cabeça?

Frases como estas de Marcelo só mostram bem que não pensam antes de falar:

"Eu acho que aquilo foi a expressão de uma ideia que nós percebemos que é os que puderem ir que vão para termos um apelo significativo à selecção, mas está implícito que respeitem as regras e que só vão aqueles que possam ir, foi assim que eu li".

"Eu próprio que tinha dito ontem que gostava muito ir, pensei para comigo mesmo que eu só vou se o morador em Lisboa comum puder ir, se não puder ir, não vou".


 

terça-feira, junho 22, 2021

COMPORTAMENTOS ERRÁTICOS

Portugal tem tido um comportamento errático durante esta pandemia, passando de bom a mau exemplo já por duas vezes, e exactamente pelo mesmo motivo, o facilitismo.

O Governo tem actuado sempre tarde e sem convicção. As leis não estão adequadas a situações deste tipo mas ninguém mexe uma palha, preferindo-se atirar acusações uns aos outros, vendo quem consegue capitalizar mais com tudo isto.

O discurso até parece ser certo quando nos dizem que estão preparados para avançar ou recuar quando se mostrar necessário, mas depois ponderam-se primeiro os efeitos na economia, a opinião do público, muitas vezes confundido com demasiada informação (alguma boa mas muita péssima), e só se tomam decisões muito tardiamente.

O futebol abriu precedentes tão perigosos que imediatamente levaram a comportamentos perigosos que as autoridades não puderam impedir, porque o mau exemplo já tinha sido dado e a autoridade estava minada.

Agora que todos esperavam mais testagem, ela está a diminuir. Quando é necessário acelerar a vacinação, parece que ou não estávamos preparados, ou não temos vacinas para ministrar. Entretanto esgrimem-se números para cá e para lá, o Presidente minimiza a situação para justificar uma asneira que não devia ter cometido, e faz um apelo fora do tempo para os mais novos se vacinarem, sabendo-se que ainda há idosos (mais vulneráveis por vacinar, e muitos portugueses com mais de 60 anos só com uma dose e outros com mais de 40 e 50 ainda por vacinar.

Podem assobiar para o ar, mas serão penalizados por não terem sabido agir firmemente quando necessário, e por permitirem agora que a infecção ande por aí à solta sem qualquer acção digna desse nome.


 

segunda-feira, junho 21, 2021

A ARTE NO TEMPO DE D. MANUEL I

Vai abrir ao público na próxima sexta feira uma nova exposição no Museu Nacional de Arte Antiga intitulada “Vi o Reino Renovar – Arte no Tempo de D. Manuel I”.

Esta mostra pretende mostrar que no reinado deste monarca houve um grande apoio às artes, que não dependeu apenas da disponibilidade de meios, mas também do gosto do rei e da necessidade da afirmação do país no panorama europeu.

Esta exposição, que se espera venha a ser um sucesso, vem na senda de outra grande exposição “Joanni V Magnifico”, outro monarca português que também apoiou as artes e os artistas, também com os meios e a mesma necessidade de afirmação do país.

Nem todos querem ver esta vertente destes dois monarcas, talvez por terem sido reis absolutos, e também por terem reinado em tempos de abundância originada em territórios sob seu domínio.

A História, muitas vezes desconhecida, dos reinados de D. Manuel e de D. João V, mostra outras facetas que os detractores preferem ignorar, mas que são fascinantes e, parte da sua obra permanece sendo em muitos casos considerada como tesouro nacional.


 

sexta-feira, junho 18, 2021

EXCEPÇÕES MUITO PARTICULARES E ESTRANHAS

Em Portugal as excepções já começam a ser uma regra, muitas vezes são confusas e às vezes são mesmo incompreensíveis para o comum dos mortais.

A proibição de entrada e saída de pessoas da Área Metropolitana de Lisboa (AML) justificada pelo Governo para evitar a propagação a todo o país da infecção pela Covid-19, está cheia de excepções, e logo se levantaram muitas dúvidas sobre o que se podia ou não fazer, e dúvidas sobre a legalidade da resolução do Governo.

As dúvidas sobre a legalidade são suportadas pelo artigo da Constituição que diz textualmente: “Os órgãos de soberania não podem, conjunta ou separadamente, suspender o exercício dos direitos, liberdades e garantias, salvo em caso de estado de sítio ou de estado de emergência, declarados na forma prevista na Constituição.” Ora o que temos agora é uma resolução do Governo que se basearia na Lei de Bases da Protecção Civil, o que não estará em conformidade com o disposto na Lei Fundamental.

Não bastam as dúvidas constitucionais, pois as dúvidas alargam-se às excepções. Não dá para perceber que seja permitida aos residentes a saída da AML para ir para o estrangeiro e para as regiões autónomas (via aérea), mas não se pode ir para o Algarve, para Coimbra ou para o Porto. Os estrangeiros estão autorizados a entrar na AML por via aérea, e também podem entrar e sair da zona desde que se dirijam para outro local onde tenham o seu destino de férias ou residência.

Enfim, particularidades em que Portugal se tem especializado nos últimos anos. Marcelo já ignorou no passado recente a inconstitucionalidade das medidas deste Governo, será que vai continuar a fingir que não vê?


 

quinta-feira, junho 17, 2021

POLÍTICOS AO SABOR DA COVID

Em Portugal impera a falta de organização e de previsão, por isso o que acontece com demasiada frequência é a passagem de 8 a 80, como se nada existisse entre um e o outro.
 
Na Covid-19 já fomos os piores, depois os melhores e agora caminhamos a passos largos para os piores lugares.
 
O povo é o mesmo nos melhores momentos e nos piores, o que vai sendo alterado são as regras impostas pelo Governo, sendo por isso simples apontar para onde está o problema.
 
Eu sei que alguns se deixam influenciar pelo que o Governo tenta impingir, que a responsabilidade é de todos, mas se os sinais dados por quem manda são erráticos e confusos, os resultados são sempre maus.
 
Um exemplo do que digo foi a afirmação infeliz de Marcelo Rebelo de Sousa quando disse que com ele não haveria recuo no desconfinamento, quando já estavam à vista sinais de que a situação pandémica estava a piorar. Pois é, um político experiente como ele devia saber que "nunca" é uma palavra muito perigosa em política, mas ela saiu. Já não é a 1ª vez que Marcelo diz algo de que se arrepende, e lembro-me daquela "nem que Cristo volte...".
 
Agora há um recuo em parte do país, Lisboa fica "sitiada" durante o fim de semana, por todos os lados, MENOS por cima, porque pasme-se, os estrangeiros podem vir a Lisboa e sair dela se tiverem marcações para outros concelhos fora da zona delimitada.
 
Alguém se esqueceu que não tínhamos a variante do Nepal por cá até à final dos ingleses, e que depois com as festas e festinhas, mais as molhadas dos bairros típicos e os copos na via pública, "o bicho" espalhou-se à vontade. Agora querem pôr trancas à porta, mas é tarde, e "o bicho" vai continuar por Lisboa e arredores, mas também vai grassar por todo o território, especialmente pelos centros urbanos . 
 


 

domingo, junho 13, 2021

DE FUGIDA

Hoje o dia esteve quente mas enfarruscado cá para o interior centro, mas tal como ontem, ao final do dia, lá veio a chuva e algum granizo, que espero não venha a causar prejuízos como ontem fez em algumas localidades aqui bem perto.

Deixo-vos uma fotografia bem colorida e desejo-vos uma boa semana.


 

sexta-feira, junho 11, 2021

MEDINA O SONSO

A explicação dada por Medina para a partilha de dados de manifestantes com embaixadas estrangeiras não tem qualquer sustentação, porque não houve qualquer base jurídica para o fazer, e também porque já anteriormente o facto tinha sido contestado noutra ocasião anterior e mesmo assim a irregularidade persistiu.

Um dos factos que pode não ter qualquer significado, mas que é curioso, é que os nomes e moradas de manifestantes só foram partilhados com regimes onde a contestação é ferozmente reprimida, como sejam a China, a Rússia, Israel e Venezuela.

Um responsável político não pode nem deve desculpar-se com erros burocráticos dos serviços numa questão desta gravidade, e a atitude mais séria teria sido o pedido de demissão imediato.

A partilha de dados pessoais está perfeitamente regulamentada, e todos sabem que a partilha de dados pessoais com outros Estados não é admissível, especialmente com Estados não democráticos. A Lei de Protecção de Dados deve ser respeitada por todos e nenhum alto responsável político se pode escudar.
 
As desculpas evitam-se...