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quinta-feira, março 11, 2021

O VÍRUS SELECTIVO

Começo a achar mesmo estranho que pouca gente ainda tenha questionado a razão da recente prioridade dada aos professores na toma da vacina da COVID-19.

Vejamos, todos foram unânimes até à última em dizer que as escolas não deviam fechar apesar dos números que estavam a subir enormemente antes do último confinamento, e agora são também unânimes em que as escolas devem ser as primeiras a abrir, sempre com o argumento de que as escolas não são um ambiente propício à propagação do vírus. Dito isto, qual o motivo desta alteração do programa de vacinação?

A hipocrisia vai ainda mais longe neste assunto pois já se discute se o vírus só ataca as escolas públicas, a propósito da testagem nas escolas, falando-se mesmo de “trincheira entre o público e o privado construída pelo Governo” que seria “absurda e inaceitável”, e “ a garantia de que os testes são para todos e não para alguns é bem mais do que uma questão de justiça ou de saúde pública: é uma questão de decência política”.

Com todos estes discursos, certamente bem-intencionados, não será que outros trabalhadores (fora das escolas) também não podem ser atacados pelo vírus? Os dos supermercados, dos transportes públicos, os da higiene pública, das fábricas, etc, estão imunes ou são cidadãos de segunda? E os cidadãos entre os 65 e os 80 anos são menos susceptíveis de apanhar o vírus e, subitamente deixaram de ser um grupo de risco maior do que os professores?

Alguém sabe dizer quantas pessoas já foram “encaixadas” no primeiro grupo de prioridades já depois ter sido anunciado? Quando irão começar a segunda e terceira fases do processo de vacinação? Não venham com a falta de vacinas para explicar isto, porque ela é, ou devia ser, igual para todos.


 

quarta-feira, novembro 11, 2020

A ARTE DE GOVERNAR PARA OS GRANDES MERCEEIROS

A coberto da epidemia de Covid, e do estado de emergência estamos a assistir aos maiores disparates deste Governo, que parece alheado de bom senso nas medidas e afirmações com que nos brinda.

A medida de limitação de circulação nos próximos dois fins de semana a partir das 13 horas, e consequente fecho de lojas, cafés e restaurantes a partir dessa hora, é alvo de todas as críticas, e com bastante razão. O problema não está na necessidade de restringir movimentos, mas sim na ineficácia anunciada, pelas injustiças que cria, e até pelas excepções conhecidas.

Durante muito tempo a nossa sociedade sobreviveu com o comércio fechado aos sábados à tarde e aos domingos, em que abertos só estavam os cafés, restaurantes, e actividades ligadas à Cultura e ao lazer, bem como algumas farmácias, e ninguém morreu por causa disso.

Agora o Governo pretende, ao abrigo do estado de emergência, fechar tudo a partir das 13h aos sábados e domingos, exceptuando os supermercados, que como se sabe são quase todos das grandes cadeias alimentares. Esta excepção não se entende, até porque essas superfícies vendem muito mais do que os artigos constantes das excepções consideradas (alimentação e higiene), podendo assim praticar uma concorrência desleal com o beneplácito do Governo. Mais, os grandes merceeiros do pedaço preparam-se para alargar os seus horários.

Outro disparate que não pode passar sem ser referido prende-se com afirmações do ministro Eduardo Cabrita que veio ameaçar que “se for necessário”fecha as estradas e ferrovias” para controlar o cumprimento dos limites à circulação nos fins de semana. Este tique autoritário do senhor ministro, que das recomendações, passou às participações com carácter punitivo, e agora ao bloqueio de estradas e ferrovias, é excessivo e coloca mesmo em causa a aceitação deste estado de emergência, tal qual nos foi apresentado.

Se alguém beneficia destas medidas são os supermercados e a grande distribuição, é a conclusão a que podemos chegar, isto sem questionar a bondade de evitar contactos sociais e familiares...

 


 

sexta-feira, maio 25, 2018

O DESCONHECIMENTO DA LEI

O ministro Siza Vieira terá sido acusado de incompatibilidades, e ao que se percebe elas existiram de facto. 

O governante, que por acaso até é advogado, afirmou que não sabia que estava em situação de incompatibilidade, e que logo que percebeu (ou foi informado), resolveu a situação regularizando assim a sua condição.

O próprio 1º ministro veio a terreiro defendendo o seu ministro, mas confirmou que houve uma situação de incompatibilidade durante algum tempo.

Todos sabemos que nenhum funcionário público pode alegar em sua defesa o desconhecimento da Lei, por isso é estranho que o senhor ministro o faça e que esse argumento seja aceitável, SÓ para pessoas com tão altas responsabilidades.


sexta-feira, novembro 24, 2017

RECEITAS FISCAIS



Quando se fala em aumentos das receitas fiscais, aqui ou na maior parte dos países do Ocidente, fala-se num aumento dos impostos sobre o trabalho e sobre o consumo, e cada vez menos nos impostos pagos pelas grandes multinacionais e pelas grandes empresas.

Os paraísos fiscais existem, e são aproveitados por quem pode, e estão situados em sítios exóticos, mas também em países que muitos julgavam insuspeitos, como o Luxemburgo, a Irlanda, a Suíça, a Holanda, ou a britânica ilha de Man, e Malta, para mencionar apenas alguns.

Quando os políticos nos dizem que não existe disponibilidade orçamental para a saúde, para a educação, não nos dizem porquê, nem nos dizem o que têm feito a nível internacional para acabar com os paraísos fiscais, ou com a fuga ao fisco. Sabe-se que existem empresas com sede nesses paraísos fiscais, que beneficiam de medidas públicas apoiadas com dinheiros também públicos.

Estima-se que a evasão fiscal em Portugal seja da ordem dos 20 mil milhões de euros anuais, e isso é mesmo muito dinheiro, meus caros, e os cálculos até são de uma entidade do reino Unido, por isso sem qualquer conotação política.



sábado, julho 29, 2017

O PRESIDENTE DA CGD SOSSEGOU OS CLIENTES



O senhor Paulo Macedo, que ocupa a presidência do banco público, veio sossegar os portugueses que confiam o seu dinheiro à CGD dizendo que as comissões deste banco são das mais baixas do mercado, e que os reformados até são poupados às ditas comissões.

O presidente da CGD até falou dos custos extra da CGD, com o Fundo de Garantia de Depósitos e com o Fundo de Resolução, que têm de ser pagos por todas as instituições que estão no mercado nacional.

Parece-me que o senhor Paulo Macedo se esqueceu de falar dos créditos mal parados da CGD, e do que tem sido feito para reaver esse dinheiro, que os cidadãos nacionais têm sido chamados a pagar, e que os depositantes suportam com o aumento das comissões bancárias que ele aumentou, apesar das tretas com que agora nos vem brindar.

Cobrar a quem está em falta, é justo, mas cobrar a quem tudo paga e sempre cumpriu as suas obrigações para com o banco público, é muito questionável, quando os devedores se passeiam por aí, demonstrando evidentes sinais de riqueza.



sexta-feira, abril 18, 2014

COMO SACAR MAIS GUITO

Enquanto vamos lendo que as renováveis pesaram 58% na produção eléctrica em 2013, e que no 1º trimestre de 2014 o seu peso foi de 92%, também vamos sabendo que o preço da energia eléctrica não baixa e o défice tarifário também não.

Pode-se desvalorizar o peso das renováveis mas não se pode negligenciar a poupança de mais de 800 milhões de euros provenientes da importação de combustíveis fósseis, e 40 milhões em licenças de emissão de dióxido de carbono.

Se por um lado temos a EDP e a REN que arrecadaram lucros devido a estas poupanças, do outro temos os consumidores que pagam tudo como se as renováveis em nada tivessem contribuído para estes resultados.

É de salientar que o ministro Jorge Moreira da Silva, que detém a pasta do Ambiente e do Ordenamento do Território, é o mesmo que pretende agora taxar os sacos de plástico, para arrecadar mais uns cobres para o erário público, ainda que tenha deixado passar em branco os lucros fabulosos gerados pelo clima favorável que originou poupança reais para os produtores e distribuidores de energia eléctrica.


É sempre mais fácil taxar os pequenos, ou se quiserem os consumidores, do que os grandes, como é o caso da EDP e a REN, que por acaso são empresas estrangeiras…  

segunda-feira, novembro 25, 2013

PERGUNTEM AO CEGO…



Na minha terra costuma dizer-se, quando estamos a falar de uma evidência, que é como perguntar a um cego se quer ver, pois a pergunta só tem uma resposta possível.

Vem isto a propósito das declarações do dirigente da CIP depois de ser recebido por Paulo Portas, a propósito da chamada “reforma do Estado”. Considerou António Saraiva que o “guião da reforma do Estado é uma proposta bem desenhada”.

Convém não deixar passar em claro que A. Saraiva também acrescentou que “o Estado deve sair de determinadas áreas onde está provado (?) que não é eficiente ou eficaz, deve concessionar, deve privatizar (…) o guião fala da saúde e educação, são exemplos, mas há outras áreas.”

Para que dúvidas não restassem sobre o esvaziamento das funções do Estado, basta juntar as declarações dePassos Coelho, hoje em Borba, que sobre a partilha ou entrega de funções hoje da responsabilidade do Estado: “À excepção de, por exemplo, a justiça penal e as áreas de defesa da soberania nacional, todas as outras são partilháveis.”

Se este governo não é neoliberal, então não sei o que será…