terça-feira, junho 26, 2018

DESCENTRALIZAÇÃO UMA PINÓIA


A população portuguesa tem, nas últimas décadas, deixado o interior para se fixar no litoral, originando assim um grave problema nacional que é a desertificação humana de boa parte do país.

Existem razões para este movimento populacional, começando pelas oportunidades de emprego, o que é mais do que óbvio em Portugal.

Como o problema se está a transformar num “enorme problema”, os políticos começaram a utilizar o tema como arma de arremesso e como trunfo em várias ocasiões.

Rui Moreira foi apenas mais um dos políticos que, de um modo patético, pretendeu convencer-nos que a mudança do Infarmed de Lisboa para o Porto, seria benéfica para o instituto público.

Não há político que não goste de se basear num relatório, que convenientemente encomenda e paga, como aconteceu com o autarca do Porto.

As afirmações de Rui Moreira foram, no mínimo ridículas, especialmente quando se referiu aos funcionários do Infarmed, o que lhe fica muito mal.

O verdadeiro interior de Portugal não apoia Rui Moreira, nem tão pouco quem decidiu a mudança do Infarmed, porque descentralização não é nada disso. Lisboa e Porto são pólos centralizadores, e as duas regiões estão no litoral, que terá a esmagadora maioria das empresas e dos serviços públicos.

Descentralização é algo a que o Estado central terá mais dificuldade em satisfazer, porque muitos dos serviços que eram públicos, foram privatizados, e mesmo os que ainda estão na esfera pública, como as repartições de finanças, as conservatórias, os serviços saúde, os tribunais, e até as escolas, estão a fechar por critérios económicos, que inviabilizam a retenção de populações.

Qualquer dia teremos o interior transformado em florestas e matos, onde os javalis e os lobos, entre outros animais, reinarão, e provavelmente Portugal será transformado em coutada de caça selvagem, com corpos de bombeiros privados e empresas de safaris com áreas delimitadas.  



1 comentário: