A população portuguesa tem, nas
últimas décadas, deixado o interior para se fixar no litoral, originando assim
um grave problema nacional que é a desertificação humana de boa parte do país.
Existem razões para este
movimento populacional, começando pelas oportunidades de emprego, o que é mais
do que óbvio em Portugal.
Como o problema se está a
transformar num “enorme problema”, os políticos começaram a utilizar o tema
como arma de arremesso e como trunfo em várias ocasiões.
Rui Moreira foi apenas mais um
dos políticos que, de um modo patético, pretendeu convencer-nos que a mudança
do Infarmed de Lisboa para o Porto, seria benéfica para o instituto público.
Não há político que não goste de
se basear num relatório, que convenientemente encomenda e paga, como aconteceu
com o autarca do Porto.
As afirmações de Rui Moreira
foram, no mínimo ridículas, especialmente quando se referiu aos funcionários
do Infarmed, o que lhe fica muito mal.
O verdadeiro interior de Portugal
não apoia Rui Moreira, nem tão pouco quem decidiu a mudança do Infarmed, porque
descentralização não é nada disso. Lisboa e Porto são pólos centralizadores, e
as duas regiões estão no litoral, que terá a esmagadora maioria das empresas e
dos serviços públicos.
Descentralização é algo a que o
Estado central terá mais dificuldade em satisfazer, porque muitos dos serviços
que eram públicos, foram privatizados, e mesmo os que ainda estão na esfera
pública, como as repartições de finanças, as conservatórias, os serviços saúde,
os tribunais, e até as escolas, estão a fechar por critérios económicos, que
inviabilizam a retenção de populações.
Qualquer dia teremos o interior
transformado em florestas e matos, onde os javalis e os lobos, entre outros
animais, reinarão, e provavelmente Portugal será transformado em coutada de
caça selvagem, com corpos de bombeiros privados e empresas de safaris com áreas
delimitadas.
Nem mais.
ResponderEliminarAbraço