segunda-feira, junho 29, 2015

O HORROR À DEMOCRACIA

Tem sido com apreensão que tenho seguido as notícias sobre a Grécia, especialmente depois de Tsipras ter anunciado um referendo sobre a “ajuda” imposta pela troika nas últimas negociações.

Em princípio as coisas pareciam simples, pois do lado dos credores era incompreensível a nega por parte do governo grego, e do lado dos apoiantes da posição grega o recurso ao referendo era apenas a Democracia a funcionar em pleno.

As coisas são um pouco mais complexas, porque estão em causa muito mais do que as condições impostas pelos credores, mas também o direito democrático à participação do povo nas decisões do governo, e também o futuro do euro e da União Europeia.

Como é o referendo que está mais atravessado nas gargantas dos bons alunos da senhora Merkel e do FMI, convém recordar que não vejo a mesma animosidade para com o Reino Unido, que também vai realizar um referendo sobre a permanência na UE, talvez porque se trata dum parceiro que não acata a maioria das decisões do directório europeu, desde o princípio.


Dar a voz ao povo quando se está perante uma situação para a qual o governo não se sente mandatado deveria merecer o respeito de todos os democratas.  


quarta-feira, junho 24, 2015

PORTUGAL A PATACO

Soube-se esta semana que a maior propriedade privada do mundo está à venda, e para que conste, é maior do que Portugal, o que é apenas uma curiosidade.

Esta propriedade fica situada na longínqua Austrália, está avaliada em cerca 290 milhões de euros, e sobrevoar a zona para a visitar, demorará uma semana.

O que me chamou mais a atenção para a notícia e para o negócio, foi o facto de as autoridades australianas terem exigido aos proprietários que não vendam o terreno a governos estrangeiros, ou companhias estatais.


Parece que por cá nunca se equacionou uma exigência deste tipo para as privatizações, mesmo sendo consensual que não iria contra as exigências ou instruções da troika. 


segunda-feira, junho 22, 2015

LAURA ANTONELLI

Mais uma actriz italiana que passou pelo cinema na década de 70 do século passado e que acabou os seus dias no mais pobre anonimato. A fama é algo de passageiro e poucos são os que ficam para sempre na memória desta indústria.


quinta-feira, junho 18, 2015

ONDE E COMO DEFECAR



O assunto está na ordem do dia na Índia, onde se anuncia uma revolução nos hábitos sanitários no país, onde além da construção de casas de banho se mostra necessário mudar a cultura.

Este tema pode parecer estranho, mas na realidade os indianos não gostam de defecar dentro de casinhas com porta, mas sim ao ar livre porque a “brisa fresca” é melhor.

Por cá o problema não será já o de falta de casas de banho ou de cultura no campo da higiene pessoal, mas continua a existir muita gente a “defecar fora do penico. Dentro da política, da banca, e mesmo em várias empresas há quem se esteja “borrifando” para os outros, prejudicando a saúde 8física e mental) da maioria, com tanta porcaria que fazem…



terça-feira, junho 16, 2015

POBRE SAÚDE



Enquanto se ouvem uns quantos “comentadores” dizer que o ministro da Saúde tem feito um excelente serviço à frente do ministério, contatamos que se fazem menos consultas no serviço público, mesmo que depois surjam outros números, encomendados pelo dito ministério, ou pelo governo, que dizem o contrário.

A dura realidade é que os portugueses ganham cada vez menos, pelo menos a grande maioria, e as taxas moderadoras não baixam, os portugueses gastam cada vez mais com a saúde, mesmo que muitos deixem de comprar tudo o que lhes é receitado, por manifesta falta de dinheiro.

Fecharam vários hospitais e muitos centros de saúde, os cuidados continuados continuam a ser manifestamente insuficientes, o acesso a alguns exames e consultas é cada vez mais difícil, faltam medicamentos, e o acesso a camas hospitalares são mais difíceis, mas temos cada vez mais camas no sector privado, e este vai prosperando devido à escassez de resposta do sector público.

O senhor ministro pode ser um barra em finanças ou em economia, mas a Saúde está pior do que quando ele foi investido, disso não há qualquer sombra de dúvida. 


domingo, junho 14, 2015

SENTIR-SE ALIVIADO?

Cavaco Silva diz estar "mais aliviado" relativamente à privatização da TAP, e eu confesso que não percebo porquê, já que a sua venda apressada foi feita por um valor meramente simbólico, o que não abona nada a favor da decisão. 


sexta-feira, junho 12, 2015

IMAGEM DA SEMANA

Como estamos na véspera do S. António e já é público que este governo passou a TAP para mãos privadas, a pataco, a imagem da semana não podia deixar de reflectir os dois acontecimentos... 


quarta-feira, junho 10, 2015

ATÉ PARECE QUE É CANDIDATO...



Cavaco Silva tem sido um péssimo presidente da República, ainda pior mesmo do que foi como 1º ministro, quando a troco de carradas de euros “enterrou” boa parte do nosso sector produtivo.

Como é que não sendo candidato a 1º ministro e estando em final de mandato como PR vem fixar “quatro grandes objectivos”, sabendo que isso compete exclusivamente ao governo eleito pelos votos dos portugueses, já que o poder executivo é do governo?

Outras frases proferidas por Cavaco Silva também não fazem qualquer sentido, como desafiar os portugueses a olharem para o “futuro colectivo com confiança, independentemente de quem governe”, ou quando apontou críticas aos que aos que, no seu entender, “fazem da crítica inconsequente um modo de vida, um triste modo de vida”.

A Democracia não pode nem deve ser confundida com o unanimismo, que só é aceite nas ditaduras. Os governos respondem perante os deputados e perante o povo, a quem devem servir… 



terça-feira, junho 09, 2015

PAÍS DE MITÓMANOS

Uma coisa que perturba muito os políticos é sem dúvida a memória colectiva. Eles sabem que são escrutinados e que as suas declarações ficam registadas nos mais diversos suportes, mas mesmo assim continuam a preferir a fuga em frente, procurando distorcer a realidade.

O facto que já marcou este princípio, foi a afirmação de Passos Coelho, curiosamente no dia em que visitou o Portugal dos Pequenitos, é “mito urbano” o incentivo à emigração.

Mais valia estar calado, porque foi bem claro ao falar dos professores, como bem claro foi noutros assuntos, que depois tratou de modo contrário relativamente às afirmações anteriores.


Para o portugueses é que começa a ser “um mito urbano” que os governantes sejam reféns das promessas feitas ao eleitorado.


domingo, junho 07, 2015

BANCOS POUCO RECOMENDÁVEIS

Poderia estar a falar das apostas do BPP, que foram absolutamente erradas, e foram fatais para os que confiaram no retorno dos seus investimentos nesta instituição que acabou por se afundar, deixando muitos investidores a arder, por confiarem em banqueiros que afinal não eram tão bons como se dizia.

Outra hipótese de tema seria o BPN, um banco onde pontuaram muitos políticos ligados ao PSD, e que foi e ainda é um sorvedouro de dinheiros públicos, tal o buraco em que se meteu o Estado quando se decidiu pela sua nacionalização. Outra era hipótese BES, este era um banco do regime, defendido tanto por PS como por PSD, que apesar das garantias das autoridades bancárias e políticas, se desmoronou estrondosamente arrastando muito boa gente para a falência.

Apesar destes exemplos pouco dignificantes da banca, a procissão parece ir ainda no adro, e já existem suspeitas de cartelização de quase toda a banca nacional, que estão a ser investigadas.

Infelizmente os exemplos não se ficam por Portugal, e se bem se lembram a actual crise foi causada pelos bancos, muitos deles estrangeiros e de grande dimensão, e mesmo agora temos casos bem recentes de outros bancos que sofreram pesadas multas por conduta menos própria, sendo que o último exemplo foi o Deutsche Bank também ligado à manipulação das taxas de juro, onde já rolaram cabeças.


Os donos disto tudo, e o “isto tudo” é muito vasto, não têm sido pessoas com reputação impoluta como sempre nos quiseram fazer crer…  


sexta-feira, junho 05, 2015

FORTE COM OS FRACOS



Uma das coisas que mais me faz estar desiludido com o que se passa neste país é fosso que existe entre ricos e pobres, não só no que diz respeito ao poder de compra, como nas oportunidades duns e falta delas para outros, ou a diferença nos resultados da Justiça entre ricos e pobres.

Em Portugal os cidadãos são tratados de maneira diferente consoante a sua condição social, ou peso da carteira, preferem ser mais directos.

Há relativamente pouco tempo tive conhecimento do que aconteceu a um cidadão que cometeu a falta de subtrair umas centenas de euros do seu local de trabalho, cerca de metade do salário que auferia, e que foi liminarmente despedido e responsabilizado criminalmente, o que lhe valeu uma condenação co pena suspensa, uma multa de milhares de euros além da indemnização do patrão com juros de mora pelos 4 anos que durou o processo. É evidente que a sua má conduta é reprovável, que a restituição do dinheiro era uma obrigação e que devia ser punido, talvez dum modo menos pesado, mas é evidente que estamos a falar dum indivíduo pobre, que nem dinheiro teve para pagar a um bom e experiente advogado.

Por contraponto ao pobre “ladrão”, como a acusação não hesitou em referir, temos banqueiros e altos quadros de vários bancos que faliram e enganaram os depositantes, prometendo o que não cumpriram, e apresentaram as coisas dum modo que não correspondia à realidade, que são sistematicamente ilibados pela justiça, pois podem recorrer a bons escritórios de advogados que encontram sempre maneira de os safar de encrencas, ficando a rir-se à conta dos que ficaram sem o que era seu por neles confiarem.

O Estado, dito de direito, é forte na condenação dos pobres e fraco na acusação dos ricos…



quarta-feira, junho 03, 2015

EXPLORAÇÃO LABORAL



Para quem anda no terreno e conhece a realidade do mundo do trabalho, não é novidade nenhuma que as condições de trabalho têm piorado, que a exploração é cada vez mais uma realidade, e que as medidas tomadas pelo governo nos últimos tempos têm proporcionado as condições necessárias para que estas situações se tenham agravado.


O que a Agência da União Europeia para os Direitos Fundamentais (FRA) veio agora dizer, que a exploração laboral, incluindo a escravatura, está a aumentar em Portugal, não é portanto uma grande surpresa. A conclusão expressa segundo a qual  “a exploração laboral ainda é um fenómeno escondido, invisível. Os interesses políticos e económicos favorecem esta invisibilidade, particularmente em tempos de crise”, acaba até por ser suave.


Saliente-se que este estudo foi conhecido no preciso dia em que Paulo Portas veio congratular-se com a descida de duas décimas nos números do desemprego, omitindo que o emprego em Portugal não tem aumentado, pelo contrário. 



Manipulação (Foto da net)