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terça-feira, setembro 15, 2020

A LIBERDADE E O BOM SENSO

Ser-se livre e ao mesmo tempo equilibrado nem sempre é fácil, mas todos percebemos que temos que fazer concessões para sermos aceites na sociedade em que vivemos.

Há poucos dias foi barrada a entrada no Museu d’Orsey duma senhora que ostentava um decote bastante generoso, facto que a senhora denunciou publicamente, não só perante o museu como frente à comunicação social.

A senhora estava no seu direito, o museu contactou-a e pediu-lhe desculpa, ficando o caso descrito como uma atitude de excesso de zelo do funcionário da recepção. Um facto que não passou despercebido a quem conhece o meio foi o da carta aberta que a senhora publicou nas redes sociais e a foto tirada (nas suas próprias palavras) quatro horas mais tarde. Outro facto também curioso é as instruções dadas em muitos museus, monumentos e palácios para não ser permitida a entrada a pessoas cuja indumentária não seja adequada aos referidos espaços.

Não sei o que levou a que o trabalhador achasse que o traje não era adequado, mas fiquei com a sensação de que a senhora desejava atrair as atenções, mas é apenas a minha impressão.

Quanto às reacções de muitas pessoas, que acham que cada um se veste como deseja quando visita um destes espaços (museus, monumentos, palácios e até igrejas que são monumentos ou parte deles), discordo completamente, mas acho também que devem existir regras explícitas, porque o bom senso não é uma característica de todos os visitantes. Quanto às direcções dos espaços, também deviam ser claros nas instruções que dão aos funcionários e depois saber apoiar as decisões que estejam de acordo com as suas ordens.

Por último, e como exemplo da confusão que alguns fazem entre liberdade individual e ao saber comportar-se em sociedade fica a manifestação que este caso desencadeou, e que por acaso o Facebook bloqueou. A frase “ a obscenidade está nos vossos olhos” não se aplica, e um pouco mais de bom senso faria com que este caso nem tivesse ocorrido.

Resta sempre outra solução, que é a de se permitir que cada um se apresente como desejar em todo o lado, sem restrições, exercendo assim em pleno a sua liberdade de escolha…

Exageros
 

sábado, dezembro 01, 2018

A FRANÇA E O ABISMO


O que se passa neste momento em França, com os protestos dos “coletes amarelos” é apenas mais um dos sinais dos grandes problemas sociais que as democracias enfrentam nos nossos dias.

As instituições democráticas, os partidos e os políticos, têm ignorado o que sentem os povos, as suas necessidades, e os seus anseios, e por isso têm aberto o caminho ao populismo, e também aos protestos inorgânicos (não enquadrados politicamente), que depressa se transformam em fenómenos incontroláveis.

Lá fora ou cá dentro, são cada vez mais as pessoas que não se sentem representadas pelos partidos políticos, ou pelos sindicatos, ou outras organizações da sociedade civil, e transformam-se assim em potenciais apoiantes de movimentos ou indivíduos que se apresentem como possíveis aglutinadores da vontade de mudança, e que condenam apenas o que existe, sem nunca apresentarem um projecto estruturado para o futuro.

Sociedades insatisfeitas são facilmente instrumentalizadas, e os maus políticos que são cada vez mais numerosos, parecem não perceber o barril de pólvora que se está a criar…


segunda-feira, junho 04, 2018

PROFISSIONAIS DE ACTIVIDADE TURÍSTICA


Durante muitos anos só os guias oficiais é que podiam fazer visitas guiadas dentro dos nossos museus, palácios e monumentos, o que garantia uma qualidade de trabalho, e de divulgação do nosso Património e da nossa História, que era suportado pelas nossas instituições de ensino que formavam estes trabalhadores. Noutros países europeus as coisas eram muito semelhantes e os guias piratas (não credenciados) eram punidos exemplarmente, ao contrário do que acontecia por cá.

Há alguns anos a legislação mudou, e agora vivemos uma realidade que está muito próxima da anarquia completa.

Temos constatado que vários serviços dependentes da DGPC, afirmam desconhecer quem pode ser considerado agente de animação turística, e muito menos conhece o que é o registo no RNAAT, cujo comprovante devia ser exigido quando esses agentes reclamam o seu bilhete nas bilheteiras.

É muito frequente verem-se condutores de tuck tuck, taxistas, e outros “guias improvisados” a conduzir grupos de pessoas no interior de serviços da DGPC, a que acederam com bilhetes grátis, e dizendo barbaridades que envergonham quem os ouve e conhece os museus ou monumentos em causa.

O resultado desta verdadeira anarquia, que é originada pela falta de comunicação e formação do pessoal, é péssimo para o turismo e afecta a qualidade dos serviços prestados que todos desejamos seja boa.

A informação correcta e a formação do pessoal de bilheteira é relativamente fácil e rápida de fazer, e a credenciação destes agentes também é fácil de verificar, basta que haja vontade, a bem do nosso turismo e da Cultura.