domingo, maio 29, 2022

António Costa foi à Alemanha para, na Feira de Hanover, oferecer Portugal como um país alternativo para a deslocalização da indústria alemã.

Com a instabilidade política na Europa central e de Leste, e com as dificuldades que se preveem para a zona asiática, Costa não hesitou em vir posicionar Portugal como um destino da indústria e dos serviços que a Alemanha tem deslocalizado para esses destinos.

Pode parecer muito racional a nível empresarial, e como um processo de aumentar o investimento industrial em Portugal, mas não deixa de se constatar que António Costa acena evidentemente com o baixo custo da mão-de-obra portuguesa, demonstrando que não tem qualquer ambição de elevar o nível de vida dos portugueses, privilegiando a competência e a preparação dos cidadãos, em vez de acenar com o baixo preço da mão-de-obra.


 

OS SERVOS DE PUTIN

Depois do colapso da União Soviética, a influência da Rússia tem-se mantido apesar da declaração de independência de diversas repúblicas como é o caso da Tchetchénia.
 
Sob o comando de Putin e com o suporte do exército russo começaram a aparecer outras repúblicas que mais não são do que anexações de territórios como acontece na Crimeia ou no Donbass.
 
De volta ao ridículo destas chamadas repúblicas populares, que não passam de satélites da Rússia, que efectivamente põe e dispõe à sua vontade dos seus destinos, saliento o papel do líder da Tchetchénia, Ramzan Kadirov, que "governa" essa república, está há meses com os seus soldados a participar na invasão da Ucrânia, e cada vez mais parece ser um porta-voz de Putin, anunciando conquista e ameaçando países vizinhos, como a Polónia, dizendo que apenas espera as ordens de Putin.
 
Noutros tempos muitos diriam que existe uma política imperialista por parte da Rússia de Putin, mas parece que "é proibido" usar esse termo contra o "sol da terra", que está reservado para os países capitalistas...   


 

sexta-feira, maio 27, 2022

VITÓRIA DE PIRRO

A Rússia pode vir a conseguir anexar alguns territórios da Ucrânia, devido à evidente superioridade de armamento e do número de soldados, mas isso nunca poderá ser considerado como uma verdadeira vitória.

Os territórios que a Rússia afirmava vir “libertar”, estão quase que completamente destruídos, as populações que se consideram ucranianas e tiveram a oportunidade de lá sair, não voltará e odiará profundamente aqueles que eventualmente por lá continuem. A indústria não mais será a mesma e com a mesma pujança que teve até ao início deste ano, e os territórios ocupados serão sempre considerados Estados satélites de Moscovo.

O ódio entre os dois povos vai perdurar durante várias gerações, e todos os vizinhos da Rússia e seus satélites ficarão para sempre com o receio fundado de serem invadidos a qualquer momento, e procurarão a protecção da NATO e da União Europeia. A corrida aos armamentos vai aumentar, e a Rússia ficará cada vez mais isolada dos países ocidentais.

Para o mundo ficará absolutamente claro que Putin mentiu desde o início, dizendo que a NATO começava a ficar demasiado perto das fronteiras russas (e agora fica mais perto ainda), que se sentia ameaçada (não foi feita nenhuma ameaça), e que não pretendia conquistar ou anexar nenhuma parte da Ucrânia. Os factos estão aí...

Qualquer que seja a extensão do domínio russo no terreno, o custo será sempre muito mais importante do que o benefício.


 

sexta-feira, maio 13, 2022

MILAGRES DA OPOSIÇÃO

A política portuguesa caracteriza-se pelas duas faces dos políticos consoante estejam no governo ou na oposição, no governo dizem sempre que a situação obriga a cautelas e que não se podem satisfazer as expectativas dos cidadãos, já quando estão na oposição prometem satisfazer todos...


 

terça-feira, maio 10, 2022

Uma das razões que levaram Putin a empreender a invasão da Ucrânia prendia-se com a eventualidade desta se poder aliar à NATO, o que na sua opinião colocava em causa a segurança da Rússia. Ao mesmo tempo não se cansava de afirmar que a Ucrânia não era um país pois sempre fizera parte da Rússia.

Não quero agora rebater esses conceitos simplesmente ridículos, mas sim chamar a atenção para aquilo a que se chamou conceito de espaço vital, em geografia política, concebido por Friedrich Ratzelque em termos simples dizia:

Toda a sociedade, num determinado grau de desenvolvimento deve conquistar territórios menos desenvolvidos, e que um Estado deve assumir o tamanho da sua capacidade de organização.

A invasão da Rússia pela Alemanha nazi foi motivada pelo conceito de espaço vital (Lebensraum) e pelo anticomunismo, mas Hitler justificou-se dizendo: “ A segurança da Europa não estará assegurada até levarmos a Ásia para trás dos Urais. Nenhum estado russo organizado poderá existir a oeste dessa fronteira”.

As semelhanças no discurso e na ordem de invasão são mais evidentes do que se podia esperar…


 

segunda-feira, maio 09, 2022

AS MENTIRAS DA RÚSSIA DE PUTIN

 

Putin tem estado a mentir desde que a Rússia começou a fazer “exercícios militares conjuntos” na Bielorrússia em Fevereiro deste ano. Aquilo que foi anunciado como “exercícios” e “inspecção das forças” eram já os preparativos duma invasão. Estes foram prolongados, foi anunciado e encenado um regresso às bases de origem, mas no dia 24 a invasão começou. (1)

As tropas russa entraram em território da Ucrânia a partir da Bielorrússia e Putin anuncia que era apenas uma “operação militar” na Ucrânia para defender os separatistas no Donbass, garantindo ao mesmo tempo que o objectivo não era a “ocupação” mas sim a “desmilitarização” da Ucrânia, pedindo mesmo aos militares ucranianos que depusessem as armas. (2)

Logo no segundo dia da invasão, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Lavrov, afirmou: "Ninguém vai atacar o povo ucraniano", disse ele durante uma inflamada conferência de imprensa, afirmando à CNN que não tinha havido "ataques a infraestruturas civis", este discurso manteve-se e mesmo com todas as evidências (imagens e testemunhos) as autoridades russas mantiveram sempre estas afirmações. (3)

Nota: Hoje só me detive sobre o princípio da invasão.


sábado, maio 07, 2022

DIFERENTES OPINIÕES E ALGUNS MIMOS

Portugal ainda é um país democrático onde cada um pode exprimir as suas opiniões, felizmente, mas este caso da invasão da Ucrânia pelos russos, está a causar bastantes divergências entre os apoiantes do lado ucraniano e os que sendo contra a Ucrânia não querem admitir que isso é, de facto, a favor da Rússia.
 
O desejo de paz, é comum a quase todos (pelo menos afirmam-no) mas a maior divergência é nos meios advogados para atingir essa paz.
 
Como acontece em todas as guerras existe sempre um agressor e um agredido, e neste caso isso é bastante claro, como clara é a superioridade de forças do agressor relativamente ao agredido. Sendo evidentes estes dois factos os países ocidentais só tinham duas opções, ou ajudar a Ucrânia, ou deixar que fossem completamente esmagados. É precisamente a segunda opção que alguns condenam, mas nunca por nunca mostram alguma alternativa equilibrada.