terça-feira, março 30, 2021

TELEVISÃO

Não se pode dizer que seja um grande consumidor de televisão, sobretudo dos canais portugueses onde geralmente só vejo as notícias, e um ou outro programa da RTP 2. Este facto não me impede de passar por vezes pelos canais nacionais, para ver o que vão dando.

No final da semana passada fiquei a ver um programa que eu pensava ser sobre cozinha, e que afinal tratava de quase tudo menos de culinária, à excepção de ensinar a fritar um ovo, que afinal se afigurava difícil para os aspirantes a cozinheiro.

Várias coisas neste concurso tiveram o condão de me irritar. O palavreado do chefe da cozinha é inadequado e completamente excessivo. As atitudes do chefe nada têm de didácticas, mais parecendo assédio, pois visam a humilhação dos concorrentes. A falta de qualidades de chefia é gritante, pois se alguém precisa de usar daqueles métodos para se afirmar, é um falhado.

O que considero pior nisto tudo, porque sei que quem não gosta pode sempre mudar de canal, é que se dão sinais errados a quem procura singrar em qualquer emprego, sugerindo que só serão sucedidos se se deixarem humilhar, se nunca contrariarem o chefe, e anulando-se completamente perante a chefia.

Eu já conheci atitudes do mesmo tipo mas no contexto militar, e como se sabe nos nossos dias isso tem sido alvo de muitas críticas, e da sugestão de regras, que no caso deste programa de televisão ainda não vi ou ouvi da parte de ninguém.



These Military Cartoons are copyrighted to www.gigreetings.com
 


sábado, março 27, 2021

A LEI TRAVÃO E O NOVO BANCO

Costa e Marcelo estão no olho do furacão, porque ou aprovam os apoios sociais de emergência aprovados no Parlamento, ou então vão estar em apuros ao enfrentar a exigência do Novo Banco de pedido de capital, que é manifestamente superior ao que está no Orçamento de Estado.

A escolha é claramente entre as necessidades dos portugueses, bem fundamentadas, e as exigências do capital, de onde o Estado nada tem a beneficiar.

Escolher entre um fundo abutre, não há outra definição para os donos do NB, e as necessidades dos cidadãos, o primeiro-ministro e o Presidente têm que definir as suas prioridades, e o povo cá estará para os julgar. A lei travão funciona nos dois casos, meus senhores.


 

sexta-feira, março 26, 2021

PLANEAMENTO TUGA

Portugal é um país conhecido pelo seu excelente desempenho na tarefa de planeamento. Para tudo, e para nada, constituem-se grupos de trabalho, comissões, e agora Task Forces para idealizar, pensar, organizar, liderar, e sei lá o que mais.
 
Na vacinação tudo começou, aparentemente bem. Era tudo muito simples, com apenas 3 grupos de vacinação, sobretudo ordenados por grupos etários, e as excepções eram apenas para o pessoal da linha da frente e para os portadores de algumas patologias graves, o que foi compreensível e aceite para todos.
 
Como é nossa característica, o que hoje é verdade amanhã já não é, e como os portugueses são todos iguais mas há sempre uns que são mais iguais, e instalou-se a balbúrdia. Os senhores políticos e os seus braços direitos (e esquerdos) passaram a ser prioritários e imprescindíveis (?), e como outros poderes se levantaram, e também foram incluídos todos os órgãos de soberania, e vai daí, mais a módica quantidade de um milhar de pessoas.
 
Se acham que o nosso Governo (?), decidiu que os órgãos de soberania estavam muito sós nas excepções, e vai de colocar na lista de prioritários os docentes e não docentes das nossas escolas e jardins de infância, que serão mais de 250 mil.
 
Será que vão ficar por aqui, e os portugueses com idades entre os 65 e os 79 anos, que é o grupo com menos percentagem de pessoas vacinadas, e que deviam estar já a ser vacinados, poderão ainda via sê-lo em Abril?


 

domingo, março 21, 2021

OS NOSSO ALIADOS INGLESES

O mais antigo tratado de aliança diplomática do mundo, o Tratado de Windsor entre Portugal e a Inglaterra continua a ter significado para a política portuguesa, mas não tem a mesma reciprocidade por parte do governo inglês, e isso tem-se manifestado claramente nos últimos tempos, apesar da impassibilidade das autoridades nacionais.

Nós estamos inseridos na União Europeia, para o bem e para o mal, e3 a Inglaterra por vontade própria acabou por sair da mesma ao aprovar o Brexit.

No caso da escassez de vacinas na UE, a Inglaterra tem bloqueado o envio de vacinas para a Europa para satisfazer as suas necessidades de vacinação, estando por isso muito mais avançada relativamente à União Europeia. De Inglaterra não sai uma única vacina para a Europa.

A Europa que financiou a AstraZeneca e firmou encomendas da vacina contra a COVID-19 em quantidade muito apreciáveis, além de não receber a totalidade do que tinha sido estabelecido, ainda está a exportar vacinas da AstraZeneca fabricadas em território europeu, pelo que exigiu que a farmacêutica cumprisse as encomendas combinadas, ou então ver-se-ia obrigada a proibir a exportação das vacinas produzidas no espaço europeu.

É curiosa a resposta inglesa, que diz que seria “contraprodutivo” bloquear a exportação da vacina da AstraZeneca, mas nada diz sobre a sua própria proibição de exportação da vacina, o que diz muito sobre o cinismo com que encara a situação.

O proteccionismo britânico que devíamos conhecer bem desde o ultimato inglês (1890), não é só notório quanto à vacinação, mas também quanto à economia, já para não falar nas premissas do Brexit, e veja-se agora que o ministro da defesa pede aos britânicos que não marquem férias e aguardem recomendações por parte do governo, acrescentando “não podemos pôr em perigo os ganhos da nossa campanha de vacinação” referindo-se à possibilidade de os turistas regressados a casa virem infectados com mais perigosas e mais transmissíveis do vírus. “Se fôssemos imprudentes e importássemos novas variantes que comportam riscos, como reagiriam as pessoas”.

O cinismo britânico é conhecido, como conhecido é o lambebotismo tuga, mas custa ouvir responsáveis dum país que exportou uma variante altamente contagiante para a Europa, vir agora ter um discurso destes, e custa ainda muito mais ouvir o discurso dos nossos governantes que estão sempre de pernas abertas para com uns parceiros que são tudo menos confiáveis. Reciprocidade é algo que a diplomacia devia saber fazer respeitar, se queremos ser também respeitados.

 



 

sábado, março 20, 2021

sexta-feira, março 19, 2021

FACTOS, PALAVRAS E IMAGENS

Uma das vantagens de ser reformado é precisamente ter a possibilidade de poder ajustar os meus horários e as minhas tarefas de acordo com a minha vontade e disposição. É claro que manter-me activo é absolutamente necessário e saudável, mas mesmo assim tenho os dias bem ocupados e a fotografia tem estado em stand-by, mas o pobre telemóvel lá vai dando para o gasto apesar das suas limitações, durante os meus passeio higiénicos.

Quando nas nossas televisões vemos alguns comentadores a falar através do Skype ou de outra plataforma idêntica, já se tornou regra vê-los com uma estantes cheias de livros como pano de fundo. Uns são conhecidos por amantes da leitura, outros.. enfim.


 

quarta-feira, março 17, 2021

O DISCURSO INCLUSIVO

Tenho imensa dificuldade em aceitar o tal discurso inclusivo de que se fala, que não passa aliás dum discurso neutro que não apoio de modo nenhum por ser desumanizante. Talvez seja útil recuar um pouco e recordar a mudança de designação de empregado ou funcionário, que passou a ser substituída por colaborador, e isto na prática o que significou? Nada.

Considero que a existência de homens e mulheres é uma evidência que bem pode estar representada pelas duas palavras que os definem, e nada vejo de errado nisso. Quando se passa a fala de igualdade, sim sou a favor, nos direitos e nas obrigações, e isso é válido para todo o ser humano, mas existem diferenças entre homens e mulheres ao nível fisiológico, e isso é evidente, o que não sugere que se use uma só palavra para os classificar pois omitia-se essas diferenças.

Classificar de racista a afirmação de que temos seres humanos de diversas cores, é um disparate, pois é tentar negar a evidência, já lutar para que todos tenham os mesmos direitos e obrigações é absolutamente justo.

O português é uma língua muito rica e muitas vezes usam-se alguns termos aparentemente inocentes mas que no fundo são altamente discriminatórios, mas o mesmo se passa em todos os tipos de discurso, políticos, humorísticos ou de qualquer outra natureza.

A inclusão faz-se com a vontade de todas as partes, não se pode impor. É na escola, na família e em sociedade que se trabalha na inclusão, e é preciso que todos se queiram e saibam integrar, deixando de lado as trincheiras que cada vez mais se cavando, fruto de radicalismos que não nos levam a nenhum lado…  


 

terça-feira, março 16, 2021

CAMILO CASTELO BRANCO

Camilo Ferreira Botelho Castello Branco nasceu a 16 de Março de 1825, foi e é um dos mais conhecidos escritores portugueses do século XIX, e terá sido o primeiro escritor de língua portuguesa a viver exclusivamente daquilo que escrevia.

Visto por Bordalo Pinheiro Camilo era “Picado do génio e das bexigas”, já ao olhar de Pinheiro Chagas “Nunca a língua portuguesa se mostrou no nosso tempo mais nervosa, mais rica, mais maleável, mais apropriada para nela se tratarem todos os géneros, para dela se arrancarem todos os defeitos”, já na óptica de Fialho d’Almeida “Camilo foi bom – o génio é uma das formas da bondade – bom até onde pôde sê-lo um nevropata; e nessa bondade houve sinceridade, até onde pode mantê-la um romancista” e para Agustina Bessa-Luís “quando o coração me falha neste dialecto de escrever livros, volto-me para Camilo, que é sempre rei mesmo em terra de ciclopes”.