domingo, maio 30, 2021

O GOVERNO NÃO APRENDE COM AS ASNEIRAS

O futebol tem sido mau conselheiro deste Governo, depois dos festejos do Sporting em Lisboa, lá surgiu a final da Liga dos Campeões no Porto, e em ambas as ocasiões as coisas deram para o torto.
 
Em Lisboa foram as molhadas no exterior de Alvalade, e depois a volta triunfal pela cidade com ajuntamentos em vários locais, tudo sem o menor cuidado e sem a intervenção da polícia, que pelos vistos só actua quando são alvo de agressões.
 
No caso da Taça as coisas começaram bem antes, tanto no Algarve como no Porto, e continuaram depois até sábado, se é que já acabou.
 
O ministro Cabrita nem deu as caras, mas aquele jovem secretário de Estado veio, mais uma vez, falar na preparação cuidada do evento, bem secundado pelo senhor Moreira todo ufano pela realização deste evento na cidade, e foi o que foi. Depois do caldo entornado vieram as críticas, e a de Marcelo roçou a anedota, pois resumiu as coisas a problemas de comunicação do governo, e acabou com a tirada moralista , que seja "uma lição para o futuro" para o governo. 
 
Para rematar em tom humorístico temos a DGS a recomendar vigilância a quem contactou com adeptos ingleses, algo parecido com a recomendação feita em Lisboa.
 
Em termos de organização por parte dos dirigentes envolvidos, estamos falados - são umas nódoas, e já não têm cura.


 

sábado, maio 29, 2021

AS GRANDES PRAGAS E OS MUSEUS

Uma das coisas que me deixaram surpreso foi não ter visto qualquer exposição sobre as grandes pragas que se registaram na História, nos nossos museus, monumentos e palácios. São conhecidos diversos episódios por toda a Europa, e também alguns em Portugal, envolvendo as populações em geral, e até as próprias monarquias.
 
Existe material suficiente para se explorar o tema, agora que atravessamos uma pandemia, mas parece que o tema não atraiu os responsáveis dos equipamentos culturais.
 
Alguns links interessantes AQUI , AQUI e AQUI


 Pieter Bruegel the Elder, Triumph of Death (detail), c. 1562, Museo del Prado, Madrid

segunda-feira, maio 24, 2021

PRÉMIO PARA O INCUMPRIMENTO

Quando as coisas pareciam estar a entrar nos eixos e em velocidade de cruzeiro, no que se refere à vacinação, eis que os políticos mais uma vez voltam a meter-se no assunto, e surge a asneira.

Tudo começou com os festejos do Sporting, onde as autoridades meteram a pata na poça e se viram aquelas situações lamentáveis, com multidões sem máscara e a beber bebidas alcoólicas na via pública. É evidente que as molhadas não iriam para por aí, quando todos perceberam que a polícia não iria actuar com o recurso à força (tinha sido desautorizada) em situações de grandes ajuntamentos. Viu-se no miradouro, e logo depois pelo Bairro Alto.

Perante a falta de autoridade e o medo de prejudicar o partido nas próximas eleições, o Governo abdicou de prevenir e de actuar contra os incumpridores, e correu mais uma vez atrás do prejuízo.

Perante o aumento de infectados, muito em especial nos grupos etários mais baixos, toca a misturar as coisas e vai de vacinar os incumpridores, em detrimento dos cumpridores. E surge um Secretário de Estado que atirou para o ar uma mentira de todo o tamanho, “…adiantou que mais de 90% da população acima dos 60 anos está vacinada e perto de 80% dos maiores de 50 anos também…”.

E claro, também não passou ao lado daquilo que já se suspeitava acrescentando, “não sei se faz sentido estar a fazer uma vacinação específica para uma população mais jovem em Lisboa, mas se for preciso, é uma coisa que consideraremos”.  


 

quinta-feira, maio 20, 2021

DIA DA MARINHA

Hoje lembrei-me de recordar um dos mais famosos navios fantasmas da História, o tal que nunca poderia atracar e que foi amaldiçoado a navegar pelos oceanos até à eternidade, o Holandês Voador.

 

O Holandês Voador

 FANTASIA

 

O barco concebido por um arquitecto

sexta-feira, maio 14, 2021

INCOERÊNCIAS

Os nossos políticos são exímios em dizer uma coisa e também o seu contrário se for preciso, mas a sua maior especialidade é a de serem uns perfeitos irresponsáveis, pois assumir as responsabilidades não é uma qualidade por eles apreciada.
 
As asneiras por alturas da conquista do campeonato pelo Sporting, não foram assumidas por ninguém, como se deduz pela abertura dum inquérito, e pelas declarações lamentáveis de todas as autoridades envolvidas.
 
Fernando Medina veio alegar que "em Portugal vigora um regime de liberdade de reunião em espaço público", o que os dias seguintes vieram desmentir cabalmente, para o derby da capital, entre o Benfica e o Sporting.
 
É triste esta má qualidade dos nossos políticos, e a sua falta de vergonha bem patente neste caso e em muitos outros nos últimos tempos.


 

quarta-feira, maio 12, 2021

ESTÁ TUDO BEM...

Portugal é um país de brandos costumes, é o que se diz e é bem verdade. Infelizmente, e m diversos aspectos, essa realidade não é boa para todos nós.

Os incidentes da festa do título, justamente ganho pelo Sporting, foram uma vergonha, maior ainda do que os ajuntamentos num miradouro de Lisboa, e infelizmente aconteceram.

Alguns vieram minimizar os dois problemas, dizendo que eram inevitáveis, que eram uma reacção compreensível depois de tanto tempo de confinamento, e que as consequências em termos da epidemia, deverão ter pouca expressão.

Não discuto a vontade de socializar, ou de festejar, mas continuamos a braços com a epidemia, a maioria dos portugueses cumpre as regras impostas, e respeita os outros, mas pelos vistos há quem não tenha consciência e ignore o que é mais básico sobre a Liberdade, é que a nossa não pode interferir com a dos outros.

Estas considerações não ilibam os maiores responsáveis, que estão no Governo, na autarquia e no clube em causa.

Também no sacudir de responsabilidades nada de novo, ninguém as assume. António Costa diz que tem um excelente ministro da Administração Interna. Medina ficou-se pelas covas e em silêncio. O Secretário de Estado que disse anteriormente que estavam a planear o acontecimento diz que a responsabilidade dele é o desporto e que não tem nenhuma responsabilidade neste caso. O ministro Eduardo Cabrita manda abrir um inquérito à PSP. Uns quantos comentadores bem conhecidos, vêm imputar todas as responsabilidades aos cidadãos, que deviam seguir as instruções da DGS. O Sporting diz que não sabe quem colocou os ecrãs gigantes no exterior do seu estádio.

Detesto estados autoritários, mas acho que o Estado deve ter autoridade e exercer a mesma de acordo com a Lei, mas quando não actua quando deve, quando não sabe prevenir, acabando por deixar a responsabilidade nas mãos dos cidadãos, faz com que os cidadãos percam o respeito pela autoridade do Estado.


 

domingo, maio 09, 2021

VACINA CONTRA A HIPOCRISIA

Há vacinas contra a Covid 19 que servem para uns e não servem para outros, ainda que as autoridades de saúde a nível mundial e europeu garantam que são absolutamente seguras, para todos, e que os extremamente raros casos de efeitos secundários graves são largamente compensados pelos benefícios das mesmas.

Esta realidade serve apenas para sustentar a minha opinião de que as restrições para determinados grupos etários é uma decisão de políticos, apoiados pelos “especialistas” do regime que foram sempre dizendo o que os políticos desejavam ouvir, e que já tinham dito tudo e o seu contrário.

Nunca fui um “negacionista”, como já me chamaram, já tomei dezenas de vacinas, e tomei recentemente a da AstraZeneca, esta imposta pelo Governo, que muito democraticamente não me deu hipótese de escolha, nem acesso livre a qualquer outra. Na minha opinião quem está em negação são as autoridades (portuguesas e europeias), pois o seu discurso sobre este assunto tem sido errático, e confuso.

No caso da AstraZeneca chegou-se mesmo ao extremo de se estar a inocular a primeira dose desta vacina a pessoas, que se sabia à partida que nunca teriam uma segunda dose da mesma porque a União Europeia não iria renovar o contrato de compra da mesma já a partir do mês de Junho.

As razões das mudanças de opinião, sobre as vacinas, sobretudo desta, não são claras. Podem existir razões económicas (que aconselham a sua utilização), razões políticas e até razões de ordem técnica e de saúde (a desaconselhar o seu uso). Tudo isto pode ser verdade, mas os cidadãos deviam ser devidamente informados.

Macro veio agora dar uma nova pista, ou talvez não, mas é cada vez mais, difícil acreditar nos nossos políticos e nos seus “especialistas”.

 


 

quinta-feira, maio 06, 2021

O PODER ECONÓMICO

Desde há décadas que se discute quem realmente detém o poder, se são os políticos se são os que detêm o poder económico. Eu já não tenho qualquer dúvida, o poder político já se rendeu ao poder económico, porque o dinheiro fala mais alto.

O caso da pandemia da Covid 19 é um bom exemplo para se perceber onde está o verdadeiro poder. Depois de muito financiamento, sobretudo público, apareceram vacinas, algumas até com abordagens diferentes ao que era comum, e iniciaram-se campanhas de vacinação.

Os países desenvolvidos tomaram a dianteira, comprando quase tudo o que ia sendo produzido. Os países menos desenvolvidos ficaram sem qualquer possibilidade de entrar no mercado das vacinas (principalmente nas desenvolvidas pelo Ocidente).

Perante a escassez de vacinas as regras do mercado funcionaram por baixo pano, e Israel (por exemplo) conseguia vacinar mais rápido do que todos os grandes blocos, e logo surgiram países produtores de vacinas que proibiram a exportação das mesmas (por exemplo os EUA e a Reino Unido).

Conforme foi passando o tempo e a produção foi aumentando, a vacinação tomou velocidade nos países desenvolvidos, mas nos menos desenvolvidos a escassez continuou a ser uma realidade. A Índia é um caso muito particular dum país onde se fabricam muitas vacinas, mas onde prevaleceu a lógica economicista da necessidade de produção e de exportação, deixando o país numa situação de catástrofe sanitária sem igual.

Agora que os EUA têm boa parte da população vacinada, Biden propôs o levantamento das patentes das vacinas contra a Covid 19, que a maioria dos países e a própria OMS apoiam, mas lá veio a Alemanha e a Suíça, bem como as grandes farmacêuticas, dizer que não, e que isso não alterava a situação.

Todos sabemos que a pandemia não terá um fim sem que a maioria dos povos deste planeta tenham sido vacinados, e que o perigo de demorar nesta tarefa só pode trazer mais perigos, com novas mutações do vírus a ser a possibilidade mais imediata. Nem assim o poder económico parece querer ceder, tal a ganância do ser humano, e tal a fraqueza dos poder político, afinal os que nos representam…


 

Cartoon de Patrick Chappatte

quarta-feira, maio 05, 2021

OS NOVOS NEGREIROS

Ainda há poucos dias se discutia o discurso de Marcelo Rebelo de Sousa, porque ele disse que não nos devíamos autoflagelar, nem glorificar, com o nosso passado mas sim olhar para ele com uma visão histórica, aprendendo assim a não cometer os mesmos erros no presente e no futuro.

Houve muito boa gente que o criticou, salientando apenas os factos mais negativos, fazendo deles bandeira duma posição ideológica que sustentam.

A escravatura, a exploração e o racismo que clamavam ao referir-se ao nosso passado, afinal estava mesmo debaixo dos nossos olhos, não em territórios remotos, mas sim cá dentro, minando aquilo que consideramos um Estado Democrático, um Estado de Direito, e numa nação que aboliu a escravatura nos idos do século XVIII.

O passado é já imutável, o que podemos fazer é aprender com ele, e para isso não temos que nos autoflagelar. O que acontece no presente, isso sim, é da nossa responsabilidade enquanto povo, e disso si, devemos manifestar a nossa vergonha, o nosso repúdio e as críticas às entidades com responsabilidades no que acontece.