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sábado, outubro 12, 2019

TURISMO E O NOSSO PATRIMÓNIO HISTÓRICO-CULTURAL


O que Portugal tem para oferecer a quem nos visita já não são apenas as nossas praias, mas sim outras coisas que nos distinguem dos países com quem concorremos enquanto destino de férias.

Temos uma gastronomia que encanta os visitantes, mas cada vez mais vemos restaurantes, baratos e caros, a apostar em ementas internacionais que em nada se distinguem das que se encontram noutras paragens.

A simpatia dos portugueses e a sua predisposição para ajudar quem nos visita é amplamente reconhecida.

Num país pequeno como o nosso, temos paisagens muito diversas que encantam os turistas, que aliadas à calma do interior e à segurança são características que nos distinguem.

De tudo o que temos para oferecer, e não é pouco, há algo que é uma âncora importante, que é o nosso Património Histórico e Cultural, que importa valorizar. Muitos sectores que ganham com o turismo reconhecem o valor deste nosso património, mas o que é verdade é que isso não tem tradução visível no campo mecenático, visando a conservação e a sua divulgação.

Termino com uma frase duma empresária deste país, “ser um país prestável, amável e de boa gente não chega”.



quarta-feira, fevereiro 20, 2019

A IMAGEM DO NOSSO TURISMO


Nesta terça-feira andei por Sintra, e pude constatar que a zona da estação ferroviária continua a apresentar um espectáculo deprimente de verdadeiro “ataque ao turista” por parte de pessoas que querem vender serviços como o de aluguer de bicicletas, de carros eléctricos, de visitas guiadas, de viagens de tuk tuk, de alojamento local, ou até de restaurantes.

Com cartazes na mão ou com abordagens mais ou menos agressivas, dezenas de pessoas incomodam os turistas que descem dos comboios naquela linda Vila de Sintra. A primeira imagem de Sintra que fica na memória de quem lá chega de comboio não é a melhor. O pior é que este assédio não se resume à zona da estação, pois na ona histórica também existe e não passa despercebida, começando logo junto à paragem dos autocarros turísticos.

As verbas recolhidas pela actividade turística baixaram em relação ao PIB, e não se percebe bem porquê, mesmo que o rendimento por quarto continue a subir, e ninguém se questiona. Será que estamos perante a economia paralela, ou apenas com a fuga aos impostos? A actividade desregulada suscita todas as dúvidas, mas as autoridades continuam a não actuar…



quinta-feira, setembro 27, 2018

SERÁ QUE SOFRO DE TURISMOFOBIA?

Sempre que falo de espaços onde a pressão turística é exagerada e ameaça não só o Património, como também os residentes em algumas zonas, e a qualidade do que temos para oferecer aos próprios turistas, logo alguém diz que eu sofro de turismofobia.

A importância do turismo enquanto fonte de receitas, é evidente, como evidente é o interesse demonstrado pelos turistas em conhecer o país, mas também é verdade que para satisfazer essa procura não podemos prejudicar os portugueses residentes nas zonas onde existe a maior pressão, nem tão pouco a qualidade do que temos para oferecer, que é a autenticidade.

O que se passa em Veneza, Londres, Palma de Maiorca, Santorini, Milão ou Barcelona, devia servir de alerta, porque estes destinos e outros tentam soluções para resolver os efeitos negativos do excesso de pressão turística.

Conhecendo bem o sector acho que se podiam tentar promover outros destinos alternativos, para libertar zonas mais sobrecarregadas, virar atenções para o interior e para o seu Património edificado e natural, sem esquecer costumes, vinhos, e a nossa gastronomia que são trunfos muito poderosos.


No fundo temos que, diversificando destinos até podemos aumentar o número de turistas sem os defraudar e sem prejudicar os cidadãos.


segunda-feira, junho 04, 2018

PROFISSIONAIS DE ACTIVIDADE TURÍSTICA


Durante muitos anos só os guias oficiais é que podiam fazer visitas guiadas dentro dos nossos museus, palácios e monumentos, o que garantia uma qualidade de trabalho, e de divulgação do nosso Património e da nossa História, que era suportado pelas nossas instituições de ensino que formavam estes trabalhadores. Noutros países europeus as coisas eram muito semelhantes e os guias piratas (não credenciados) eram punidos exemplarmente, ao contrário do que acontecia por cá.

Há alguns anos a legislação mudou, e agora vivemos uma realidade que está muito próxima da anarquia completa.

Temos constatado que vários serviços dependentes da DGPC, afirmam desconhecer quem pode ser considerado agente de animação turística, e muito menos conhece o que é o registo no RNAAT, cujo comprovante devia ser exigido quando esses agentes reclamam o seu bilhete nas bilheteiras.

É muito frequente verem-se condutores de tuck tuck, taxistas, e outros “guias improvisados” a conduzir grupos de pessoas no interior de serviços da DGPC, a que acederam com bilhetes grátis, e dizendo barbaridades que envergonham quem os ouve e conhece os museus ou monumentos em causa.

O resultado desta verdadeira anarquia, que é originada pela falta de comunicação e formação do pessoal, é péssimo para o turismo e afecta a qualidade dos serviços prestados que todos desejamos seja boa.

A informação correcta e a formação do pessoal de bilheteira é relativamente fácil e rápida de fazer, e a credenciação destes agentes também é fácil de verificar, basta que haja vontade, a bem do nosso turismo e da Cultura. 



sábado, janeiro 27, 2018

PATRIMÓNIO PRESENTE E FUTURO



Todos os anos assistimos aos anúncios eufóricos do aumento das visitas aos museus, palácios e monumentos portugueses e se os museus apresentam números mais modestos, os palácios sobem a parada e os monumentos arrasam com números muito superiores.

Sabemos que o aumento do número de turistas justifica o aumento do número de visitantes do nosso Património, mas desconhecemos qual o impacto real nas receitas, porque em alguns casos temos a gratuitidades que podem influenciar mais o aumento das entradas do que o aumento das receitas obtidas.

Outra incógnita prende-se com o investimento realizado nestes últimos anos, que podem ou não, estar relacionados com a atractividade dos diversos serviços. Se no caso do Castelo de S. Jorge temos bastante publicidade e o benefício da centralidade, e se nos monumentos de Sintra também temos boa publicidade, investimento elevado em renovação e conservação, no caso do Património dependente do Ministério da Cultura é tudo mais opaco e difícil de aferir, serviço a serviço.

O turismo não aumentará sempre e as crises são sempre imprevisíveis, e em tempos de quebra do turismo serão mais procurados os serviços mais conhecidos, mais bem cuidados e bem apetrechados. 

Em tempos de vacas gordas bem se podia aproveitar o aumento de receitas para investir em conservação, renovação, e modernização, o que não tem sido claro nos serviços sob alçada directa do Estado, apesar das promessas eleitorais dos partidos do governo e da oposição.



sexta-feira, fevereiro 17, 2017

CULTURA, FORMAÇÃO, RECUPERAÇÃO E SEGURANÇA

Um dos grandes motores do turismo nacional é o turismo cultural, onde pontuam os museus, palácios e monumentos, que têm conhecido um enorme aumento de visitantes, quer nacionais quer estrangeiros.

A opinião dos visitantes estrangeiros no que respeita ao nosso Património é bastante favorável, e isso, bem como a melhoria dos números, tem satisfeito o governo e as entidades responsáveis pelos equipamentos culturais.

Quando as coisas parecem correr bem poucos se lembram de discutir as fragilidades do sector, e essas são infelizmente bastantes e bem graves.

Para começar temos o estado de conservação dos equipamentos, e aqui temos muito em que pensar, porque se em alguns o trabalho de restauro e conservação está em curso, em muitos outros tarda e em alguns casos nem sequer estão programadas intervenções desta natureza.

Outra fragilidade prende-se com a falta de formação profissional, que até é obrigatória, sendo que em alguns serviços ela não existe há já diversos anos, especialmente para os trabalhadores que lidam directamente com o público.

Por último, porque não pretendo ser exaustivo, temos os problemas de segurança, que por vezes vão desde a ausência de sinalética, ausência de formação profissional nessa matéria, falta de equipas de intervenção, planos de emergência desactualizados (ou mesmo inexistentes), equipamento desadequado para as emergências, etc.


É absolutamente necessário aumentar a qualidade do serviço que se presta aos visitantes, ter pessoal à altura das exigências devidamente motivado, e garantir a segurança dos visitantes e dos trabalhadores. Será que estou a ser demasiado ambicioso?  


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