sexta-feira, outubro 31, 2008

A GUERRA DOS MUNDOS

Fez ontem 70 anos a famosa emissão de rádio que aterrorizou os Estados Unidos. Orson Welles e alguns actores e técnicos fizeram nesse dia a adaptação radiofónica do romance de H. G. Wells «A Guerra dos Mundos», que foi tão convincente que muitos pensaram que era uma reportagem em directo de uma invasão de marcianos.

H. G. Wells foi um escritor de “romances científicos”, como gostava de chamar-lhes, e alguns deles tiveram grande sucesso tendo mesmo sido adaptados ao cinema, como «A Ilha do Dr. Moreau», «O Homem Invisível» e «A Guerra dos Mundos». Hoje pode dizer-se que foi um dos primeiros autores de clássicos da literatura de ficção científica.

Orson Welles, por sua vez, veio a ser um reconhecido actor, director e produtor de cinema, onde se estreou na longa-metragem de 1941, «Citizen Kane». Conheceu também um revés com «A Dama de Shangai», mas viria ainda a realizar e a actuar outros filmes que ficaram na memória de quem gosta de cinema.

Será que hoje seria possível gerar tanto pânico com uma encenação radiofónica ou televisiva deste tipo? Creio que sim!





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Arte Digital
End War Desktop by rayizard

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O Humor do Goraz

quarta-feira, outubro 29, 2008

CURTINHAS

Capitalismo – Talvez seja apenas uma curiosidade, quem sabe, mas a confiança dos consumidores americanos atingiu níveis impensáveis no país das grandes oportunidades, designação sobejamente conhecida e divulgada até à exaustão. O problema, ao que sabemos, não se situa apenas na queda dos mercados bolsistas, mas estende-se às preocupações com os fundos de pensões, ao desemprego que alastra a olhos vistos, e às execuções das hipotecas das casas que já atingem centenas de milhares de americanos. Os 38 pontos confirmados da confiança dos americanos em vez dos 52 estimados pelos analistas deixaram a nu a opinião dos cidadãos sobre um sistema económico que deixa desprotegidos precisamente os mais desfavorecidos, quando eles mais precisam. Talvez isso explique melhor o fenómeno Obama do que todas as análises políticas que tenho lido.



R.J. Matson

Museus e Palácios – Foi hoje anunciado que mais de 30.000 imagens das colecções dos museus e palácios nacionais estão já disponíveis para acesso público gratuito on-line, no sítio www.matrixpix.imc-ip.pt , criado pelo Instituto dos Museus e da Conservação (IMC). Hoje mesmo tomei conhecimento através de amigos que se interessam como eu pelo Património duma Proposta de Lei sobre o Regime geral de bens do domínio público, em consulta pública no Portal do Governo, que numa primeira leitura poderá permitir que privados possam gerir edifícios classificados em condições que me parecem perigosas. Se uma notícia merece aplauso a outra acarreta preocupações que irei analisar antes de tomar posição.



музее...

segunda-feira, outubro 27, 2008

LIGEIRINHO

Quando estamos a conversar entre amigos, num domingo quente de Outono, com umas loirinhas à frente e uns petiscos prontos a marchar, o mais natural é que a conversa seja leve e pontuada por algum humor.

Uma conclusão que foi consensual à mesa, foi o apoio claro dado à banca e às empresas por parte do Estado, que não teve igual reflexo no apoio ao cidadão comum que trabalha por conta de outrem. Os bancos vão livrar-se dos papéis tóxicos e podem ganhar assim alguma liquidez, compensada pelo recurso ao crédito com o aval concedido, e as empresas vêem aberta linhas de crédito para investimento, mesmo as pequenas e médias empresas porque a própria UE também disponibiliza fundos que se podem aproveitar.

O cidadão comum, que enfrenta dificuldades em enfrentar a alta do custo de vida, não vê nenhum alívio no IRS, no IVA e no ISP, o que não augura nada de bom para o ano de 2009.

Não julguem que na mesa não havia nenhum socialista, porque havia, e embora não seja um apoiante de José Sócrates, lá atirou para a discussão os aumentos da Função Pública e do salário mínimo, assuntos que trouxeram uma pitada de humor à conversa.

Todos, concordaram que os portugueses tinham muito a ganhar com eleições mais frequentes, porque rebuçados destes só acontecem em ano de eleições.

Teremos sido injustos com o Governo, ou terá sido esta uma conversa que, mais coisa menos coisa, se repete nas conversas informais que os portugueses têm quando se encontram e se discute política de forma ligeira e descomprometida?



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PINTURA - RECORDAR AMADEU 90 ANOS DEPOIS DA SUA MORTE
Menina dos Cravos

Canção Popular a Russa e o Fígaro

Cozinha da Casa de Manhouce

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Humor em Bonecos
Lino vê no Magalhães uma ajuda às exportações

Alinhar ao centroA vingança de Adão e Eva


sábado, outubro 25, 2008

NOTÍCIAS ACTUAIS

Bancos podem recorrer a garantia

O BCP, o BES e o BPI admitiram esta sexta-feira recorrer à garantia do Estado para assegurar a emissão da dívida.

Correio da Manhã




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Atenção aos entusiastas - Os radares vão estar preparados para "apanhar" os mais incautos, e a polícia também fará a sua "pedagogia" com os blocos de multas bem à mão de semear. Porte-se bem, ou a brincadeira pode ficar bem cara.
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A Falta de Humor Televisivo

quinta-feira, outubro 23, 2008

A GALP E OS LUCROS

Já estamos a ficar habituados às lamurias e às explicações vagas dos responsáveis da Galp sobre a muitíssimo lenta descida dos preços dos combustíveis. O que é certo é que os portugueses, por culpa do Estado e também da Galp continuam a pagar muito caro este monopólio, e os efeitos reflectem-se em todo o consumo e produção, para já não falar na energia, cujos aumentos disparam muito acima da inflação.

A Galp transpira saúde, a julgar pelos investimentos milionários além fronteiras, como se soube recentemente. No Brasil descobrem-se novas jazidas de petróleo, e em Espanha compram-se postos de abastecimento que levam a companhia a um nível de vendas equiparado ao que tem em Portugal. Tudo negócios legítimos e desejáveis, mas que revelam uma prosperidade pouco condizente com as dificuldades conhecidas nos mercados financeiros e de investimento.

O dinheiro não aparece por milagre, e por exemplo é curioso referir uma estimativa do banco suíço UBS, que prevê um aumento de 43% nos resultados líquidos do 3º trimestre da Galp Energia, resultantes dos lucros nas divisões de gás e distribuição. Outros números das previsões atribuem um aumento de 19% na distribuição, em resultado da melhoria nas margens de refinação, e no gás um crescimento de 57%.

Ainda bem que temos uma autoridade reguladora, que certamente vai ler estas estimativas do UBS, e certamente investigar, mas como terá de confirmar os dados, que certamente não dispunha até agora, o mais certo é vir a apresentar os resultados da sua análise lá para começos de 2014, se entretanto não vierem à baila outras previsões e dados mais recentes.

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Outono em Pintura
Green autumn by mashami

Autumnal mist by mashami

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Humor Falido
John Cole

Daryl Cagle

terça-feira, outubro 21, 2008

E AS SUAS EXPLICAÇÕES?

O ministro Teixeira dos Santos, na sua forma peculiar de falar, disparou contra a oposição de esquerda, devido às críticas contra a garantia de 20 mil milhões de euros concedida pelo Estado a bancos que possam enfrentar dificuldades. Eu não esperava que viesse aplaudir os críticos, mas achei que os termos utilizados “só por cegueira ideológica se pode ver nesta iniciativa uma ajuda aos banqueiros”, um tanto ou quanto excessiva.

Sem defender qualquer ideologia, isto para respeitar a fraseologia do ministro, são muitos os portugueses que esperavam da parte do senhor ministro explicações detalhadas sobre o modo como vai ser controlada esta operação, quais os instrumentos que serão utilizados para fiscalizar a utilização dos dinheiros, e quais as garantias que podem ser accionadas para garantir um bom investimento dos dinheiros dos contribuintes. Em traços gerais estas são as legítimas preocupações dos cidadãos deste país.

Parece-me que sem os esclarecimentos claros e legais por parte do Governo, todas as dúvidas são legítimas. Note-se que qualquer investidor privado ao garantir empréstimos, enquanto fiador ou avalista, impõe naturalmente condições várias e procura garantir uma remuneração adequada, dependente do montante do acordo. Será que as dúvidas sobre as garantias dum negócio, sim porque isto é tipicamente um negócio, podem ser interpretadas como sendo ideológicas?

Já agora, senhor ministro, a tal crise financeira internacional de que fala não terá também, ainda que em parte, a mão de alguns gestores de bancos nacionais que terão investido imprudentemente em fundos estrangeiros de altíssimo risco, transportando para cá os efeitos nefastos da espiral especulativa? É que não me consta que tenham existido demissões em qualquer banco nacional por tais motivos, e isso deixa-me ainda mais preocupado.



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Fotos - Natureza
By Palaciano

By Palaciano
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Humor Armado
Dario Castillejos

Zhu-Cheng

domingo, outubro 19, 2008

ONDE FICA A VERGONHA?

O discurso oficial tem sido de tonalidade rosada, tentando convencer-nos que o défice está controlado, a economia nacional está robusta, as instituições financeiras respiram saúde e em 2009 vamos crescer pouco, mas mesmo assim acima do crescimento de grande parte dos nossos parceiros europeus.

Da propaganda à realidade vai uma longa distância e, de vez em quando, lá descemos à realidade quando somos confrontados com estudos de organizações internacionais como o mais recente da OIT onde, preto no branco se diz que “Portugal é o país desenvolvido (?) onde, nos últimos 20 anos, mais cresceu o fosso entre os trabalhadores que ganham mais e os que ganham menos”.

As desigualdades sociais são um espelho fidedigno da qualidade da governação. Com políticas que se dizem socialistas ou social-democratas, os resultados são francamente maus, e deviam fazer meditar os nossos políticos e eleitores.

Os sinais são ainda mais negros, a crer nas últimas notícias, se for avante a “suavização de coimas fiscais” sobre a apropriação ilícita de impostos, que o executivo deverá propor brevemente no Parlamento. A acontecer, isto será um perdão de multas fiscais e um incentivo óbvio à infracção. A apropriação ou retenção abusiva de descontos dos trabalhadores deixa de crime de abuso de confiança até 7500 euros.

Tinha-me proposto concluir com a minha opinião, mas os adjectivos que me vieram à mente não são publicáveis aqui neste espaço, pelo que deixo as conclusões para os leitores.



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Fotos Coloridas
LIA-sun

Cherepahin

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Humor - A minha Escolha
Orçamento do Estado por Henrique Monteiro
O regresso de Al Capone Por Henrique Monteiro

sexta-feira, outubro 17, 2008

É SÓ SAÚDE

Como ontem me fartei de ouvir falar em obesidade e em bons hábitos alimentares, fiquei com a impressão de que, afinal, aqueles malandros que causaram a presente crise nos mercados financeiros, nada mais fizeram do que tratar-nos da saúde.

Abaixo a obesidade!

quinta-feira, outubro 16, 2008

CURTINHAS

Orçamento 2009/I – Os aumentos propostos pelo governo para a função pública, de mais 2,9%, suscitaram desde já dois comentários que em breve estarão no centro de algumas discussões. O primeiro prende-se com o aumento propriamente dito, com os funcionários a perguntarem onde se encaixa o desconto para o fundo de desemprego de que agora não se fala. O segundo vai para a reacção do patronato, que não abriu a boca desde 2000, altura em que os aumentos na função pública começaram a ser sistematicamente inferiores à inflação. Talvez seja útil fazerem bem as contas, porque nas minhas o aumento líquido fica abaixo do valor da inflação.

Orçamento 2009/II – A pedido de alguns amigos ligados ao Património, dei uma rápida vista de olhos ao Orçamento destinado à Cultura e, sem surpresa, vi que foi o que levou o maior corte por parte do executivo. A Cultura parece não ser prioritária para este governo, que manifestamente se esqueceu das suas promessas eleitorais, mas também há um ministro que foi nomeado, tudo o indica, para “enterrar” definitivamente o sector. Não há quadros de pessoal, logo não há admissão de novos vigilantes para os museus e portanto a vergonha dos encerramentos continua. Claro que existem os contratos tarefa, nome que pretende ocultar os falsos recibos verdes, mas atenção, porque os recibos verdes agora têm consequências que podem implicar o afastamento dos responsáveis pelos serviços, e para isso basta que se comprove que desempenham funções subordinadas e estejam a satisfazer necessidades dos serviços.


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Fotografias Outonais
Olav Næss

Oddemann

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Humor Russo

terça-feira, outubro 14, 2008

A MENTIRA E A ECONOMIA

A actual situação económica na Europa veio tornar mais claras algumas ideias sobre a economia propriamente dita, e também sobre os políticos da actualidade. A economia, está visto, não pode ser deixada em roda livre e sem controlo, sob pena de chegarmos a situações de excesso como a que se verificou. Os políticos, por sua vez, não falam verdade quando grandes crises, como a actual, acontecem debaixo das suas barbas, porque não querem assumir responsabilidades, nem atribuí-las, por falta de eficácia dos seus governos.

A primeira tentativa de resolução desta crise partiu dos EUA, e visava a compra dos “créditos tóxicos” (vulgo incobráveis) por parte do Estado, para permitir o normal funcionamento das empresas financeiras. Não foi aprovado, nem resultaria como se viu, porque na realidade eram quase impossíveis de se contabilizar, e ninguém estava disposto a tornar pública a verdade.

Na Europa, cujos governos de início vieram a terreiro afirmar que a crise era apenas aguda do outro lado do Atlântico, chegou-se à conclusão que afinal por cá também havia uma crise financeira de dimensão idêntica à dos EUA. Para os cépticos aconselho que somem apenas os montantes das garantias dadas pelos governos europeus e facilmente chegarão a um número fantástico.

Embora agindo de forma concertada, eles assim o disseram, os países europeus, tiveram formas diferentes de abordar o mesmo problema. Os ingleses não hesitaram em nacionalizar bancos, os restantes ficaram-se pelas garantias estatais aos empréstimos interbancários, deixando para o fim a possibilidade de procederem a nacionalizações. Todos, ou quase todos, os que se interessam por economia, e não estão enfeudados a interesses políticos e económicos, concordam que Gordon Brown agiu melhor que os seus parceiros, não só porque sossega mais os contribuintes no que toca ao retorno vantajoso do dinheiro público envolvido nesta operação, mas também porque assim dá ao Estado instrumentos mais eficazes para fiscalizar no futuro a actividade bancária, para poder evitar situações deste tipo.




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Humor Internacional
Adam Zyglis

Michael Ramirez

Jimmy Margulies

segunda-feira, outubro 13, 2008

ROTINAS

Às vezes chegamos ao fim de uma semana e quando olhamos bem, reparamos que o trabalho rendeu pouco e que se verificaram atrasos que não conseguimos explicar. Aconteceu-me na passada semana e, para dizer a verdade fartei-me de andar de um lado para o outro.

Eu até sou um fulano que gosto de organizar o meu trabalho, quero sempre tudo pronto com antecedência e procuro acautelar-me para os imprevistos, será que amoleci? Terei eu perdido o meu tempo desnecessariamente, ou terei descurado as minhas obrigações?

Vejamos: agi de acordo com o que tinha planeado, fui onde tinha de ir, contactei quem tinha de contactar e até atendi dois pedidos que não estavam agendados, mas o trabalho no escritório ficou aquém do programado. Porquê?

Pois é, acho que fui almoçar com amigos duas vezes, ao invés do costume, que é apenas uma vez na semana. Mas há mais, durante a semana encontrei um amigo que acabou de ser avô e está no mundo da Lua, logo tive que ir dar os parabéns à esposa e à filha, e de fazer uma festinha na neta, que diga-se é um docinho. Nesse dia à noite fomos todos juntar-nos à alegria deste amigo e o serão foi muito agradável lá na casa dele.

Afinal nem tive um atraso assim tão grande no trabalho, e a descontracção e alegria dos momentos passados em alegre cavaqueira com a família e amigos, até serviu para relaxar um pouco e ganhar forças para uma nova semana, mais produtiva com toda a certeza.



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Fotos - Natureza
Sem Título II by kimmen

remus

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Humor Internacional
Toso-Borkovic

Valentin-Druzhinin

Seyran-Caferli

sexta-feira, outubro 10, 2008

CURIOSIDADES CAPITALISTAS

Islândia – Com a moeda nacional a desvalorizar-se grandemente e com as instituições financeiras à beira do colapso, este paraíso financeiro viu-se obrigado a recorrer à Rússia de Putin e Medvedev, em busca de um avultado empréstimo. Como um mal nunca vem só, um internauta resolveu “dar uma ajudinha” e colocou a Islândia à venda no eBay por um preço inicial de 99 pence. Até há poucas horas já tinha recebido quase uma centena de lances, estando o lance mais alto do leilão em 12,6 milhões de euros. O autor da oferta adverte que a Gronelândia e Björk não estão incluídos no lote.

Banca – Primeiro, os bancos centrais emprestaram dinheiro aos bancos que se recusavam a ceder créditos uns aos outros. Depois os governos compraram os “créditos tóxicos” para aliviar os balanços dos bancos. Mas não foi suficiente. Agora todos (?) se viram para á última das soluções: a nacionalização. A anunciada morte do capitalismo pode ser prematura, mas lá que o paciente está em estado de coma, isso é mais do que evidente.

Galp – O presidente da Galp aposta na continuação da queda do crude, mas os portugueses já perceberam que ele não aposta com a mesma convicção na descida dos combustíveis que a Galp produz, e muito menos no valor do gás de botija que teima em não descer, ninguém percebe porquê. Não admira que também aposte convictamente nos projectos de investimento. Pudera, nós continuamos a financiá-los, com o beneplácito do governo (accionista) e do regulador, que apesar da transparência das contas da Galp e da formulação de preços, só se pronuncia lá para a Primavera de 2009. Porreiro, pá!



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Fotos Floridas
Autumn Delights by *UKTara

Orange Power by *allym007

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Humor


quarta-feira, outubro 08, 2008

GARANTIA...

Ao almoço, diante da travessa de cozido à portuguesa, éramos quatro a conversar sobre as últimas do país e do mundo. A conversa, com toda a naturalidade, versou essencialmente sobre a crise que a todos vai afectando e que, dizem os entendidos, pode vir a agudizar-se.

Para começo de conversa devo dizer que eu costumo ser o mais azedo do grupo, quando toca a zurzir em quem manda cá no pedaço e na economia mundial. Não admira que eu tenha aberto as “hostilidades” com a desconfiança perante as garantias de José Sócrates e de Teixeira dos Santos quanto à segurança dos depósitos dos portugueses.

As sensibilidades dos intervenientes é normalmente diversa na maioria dos temas, como diversas são também as actividades dos convivas, que vão desde o reformado (eu) com actividade liberal, ao bancário, o empresário e um quadro de uma grande empresa.

Com alguma surpresa, quanto ao assunto da confiança, o cepticismo é generalizado. O empresário para se aguentar já andou por Espanha, seguiu por Angola e agora anda pelo Dubai para conseguir manter a sua produção, já que as encomendas nacionais diminuíram cerca de 50% no último ano. O quadro superior admitiu que os despedimentos e a diminuição da actividade da sua empresa vão acontecer a breve trecho. O bancário lá veio dizer que o banco onde trabalha enfrenta níveis incomportáveis de crédito mal parado e falta de liquidez, estando agora a fomentar as poupanças e os depósitos a prazo oferecendo tarifas “muito vantajosas” aos grandes depositantes que têm capacidade negocial.

A tudo isto acrescento que as minhas dúvidas quanto às garantias do Governo são fundamentadas pelas declarações de Teixeira dos Santos quando disse que “aconteça o que acontecer, as poupanças dos portugueses em qualquer banco que opera em Portugal estão garantidas”, e quando questionado se a garantia dos depósitos era ilimitada, respondeu “foi o que eu disse”. Horas depois, tudo mudou, e o mesmo ministro veio afirmar que as garantias iam só até aos 50 mil euros, e por imposição da União Europeia, bem fresquinha.

No fundo, o que o Governo diz estar garantido são apenas os bancos “com relevância sistémica”, que convenientemente não precisa quais são, o que não descansa ninguém.



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Fotografias de Estátuas
Angel by Evgenia Belkovich

Estátua-Vaticano by kony

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Humor da Imprensa Nacional
In Público

In Público