Penso que já ninguém duvida que não morro de amores pelas opiniões dos nossos economistas e comentadores de economia, pelo menos pela maioria deles. Sou um leitor compulsivo de jornais e revistas, os livros exigem maior disponibilidade, e essa já é mais difícil de arranjar, embora ainda vá existindo de quando em vez, e procuro ler diversas correntes de opinião, mesmo aquelas que partem de pessoas cujo pensamento se situa nos antípodas daquilo que defendo.
Já abordei aqui o tema da (falta) ética do mercado, salientando que são perfeitamente incompatíveis por definição, e talvez por isso mesmo os meus olhos tombaram sobre uma coluna de opinião de Francisco Sarsfield Cabral com o título “Ética e mercado”. Quem já o tenha lido ou visto na televisão concordará que é um liberal às direitas e até há bem poucos dias, pelo menos, um defensor da auto regulação dos mercados e de menor intervenção do Estado na economia.
Apesar da minha discordância com as suas ideias, FSC conseguiu surpreender-me com o seu artigo, pelo que não resisto a transcrever um excerto: «A melhor prevenção dessas bolhas especulativas e da desgraça que elas trazem está numa ética de negócios com sentido das responsabilidades e que ponha um travão às tentações de absolutizar o lucro. Ora o fim do comunismo e o crescimento dos mercados financeiros abalaram essa ética, criando em muitos gestores a sensação de que poderiam fazer tudo para ganhar dinheiro.»
Fiquei confuso com esta tese fantástica de Francisco Sarsfield Cabral, porque parece sugerir que “o fim do comunismo” é responsável pela falta de “ética do mercado”, ou que anteriormente havia “alguma ética” por causa da existência do comunismo. A cereja no topo do bolo é claro a referência a João César da Neves e ao seu livro “Introdução à Ética Empresarial”. Olha que dueto!...
Os teus posts enriquecem todos quantos por aqui passam. Saio sempre mais esclarecida do que quando entrei. Creio que já ninguém gosta de ouvir economistas e comentadores de economia. Por que será?
ResponderEliminarAinda os vou ouvindo para não perder de todo o norte.
Beijinhos
p.s. Li o comentário do Jorge Guedes no post anterior.Excelente, o professor! Como sempre!
Eu só não percebo é porque estes senhores andaram tanto tempo a estudar? De economia, afinal sabem tento como eu! Talvez tenham apenas aprendido a falar, falar, falar, falar!
ResponderEliminarAgora só faltava, subreticiamente, mudarem de opinião, de verdades absolutas, sem que ninguém dê por isso.
É preciso descaramento.
Um abraço sem economias
Para ser franca eu não entendo a política de economia. Eu entendo a economia da minha casa, que devido à carestia de vida está cada dia mais enferma.
ResponderEliminarUm abraço e uma boa semana
Olá meu querido Amigo, li o teu texto e como sempre excelente, "Olha que dois", certíssimo!!! Adorei Amigo José... Beijinhos de carinho e amizade,
ResponderEliminarFernandinha
Um facho e um beato, ambos agarrados aos tachos e sempre prontos a ajudar quem manda.
ResponderEliminarLol
AnarKa
Isto na hora do aperto todos se lembram de Santa Bárbara (e esta a das trovoadas, não é?) ... estranho é o que andaram estes tipos a estudar e a ler durante anos ...
ResponderEliminarParece que para a actual economia o valor absoluto dos números não é o mesmo que era!
ResponderEliminarUm abraço
António
Menino! As fotografias escolhidas são um regalo e o humor bem actual. Dos senhores que referes só digo que são sempre alinhados com quem lhes paga e só fazem prognósticos no final do jogo, como uns quantos que se dedicam ao pontapé na bola.
ResponderEliminarBjos da Sílvia
houvesse mais ética e as coisas, em todas as vertentes, não estariam neste estado...
ResponderEliminardiscordo com o sr Sarsfil Cabral, pois muitos destes comentaristas e analista, quando se encostam ao poder a conversa é outra.
ResponderEliminarSaudações amigas