segunda-feira, fevereiro 22, 2016
SACRIFICAR O TRABALHO
quarta-feira, julho 10, 2013
A DEMOCRACIA E O CAPITAL
quinta-feira, junho 14, 2012
CORRUPÇÃO
(Imagens de Marilena Nardi)
segunda-feira, janeiro 30, 2012
ERRO ESTRATÉGICO
Depois da queda do muro de Berlim, e com a evolução económica da China e dos países africanos e sul-americanos, a economia dos países ocidentais (Europa e América do norte) começou a mostrar as suas debilidades e enfraqueceu a importância dos países ditos capitalistas.
Perante as suas debilidades económicas, e tendo já deslocalizado grande parte da sua indústria, e com níveis de vida e salários bastante superiores, o Ocidente capitalista perdeu a sua competitividade para os emergentes, nas bases estabelecidas. Solução: diminuir custos de produção recorrendo à baixa de salários e cortes no campo social.
O resultado tem sido a contestação enquadrada pelas instituições existentes que tinham sido os rostos da oposição ao poder. Rapidamente o poder económico atacou e tratou de enfraquecer as oposições, para implementar as medidas mais favoráveis aos seus interesses, o que teve resultados inesperados.
As populações deixaram de acreditar nos políticos, e nas instituições existentes e incapazes de travar este empobrecimento forçado pelos interesses económicos, que estão a aumentar para níveis gritantes as desigualdades sociais.
Começaram a surgir grupos de pessoas indignadas contra o sistema dominante, que não se revê em partidos ou outras instituições, que começaram a protestar pacificamente, e que também foram ignoradas e até ridicularizadas pelo poder.
É errado pensar que estes movimentos de protesto, algo desorganizado vai simplesmente acabar, e que com umas bastonadas e algumas detenções se acaba com a contestação. Por este andar as autoridades estão a obrigar os indignados a passar a um nível superior de contestação, mais perigoso porque completamente anárquico. A falta de organização de movimentos mais ou menos clandestinos poderá ter resultados muito desagradáveis e difíceis de evitar.
Há um ditado popular que diz: quem tudo quer, tudo perde!

sábado, março 13, 2010
A RESPONSABILIDADE
O desemprego existente nas sociedades ocidentais é, em grande parte, resultado do falhanço das políticas económicas seguidas nos últimos anos. A falta de regulamentação dos mercados de capital e a desregulamentação do mercado de trabalho, conjugados com a deslocalização da capacidade produtiva para países onde os direitos do trabalho simplesmente não existem, conduziram-nos a esta situação.
Os políticos não aceitam as suas responsabilidades, e os investidores diminuíram grandemente o seu investimento nos países desenvolvidos e viraram-se para o mercado especulativo, que sem o freio da regulamentação acabou por colapsar causando a crise económica que atravessamos.
Em Portugal, e atendendo ao que se desenha com este Orçamento de Estado e com o PEC que vamos conhecendo, começa a desenhar-se um cenário negro do tipo, “se não morremos da doença, morremos da cura”.
Os responsáveis não admitem os erros e atiram as responsabilidades e os encargos para quem nunca teve outra responsabilidade no assunto, para além de os ter escolhido para os lugares que ocupam no poder.

quarta-feira, junho 03, 2009
CAPITALISMO
Todos tendem a considerar que falar do fim do capitalismo é um exagero, e o argumento mais forte é a inexistência de alternativa viável.
Não sei se têm razão, ou se pelo contrário apenas pretendem que assim seja, mas o que é certo é que o capitalismo já não é o que era, e nem sei se a designação faz justiça ao modelo cada vez mais evidente, da economia ocidental.
Há uns anos dizia-se “O que é bom para a GM é bom para os Estados Unidos”, hoje talvez se devesse dizer o inverso, quando nos referimos a esta empresa falida.
Os grandes bastiões financeiros do capitalismo tiveram que recorrer às ajudas estatais para não colapsarem, demonstrando as fragilidades de todo o sistema, assente na especulação. A indústria automóvel, também recorreu ao Estado para não encerrar as portas, e não falo apenas dos EUA, pois no Japão também há mãozinha do estado nesta indústria, e na Alemanha é o que se sabe.
O capitalismo puro e duro deixou de existir, muito por causa das consequências da sua ambição desmedida e da falta de ética e de fiscalização dos estados, mas tentará com toda a certeza, vir a tomar as rédeas da situação logo que as suas necessidades de liquidez estejam satisfeitas, e todos nós estejamos ainda mais pobres.
quarta-feira, outubro 29, 2008
CURTINHAS
Capitalismo – Talvez seja apenas uma curiosidade, quem sabe, mas a confiança dos consumidores americanos atingiu níveis impensáveis no país das grandes oportunidades, designação sobejamente conhecida e divulgada até à exaustão. O problema, ao que sabemos, não se situa apenas na queda dos mercados bolsistas, mas estende-se às preocupações com os fundos de pensões, ao desemprego que alastra a olhos vistos, e às execuções das hipotecas das casas que já atingem centenas de milhares de americanos. Os 38 pontos confirmados da confiança dos americanos em vez dos 52 estimados pelos analistas deixaram a nu a opinião dos cidadãos sobre um sistema económico que deixa desprotegidos precisamente os mais desfavorecidos, quando eles mais precisam. Talvez isso explique melhor o fenómeno Obama do que todas as análises políticas que tenho lido.
Museus e Palácios – Foi hoje anunciado que mais de 30.000 imagens das colecções dos museus e palácios nacionais estão já disponíveis para acesso público gratuito on-line, no sítio www.matrixpix.imc-ip.pt , criado pelo Instituto dos Museus e da Conservação (IMC). Hoje mesmo tomei conhecimento através de amigos que se interessam como eu pelo Património duma Proposta de Lei sobre o Regime geral de bens do domínio público, em consulta pública no Portal do Governo, que numa primeira leitura poderá permitir que privados possam gerir edifícios classificados em condições que me parecem perigosas. Se uma notícia merece aplauso a outra acarreta preocupações que irei analisar antes de tomar posição.
sexta-feira, outubro 10, 2008
CURIOSIDADES CAPITALISTAS
Islândia – Com a moeda nacional a desvalorizar-se grandemente e com as instituições financeiras à beira do colapso, este paraíso financeiro viu-se obrigado a recorrer à Rússia de Putin e Medvedev, em busca de um avultado empréstimo. Como um mal nunca vem só, um internauta resolveu “dar uma ajudinha” e colocou a Islândia à venda no eBay por um preço inicial de 99 pence. Até há poucas horas já tinha recebido quase uma centena de lances, estando o lance mais alto do leilão em 12,6 milhões de euros. O autor da oferta adverte que a Gronelândia e Björk não estão incluídos no lote.
Banca – Primeiro, os bancos centrais emprestaram dinheiro aos bancos que se recusavam a ceder créditos uns aos outros. Depois os governos compraram os “créditos tóxicos” para aliviar os balanços dos bancos. Mas não foi suficiente. Agora todos (?) se viram para á última das soluções: a nacionalização. A anunciada morte do capitalismo pode ser prematura, mas lá que o paciente está em estado de coma, isso é mais do que evidente.
Galp – O presidente da Galp aposta na continuação da queda do crude, mas os portugueses já perceberam que ele não aposta com a mesma convicção na descida dos combustíveis que a Galp produz, e muito menos no valor do gás de botija que teima em não descer, ninguém percebe porquê. Não admira que também aposte convictamente nos projectos de investimento. Pudera, nós continuamos a financiá-los, com o beneplácito do governo (accionista) e do regulador, que apesar da transparência das contas da Galp e da formulação de preços, só se pronuncia lá para a Primavera de 2009. Porreiro, pá!



sábado, setembro 27, 2008
QUEM VAI PAGAR AS FAVAS?
Chegados ao buraco causado pela economia de casino, que tem vigorado desde a época Reagan, ninguém parece saber muito bem como sair daqui, sendo certo que com injecções de capital brutais, ou sem elas, os mais desfavorecidos vão ficar ainda mais desprotegidos.
O desmantelamento do Estado Social, as teorias que proclamavam que menos Estado era melhor Estado, e que os aumentos de investimento e de produtividade só se podiam conseguir com mais impostos sobre o trabalho e menos sobre o capital, falharam completamente levaram-nos à situação em que estamos.
Não vi até agora os da escola de Chicago e defensores da política monetarista vir insurgir-se contra a intervenção dos Bancos Centrais injectando biliões de dólares e euros do dinheiro dos contribuintes para salvar algumas das maiores instituições financeiras do mundo, para evitar o descalabro financeiro. Também não os oiço a reclamar a cabeça dos “iluminados de Wall Street” que arrecadaram milhões em salários e prémios, e deixaram as instituições na banca rota.
Hoje podemos todos constatar que são precisamente os que ontem se proclamavam liberais e a favor de menos regulação, que agora vestem outra fatiota e vêm responsabilizar o Estado e exigem uma maior e mais apertada regulação. Também são estes mesmos “liberais” que dizem que as ajudas anunciadas são curtas e que são necessários muitos mais biliões para “curar” esta epidemia de buracos financeiros.
Os Zés de todo o mundo vão continuar a apertar cada vez mais o cinto, cada vez mais oprimidos com impostos, baixos salários e menos protecção social, enquanto os mesmos de sempre voltam às suas negociatas, à custa de todos nós, como convém.

terça-feira, setembro 23, 2008
A DEFESA DO CAPITALISMO
Com a crise dos mercados financeiros que estoirou nos últimos meses, e ameaça continuar a fazer estragos durante mais algum tempo, começaram a aparecer os que anunciaram a morte e enterro do capitalismo e como é evidente, os que vieram proclamar a boa saúde do sistema que teria a virtualidade de excluir as más sementes, e regenerar-se a si próprio com todo o esplendor.
O povo costuma dizer que não há maior cego do que o que não quer ver, e nesta matéria nem uns nem outros têm razão. O sistema foi funcionando nos últimos anos, com os inconvenientes sociais causados pela má divisão da riqueza, até que a ganância dos homens introduziu produtos altamente especulativos, sobre os quais não havia qualquer tipo de controle ou regulação, que levaram a uma espiral de especulação que acabou por estoirar nas mãos das grandes instituições.
Será que eu via virtualidades no capitalismo actual? Sinceramente não, pelo menos neste capitalismo ultraliberal que tem caracterizado a última década, com Estados cada vez com menor poder de intervenção e com especialistas na matéria que afirmavam a pés juntos que o mercado se regulava a si próprio.
O resultado viu-se nos últimos dias. Os mercados afundaram-se, grandes sociedades financeiras entraram em falência e começou a temer-se que as pensões garantidas por fundos privados das grandes empresas fossem por água abaixo, causando um verdadeiro descalabro social. É aqui que os defensores da economia completamente liberalizada atiram para trás das costas as suas convicções e anseiam pela intervenção dos bancos centrais, que tiveram que injectar biliões de dólares e euros do dinheiro de todos os contribuintes, para evitar o desastre causado pela gestão irresponsável e criminosa dos gestores dos gigantes do mundo da finança.
O capitalismo não morreu, ainda, mas sem a utilização do dinheiro dos contribuintes, o seu óbito seria inevitável tal a perturbação social que resultaria do colapso de muitos dos gigantes da finança mundial.


domingo, junho 08, 2008
A CONFUSÃO IDEOLÓGICA
Não admira que António Vitorino tenha vindo recentemente a tecer loas ao capitalismo, dizendo que «o sistema capitalista tem a inegável vantagem comparativa de ser o único que passou a prova dos factos, contemplando ao mesmo tempo liberdade e desenvolvimento económico», embora cm algumas perversões e excessos.
É muito fácil invocar virtudes no sistema dos EUA e ignorar o crescimento económico galopante da China, mas é muito mais difícil esconder as assimetrias sociais e o respeito dos direitos humanos nesses países. São duas potências mundiais, uma em crescimento, outra em claro declínio, mas não são certamente sociedades que queiramos tomar como exemplo.
Curiosamente, e apesar da maior proximidade, o exemplo dos países do norte da Europa, não atrai as atenções dos nossos ideólogos e políticos, apesar da prosperidade evidente desses povos e das condições sociais que oferecem aos seus cidadãos. Lá não se discute esquerda e direita, pelo menos como antagonistas como no sul da Europa, mas sim as melhores políticas para um desenvolvimento sustentado e socialmente mais justo, onde o Estado tem como missão primordial repartir a riqueza produzida, a bem de todos os cidadãos.
Como definirão os nossos políticos as políticas dos países nórdicos? Será que há sistemas capitalistas de esquerda?
segunda-feira, abril 14, 2008
AFINAL SOU “AMISH”
Covenhamos que a conclusão que tirei não é tão linear como a apresento, porque o seu autor refugia-se na afirmação «recusar alterações ao código laboral é ser como os “amish”», mas também não deixa de ser verdadeira, porque o artigo de opinião (a dele) termina com este parágrafo elucidativo: «Recusar as urgentes alterações ao Código do Trabalho que facilitem os despedimentos e flexibilizem os horários de trabalho, é ter uma atitude idêntica à dos “amish”. Significa teimar em viver no passado».
Claro que o senhor Jorge Fiel, pode e deve exprimir a suas opiniões, livremente, o que é um direito seu segundo a Contituição portuguesa, mas não lhe fica muito bem misturar convicções religiosas com opiniões sobre direitos laborais. Talvez o senhor redactor deste jornal diário não se tenha apercebido, mas há muita gente que não vive no passado, nem nutre qualquer aversão às novas tecnologias, mas discorda frontalmente das alterações ao Código do Trabalho que visam facilitar os despedimentos e flexibilizar os horários de trabalho, exactamente porque em contrapartida não temos um sistema de segurança social à altura para absorver o impacto dessas medidas.
Este “amish”, que mudou diversas vezes de entidade patronal, por vontade própria, e até de ramo de actividade, e que hoje apesar de reformado por tempo de serviço, e que se recusa a ficar na inactividade, também porque a reforma é curta, discorda da classificação que o senhor Jorge Fiel encontrou para o seu artigo, mas educadamente recusa-se a classificar o seu autor, deixando a tarefa aos leitores deste blog.




