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quinta-feira, maio 06, 2021

O PODER ECONÓMICO

Desde há décadas que se discute quem realmente detém o poder, se são os políticos se são os que detêm o poder económico. Eu já não tenho qualquer dúvida, o poder político já se rendeu ao poder económico, porque o dinheiro fala mais alto.

O caso da pandemia da Covid 19 é um bom exemplo para se perceber onde está o verdadeiro poder. Depois de muito financiamento, sobretudo público, apareceram vacinas, algumas até com abordagens diferentes ao que era comum, e iniciaram-se campanhas de vacinação.

Os países desenvolvidos tomaram a dianteira, comprando quase tudo o que ia sendo produzido. Os países menos desenvolvidos ficaram sem qualquer possibilidade de entrar no mercado das vacinas (principalmente nas desenvolvidas pelo Ocidente).

Perante a escassez de vacinas as regras do mercado funcionaram por baixo pano, e Israel (por exemplo) conseguia vacinar mais rápido do que todos os grandes blocos, e logo surgiram países produtores de vacinas que proibiram a exportação das mesmas (por exemplo os EUA e a Reino Unido).

Conforme foi passando o tempo e a produção foi aumentando, a vacinação tomou velocidade nos países desenvolvidos, mas nos menos desenvolvidos a escassez continuou a ser uma realidade. A Índia é um caso muito particular dum país onde se fabricam muitas vacinas, mas onde prevaleceu a lógica economicista da necessidade de produção e de exportação, deixando o país numa situação de catástrofe sanitária sem igual.

Agora que os EUA têm boa parte da população vacinada, Biden propôs o levantamento das patentes das vacinas contra a Covid 19, que a maioria dos países e a própria OMS apoiam, mas lá veio a Alemanha e a Suíça, bem como as grandes farmacêuticas, dizer que não, e que isso não alterava a situação.

Todos sabemos que a pandemia não terá um fim sem que a maioria dos povos deste planeta tenham sido vacinados, e que o perigo de demorar nesta tarefa só pode trazer mais perigos, com novas mutações do vírus a ser a possibilidade mais imediata. Nem assim o poder económico parece querer ceder, tal a ganância do ser humano, e tal a fraqueza dos poder político, afinal os que nos representam…


 

Cartoon de Patrick Chappatte

terça-feira, novembro 17, 2020

CUSTA-NOS MAIS…

Com esta pandemia os problemas para os diversos países, a nível económico, apresentam várias faces diferentes, sendo mais graves para uns do que para outros, como é habitual, e nem tudo se explica com a melhor saúde económica de cada país.

Em primeiro lugar falemos do modo como estamos a enfrentar a Covid, e logo aí vemos diferenças muito claras: na 1ª vaga a nossa resposta foi forte e imediata, e os resultados foram muito bons, como todos reconheceram, depois vieram as preocupações com a economia e com o turismo, e atrasou-se o ataque à 2ª vaga, e com medidas muito brandas, resultando tudo na situação que agora enfrentamos, que é muito difícil.

Defender a economia com medidas muito brandas e atrasadas, ou com medidas fortes e logo no início pode fazer toda a diferença, e creio que a má escolha nos está a sair mais cara.

Outra face a encarar nesta situação é a qualidade de vida e a redistribuição da riqueza. O impacto de medidas penalizadoras como o confinamento são mais graves para quem tem menores rendimentos do que para os que têm uma vida mais desafogada, é evidente. Quando as medidas são aliviadas, mesmo com o espectro da pandemia mostrando-se como muito real, a procura interna não volta rapidamente ao normal, porque a maioria está afogada em dívidas, e até desempregada, o que prejudica imenso a retoma.

Concluindo temos que o atraso nas respostas à epidemia, e os baixos salários penalizam muito mais países como Portugal do que outros países, que tiveram melhores respostas e praticam melhores salários.


 

terça-feira, julho 28, 2020

TURISMO E COVID


Com esta pandemia e os riscos de contágio que se conhecem o turismo e as viagens aéreas sofreram imenso, bem como todas as actividades que giram ao seu redor, o que causou algum pânico em empresas e até em Estados.

Depois do susto inicial e com a consciência de que não estávamos a atravessar uma crise passageira, os interesses económicos impuseram a sua lei, e assistiram-se a coisas impensáveis, como a omissão de dados epidemiológicos, anúncios de que tudo estava controlado, ao jogo de influências para se beneficiarem certos destinos, e à utilização de critérios no mínimo questionáveis.

Alguns destinos foram aconselhados, outros desaconselhados, estabeleceram-se quarentenas para quem viesse de certos países, enquanto a União Europeia dizia que as fronteiras deviam estar abertas para todos os países membros sem mencionar nenhuma restrição.

Agora vem aí a segunda vaga, ou quem sabe ainda a continuação da primeira, de Covid, ao mesmo tempo que as economias de cada país levam o seu rombo, e os países emissores de turismo impõem cada vez mais restrições, sobretudo para evitar a saída de nacionais, e os países mais dependentes dos fluxos turísticos esgadanham-se para mostrar que estão melhores do que os seus rivais.

Nada disto devia ser surpreendente pois há muito que sabe que é o poder do dinheiro que manda, e que os políticos se curvam perante os interesses, deixando a saúde e o bem estar das populações para depois…


quarta-feira, junho 24, 2020

A PRESSÃO DA ECONOMIA


O desconfinamento na maioria dos casos foi ditada pela urgência em retomar as actividades económicas, e isso não foi sequer escondido, ainda que todos soubessem que o perigo do recrudescimento da epidemia era bem real.

Vivemos num mundo em que a mobilidade das populações, as desigualdades sociais e o excesso de optimismo podem deitar tudo a perder, o desconfinamento apressado está a ter maus resultados que comprometem ainda mais a economia.

O excesso de elogios, a pressa e os maus comportamentos fazem-me recordar o ditado CAUTELA E CALDO DE GALINHA NUNCA FIZERAM MAL A NINGUÉM.


sábado, maio 19, 2018

DESCOBERTAS - PORMENORES DA HISTÓRIA

Quando a 3 de Março de 1493, Cristóvão Colombo entrou no porto, no Restelo, num navio muito danificado, D. João II foi informado pelo navegador, patrocinado pelos reis católicos, da pretensa descoberta da Índia, tendo mesmo mostrado um refém da região a que terá aportado, que não era, evidentemente, africano.

Colombo não sabia, mas navegara para o lado errado, na sua busca pela Índia. Só os portugueses sabiam o suficiente para descobrir o caminho marítimo para esta região e, ao fazê-lo, unir o mundo. Pêro da Covilhã e Bartolomeu Dias tinham fornecido as informações suficientes para se iniciar uma expedição com possibilidades reais de descobrir o caminho marítimo para a Índia.

O projecto da expedição organizada já no reinado de D. Manuel I, tinha sido forjada com o espírito das cruzadas, mas também tinha uma dimensão material de retirar o monopólio do comércio aos mamelucos, como também substituir os venezianos como centro do comércio de bens de luxo do oriente.

O objectivo de chegar às Índias, um espaço ainda indefinido, dada a falta de conhecimento pormenorizado que, na imaginação europeia, incluía todo o oceano Índico e qualquer outro sítio onde crescessem especiarias.


Texto adaptado do livro de Roger Crowley, Os Conquistadores.


segunda-feira, agosto 01, 2016

PORQUE FALHAM OS ECONOMISTAS?

A economia já não se esgota apenas nos cálculos matemáticos, nem nas tendências da bolsa, ou nos negócios da moda. Na economia existe uma variável que é completamente imprevisível mas que acaba por ditar o rumo das coisas.

Os economistas fazem cálculos baseando-se no que é conhecido e já foi experimentado, mas o ser humano é muito diverso, bem como o seu pensamento e as suas experiências.

Para obviar à diversidade optou-se pela padronização, ou pela globalização se preferirem, mas o ponto de partida dos povos era muito diferente, e o resultado tem sido muito mau, já que os mais ricos ficaram ainda mais ricos, e os pobres ficaram ainda mais pobres.

As assimetrias que resultam, ou se agravam, com a globalização, que interessa obviamente aos mais poderosos, são o combustível que acabará com a padronização das políticas, da moeda única, das regras iguais para todos, menos para os mais poderosos.

Na Europa, as tensões vão aumentar entre o norte e o sul, países há que vão ter problemas internos com regiões a quererem separar-se de alguns países, com as economias de alguns países a colapsarem completamente, e também veremos problemas crescentes no mercado laboral resultantes da insegurança dos postos de trabalho, e da perda de poder de compra que resulta da pressão sobre os salários, já de si muito degradados.


O que é bom para a Alemanha pode não ser bom para a Grécia, ou para Portugal, e vice-versa, e as contas que resultam num país, podem ser um desastre enorme num outro a pouca distância.

A próxima grande crise Europeia não será política, mas sim social, se a economia ignorar os problemas das populações.


quarta-feira, abril 13, 2016

NÃO PERCEBO NADA DE ECONOMIA

O país está de tanga, como dizia o outro, o povo sofreu e ainda sofre com o aumento brutal dos impostos, com os cortes nos salários e nos direitos, mas a dívida pública aumentou brutalmente, e os problemas continuam.

A banca deu sucessivos estoiros, e os governos injectaram lá mais de 14 mil milhões de euros, e parece que os contribuintes só recuperaram 14% desse dinheiro, o que demonstra bem que os lucros fabulosos que a banca apresentava nos anos anteriores a 2008, eram uma grande mentira, que serviu para encher os bolsos de accionistas e gestores, deixando os “buracos” para os contribuintes, como se viu.

O 1º ministro vem agora dizer que se devia criar um Bad Bank para “limpar” os activos tóxicos da banca nacional, mas ainda não conseguiu explicar como é que isso pode ser feito sem ficar o fardo final para os contribuintes.

Com tanta austeridade que incidiu em grande parte sobre os rendimentos do trabalho, a verdade é que o crédito malparado dos particulares é relativamente baixo, e resultante sobretudo do desemprego que resultou destas políticas. Apesar de terem sido mais poupadas pela austeridade e com uma redução clara do IRC, e com outros incentivos fiscais conhecidos, as empresas privadas e públicas são responsáveis por mais de 70% do crédito malparado.

É possível que eu não perceba nada de economia, mas não devo ser o único, porque eu não tenho créditos nenhuns, neste momento, e afinal os grandes empresários e os grandes gestores, ou pelo menos boa parte deles, não podem dizer o mesmo das suas empresas…
 

Fotografia 

Corrida by Palaciano*