terça-feira, setembro 29, 2015
domingo, setembro 27, 2015
É PRECISO MUITO DESCARAMENTO
Passos Coelho já demonstrou ser
um político capaz de dar o dito por não dito, de mentir sucessivamente para
atingir os seus intentos, e de enganar o povo para ficar no poder, e nada como
a ponta final duma campanha eleitoral para fazer vir à tona essas suas
“qualidades”.
Quando se candidatou nas últimas
eleições legislativas todos se lembram de que afirmou enfaticamente que não
iria cortar os subsídios de Natal e de férias, o que não o impediu de o fazer
logo que foi eleito. O mesmo aconteceu com as pensões, com o aumento de
impostos e de taxas, espremendo todos aqueles que vivem do seu trabalho ou de
pensões resultantes de muitos anos de trabalho.
Já na recta final desta campanha,
ei-lo de volta às promessas vãs, aos pensionistas e funcionários públicos,
dizendo “com humildade” que lhes irá dar prioridade na próxima legislatura.
Espremendo esta sua afirmação e confrontando o 1º ministro com o que se conhece
do seu programa, ficamos com uma mão cheia de nada, porque não se conhece nenhuma
medida programática que seja dirigida a estes dois grupos.
sexta-feira, setembro 25, 2015
A PROSPERIDADE NACIONAL
Os dados do INE confirmam que a
poupança dos portugueses atingiu um dos níveis mais baixos de sempre, o que fez
soar alarmes no ministério das Finanças.
Neste momento gastam-se 96% do
rendimento disponível, e o consumo sobe com recurso ao crédito bancário, o que
torna a balança de pagamentos deficitária, porque se importa mais do que se
exporta.
Quem ouvisse o inefável
Montenegro na televisão poderia julgar que agora o país está melhor, e que os
portugueses também já o sentem.
Os números isolados podem ser
ilusórios, mas em conjunto não dão aso a enganos. O consumo aumentou, e a
economia avançou, mas isto aconteceu à custa de endividamento, porque os
portugueses não têm dinheiro disponível, exactamente porque auferem ordenados demasiado
baixos.
O consumo aumentou porque existem
bens que têm o seu tempo de vida relativamente curtos, como electrodomésticos,
viaturas automóveis, maquinaria, e têm que ser substituídos. Outro factor do
aumento do consumo foi o aumento do turismo, que naturalmente aumenta o
consumo, ainda que não seja feito por nacionais.
Como poupar se não há rendimento
disponível depois de serem satisfeitas as necessidades prementes duma vida
digna? Como haverá poupança por parte dos grandes grupos se os seus domicílios
fiscais são em paraísos fiscais, ou noutras praças que não se importam de
cobrar menos a empresas que têm os seus negócios noutras paragens?
quarta-feira, setembro 23, 2015
O RIGOR ALEMÃO É UM MITO
A notícia caiu que nem uma bomba, a VW sabia que estava a fornecer dados errados sobre o valor da poluição dos seus carros, e mesmo depois de chamada à atenção, não corrigiu esse problema. Nos airbags a culpa caiu no fornecedor oriental, bem como o prejuízo, mas agora o problema bateu à porta do fabricante alemão, sempre tão cioso do rigor e da fiabilidade.
Talvez agora a senhora Merkel possa perceber que, à semelhança do que acontece com a VW e a Alemanha, também os portugueses e os gregos, enquanto povos, não foram responsáveis pelas diatribes e má governança dos seus políticos.
segunda-feira, setembro 21, 2015
SINCERAMENTE...
Anda um cidadão a tentar passar um domingo descansado, em família, e gozando os prazeres que Sintra nos pode proporcionar, e eis que tudo pode dar para o torto.
O trânsito para entrar em Sintra está pior do que é habitual num fim-de-semana, e só depois de muito porfiar lá consegui estacionar num local a pagar, naturalmente. A caminho da Piriquita onde não há lugares e onde há fila para comprar os travesseiros.
A partir daqui foi tudo piorou. Cruzei-me com o Portas e lá se me revoltou o estômago. Não bastave aquela visão desagradável, pois também fui "brindado" com uma espera para entrar no Palácio da Vila, onde Passos Coelho e "comandita", onde vislumbrei o secretário de Estado da Cultura, a barrar as escadas de acesso, onde tiraram umas fotos de campanha, e onde é proibido tirar fotos de casamento, sei lá por que carga de água.
Domingo estragado, tanto mais que tive que esperar que aquela gente se fosse embora para poder também eu, partir para outras paragens onde o ar tivesse melhor qualidade.
Foto do sítio da TVI
sábado, setembro 19, 2015
MARCELO "O SONSO"
Marcelo Rebelo de Sousa é um
muito provável candidato às eleições para a Presidência da República, e isto
pode concluir-se pelo que tem vindo na imprensa e mesmo pelo que ele próprio
tem afirmado, ainda que sem se comprometer demasiado.
O professor e comentador de tudo
e de mais alguma coisa, mantém a sua tribuna televisiva, semanal, onde analisa
o que faz o governo e os seus membros, bem como a oposição, sugerindo de vez em
quando que o faz com isenção, salientando que muitas vezes até é incómodo para
o PSD.
Não quero discutir a legitimidade
do professor quanto à candidatura, nem afirmarei que a manutenção dos
comentários é incompatível com a futura candidatura, mas pergunto-me como é que
ele, Marcelo Rebelo de Sousa, se pretende apresentar ao eleitorado para ser
presidente de todos os portugueses, quando poucos meses antes desse escrutínio,
participou activamente na campanha da coligação PSD/CDS para as legislativas.
Cada um é livre de escolher
segundo as suas preferências, mas um presidente da República tem que ser
isento, e Marcelo escolheu afirmar publicamente de que lado estava, e isso
ficou bem claro: ele é um laranjinha dos sete costados.
quinta-feira, setembro 17, 2015
AJUDA RUINOSA À BANCA
Ouvimos da boca de banqueiros,
economistas, jornalistas, e de políticos, que os portugueses tinham estado a
viver acima das suas possibilidades, e como estes senhores são os que estão sob
a luz dos holofotes, a afirmação passou a ser a verdade oficial.
A grande maioria dos portugueses
tinha uma vida remediada, uma parte significativa lutava por manter a cabeça
fora de água, e uns poucos viviam à grande e à francesa, isto antes da crise e
do começo da austeridade imposta por este governo.
Nestes últimos 4 anos as
dificuldades aumentaram substancialmente, são mais os que tentam manter a
cabeça à tona de água, muitos mais os que vivem com imensas dificuldades para
enfrentar as despesas essenciais, muita gente simplesmente está falida, e os
que já viviam no bem bom, estão cada vez mais ricos.
O facto mais relevante destes
anos de austeridade à moda de Passos Coelho e da troika, é que boa parte do
dinheiro de entrou neste país foi para apoiar a banca, e naturalmente para
aliviar os seus accionistas, pesando na dívida pública 11%, e ainda ficámos com
o fardo do BES por resolver, e uma parte do dinheiro emprestado à banca por
devolver, não contando ainda com a fragilidade da banca, que ainda existe, e
umas pontas soltas do BPN que ainda não estão solucionadas.
Neste espaço de tempo tivemos
muitas privatizações, e mesmo assim a dívida pública aumentou. O dinheiro
recebido foi parar portanto aos bancos, e aos credores, e mesmo assim os
portugueses foram espremidos com mais impostos, taxas e reduções de direitos,
por um governo que se congratula com estes resultados.
Flores By Palaciano
terça-feira, setembro 15, 2015
MUSEUS E FALTA DE SEGURANÇA
Foi sem surpresa que li a notícia
do Jornal i onde a segurança do Museu Nacional dos Coches é arrasada, e onde
são expostas algumas das fragilidades mais visíveis para o grande público e,
logicamente para a jornalista que escreveu o artigo.
O Museu dos Coches não passava
numa inspecção séria feita aos meios físicos dos requisitos indispensáveis para
o funcionamento dum equipamento aberto ao grande público. Só o facto do acesso
à exposição ser exclusivamente feito por meios mecânicos (dois elevadores), era
o bastante para não ter autorização de funcionamento, note-se que as escadas
normalmente utilizadas são as de emergência.
Pior do que a insuficiência ou a
inadequação de diversos equipamentos, neste e noutros museus, palácios e monumentos,
existem outras lacunas pouco conhecidas, mas que fazem perigar a segurança do
público destes locais, sendo que o mais grave é a falta de formação do pessoal
para situações de emergência, e isso está previsto na lei.
Quando visitamos um museu, um
palácio ou monumento, encontramos pessoal que nos encaminha ou vigia os
espaços, mas desconhecemos qual o vínculo laboral que têm e qual a formação que
lhes foi dada para responder a situações de emergência. Por vezes vemos umas
plantas para estas situações, noutras nem isso, mas podem crer que os
funcionários, muitos deles contratados a prazo, ou com recibos verdes, ou ainda
estagiários, não sabem como responder em situações de emergência.
Falar na falta de atenção da ASAE e das inspecções do
trabalho no caso destes equipamentos culturais é pouco mais do que uma
redundância.
domingo, setembro 13, 2015
RIDÍCULO
Em política o ridículo não mata, senão Passos Coelho estava morto e enterrado com as asneiras com que tem brindado os portugueses. Falar na sua acção política é uma perda de tempo, porque serão poucos os que não tenham sofrido na pele a austeridade que em boa parte foi maior do que a própria troika exigia.
A situação mais caricata destes últimos dias foi a de ter dito que faria uma "subscrição pública" para que os lesados do BES pudessem levar o caso à Justiça. O caso é eminentemente político, e a acção do Banco de Portugal transformado em vendedor de bancos, entidades das quais é supervisor, é também ela ridícula.
Passos Coelho devia deixar de se esconder atrás dos outros para justificar os seu erros, isso sim é que é dum político responsável e sério.
sexta-feira, setembro 11, 2015
SER OU NÃO SER OUSADO
Ainda há uns dias uma candidata a deputada da nação foi o personagem central de muitas discussões por causa duma foto publicada, onde aparecia nua e grávida.
Aquilo a que alguns chamaram ousadia, outros vulgaridade, e ainda outros oportunismo político, não me merece qualquer comentário a favor, ou contra, porque acho que é um assunto que diz apenas respeito à dita candidata.
Coloquei hoje este título porque achei ousada a ideia de Tarusov ao "criar este boneco" para uma colecção com o título "Princess Pinup", onde vemos a Branca de Neve e o seu querido anãozinho.
Sentem-se chocados com o boneco? Eu achei-lhe piada...
quarta-feira, setembro 09, 2015
CAMPANHA, SONDAGENS E COMENTADORES
O “jogo político” devia reger-se
pelas normas de fair play, mas infelizmente alguém se esqueceu de ensinar isso
a muitos indivíduos que por lá andam.
Esta campanha para as
legislativas tem sido precedida por alguns factos curiosos, como o da saída de
Sócrates da prisão de Évora há poucos dias, ou a saída duma sondagem, a
primeira em que a coligação teria passado o PS nas sondagens, no dia em que
terá lugar o único debate entre os candidatos das duas forças.
Este post foi escrito antes do
debate entre Passos e Costa, que será comentado largamente durante esta noite,
e até aí nada de estranho. O que é estranho é que em duas televisões
generalistas privadas, os comentadores habituais sejam ambos favoráveis à
coligação PSD/CDS, e que pelo menos um deles nem se exima de fazer campanha,
mantendo o seu comentário na estação a que está ligado, mesmo durante este
período.
Há quem acredite em isenção, e
outros defendem o direito de uma estação privada ter os comentadores que quiser,
mas as duas coisas são contraditórias, como é fácil de ver.
Termino com uma informação útil
para os meus eventuais leitores: existem mais partidos a concorrer a estas
eleições, por isso há mais escolha do que aquela que as televisões e os
comentadores parecem indicar, e cabe aos eleitores, e apenas a eles, escolher
em quem querem votar!
Lembram-se do que nos prometeram antes das últimas eleições?
terça-feira, setembro 08, 2015
JUSTIÇA E TRABALHO
Foi recentemente criado um
sistema de protecção das trabalhadoras grávidas que impede que as empresas que
despedem (ilegalmente) por esse motivo, e que são condenadas, deixam de poder
beneficiar de subsídios ou subvenções públicas.
A medida peca por tardia e por
não existirem meios adequados que protejam quem trabalha, como inspecções mais
frequentes, e maior cruzamento de dados que, com legislação adequada, acabassem
também com a utilização de falsos recibos verdes e o uso sistemático de
contratações a prazo de desempregados, para obtenção de isenções fiscais, sem
nunca serem preenchidas as vagas que são necessárias ao funcionamento normal
das empresas.
Claro que o Estado e as empresas
de capitais públicos também não são bons exemplos nesta matéria, porque também
por lá existem os falsos recibos verdes, desempregados a desempenhar funções
permanentes recebendo apenas subsídios de transporte e de alimentação, e
estagiários assegurando o serviço por não se poderem abrir concursos.
Há muitos sítios onde encontrar
trafulhices que prejudicam quem trabalha, lesam o fisco e sobretudo envergonham
uma sociedade onde a Justiça devia prevalecer relativamente aos interesses
particulares.
domingo, setembro 06, 2015
sexta-feira, setembro 04, 2015
TANTA HIPOCRISIA
O problema dos refugiados tem
causado muitas paixões, e em boa parte vemos muita hipocrisia à mistura, bem
como muitos interesses particulares a virem à tona.
É fácil usar imagens chocantes
para puxar ao sentimento das pessoas, porque tudo é dramático na situação dos
refugiados, desde a miséria, ao desespero, à tragédia das mortes, passando
pelos que se aproveitam da desgraça desta gente, mas há demasiadas questões que
nunca são abordadas.
Comecemos pela causa directa
desta tragédia imensa, que foi a ingerência nos assuntos internos dos países de
origem dos refugiados. Onde estão os responsáveis? Quem são os países que
lucram com a exploração das suas matérias primas, e com a venda de armamento
para essa zona do globo?
O que faz correr os países ricos
europeus, que agora pedem a solidariedade dos parceiros para uma melhor
“distribuição do fardo” que são os milhares de refugiados?
Quando estes senhores que se
mostraram sempre tão implacáveis com os países que atravessavam dificuldades, e
com os seus povos, castigando-os por não serem competitivos, onde estava a
“solidariedade” que agora reclamam, ao verem que os refugiados, e muito
legitimamente, escolhem os países mais ricos e com melhores níveis de vida, e
não os mais pobres e endividados, para refazer as suas vidas?
Respeitar os mais fracos e mais
desprotegidos é um dever de todo o ser humano, mas não apenas quando isso nos
interessa por motivos económicos ou políticos.
Foto Manipulada
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