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sexta-feira, outubro 08, 2021

A INFLAÇÃO EM PORTUGAL

A propósito da proposta de aumento salarial dos funcionários públicos para 2022, o governo acenou a com a inflação prevista para 2021 no valor de 0,9%.

Em Portugal os estudos demoram sempre uma eternidade, mas o Instituto Nacional de Estatística tem sempre valores actualizados para a inflação, o que é muito conveniente para os governos, pois isso dá-lhes sempre uma almofada para as negociações dos Orçamentos de Estado.

Não quero colocar em causa os valores do INE, nem sequer depois duma pandemia como a que vivemos, mas é difícil de acreditar que a inflação do ano de 2021 fique nos anunciados 0,9%.

Alguns números conhecidos desmentem os 0,9%. Os custos da construção civil aumentaram imenso em 2020 e 2021, sendo que só neste ano aumentaram quase 7%, o mesmo se pode dizer das rendas, que não se compadeceram com  a pandemia e subiram mais de 11%, também os preços do imobiliaram estão a subir bastante mais de 6,5%. A produção industrial viu os preços subirem 11%, e nem vale a pena fazer as contas aos aumentos dos combustíveis e da energia porque não param de subir.

Falar em inflação anual e atirar com 0,9% como valor previsto para o ano de 2021, é estar a enganar os cidadãos, descaradamente.

Sites a consultar AQUI e AQUI


 

sexta-feira, setembro 25, 2015

A PROSPERIDADE NACIONAL

Os dados do INE confirmam que a poupança dos portugueses atingiu um dos níveis mais baixos de sempre, o que fez soar alarmes no ministério das Finanças.

Neste momento gastam-se 96% do rendimento disponível, e o consumo sobe com recurso ao crédito bancário, o que torna a balança de pagamentos deficitária, porque se importa mais do que se exporta.

Quem ouvisse o inefável Montenegro na televisão poderia julgar que agora o país está melhor, e que os portugueses também já o sentem.

Os números isolados podem ser ilusórios, mas em conjunto não dão aso a enganos. O consumo aumentou, e a economia avançou, mas isto aconteceu à custa de endividamento, porque os portugueses não têm dinheiro disponível, exactamente porque auferem ordenados demasiado baixos.

O consumo aumentou porque existem bens que têm o seu tempo de vida relativamente curtos, como electrodomésticos, viaturas automóveis, maquinaria, e têm que ser substituídos. Outro factor do aumento do consumo foi o aumento do turismo, que naturalmente aumenta o consumo, ainda que não seja feito por nacionais.


Como poupar se não há rendimento disponível depois de serem satisfeitas as necessidades prementes duma vida digna? Como haverá poupança por parte dos grandes grupos se os seus domicílios fiscais são em paraísos fiscais, ou noutras praças que não se importam de cobrar menos a empresas que têm os seus negócios noutras paragens? 


sexta-feira, abril 13, 2012

O LOGRO DOS NÚMEROS

Não sou muito crédulo em relação às estatísticas, e são muitas as vezes que considero mesmo que os números fornecidos não batem certo com o que eu sinto na carteira, e no que eu observo ao meu redor.

Quando li hoje que a inflação homóloga baixou 0,5% relativamente à de Fevereiro fico deveras desconfiado. Prestei atenção às variações positivas e não vi onde estava a do preço dos combustíveis e do gás, e fiquei espantado pelas variações negativas do calçado e do vestuário, considerando que os saldos já tinham terminado.

Claro que as variações reais de Fevereiro para Março são de 1,2%, e isso é o que nós sentimos realmente no bolso, atendendo ao facto de que auferimos salários cada vez mais baixos.

Também a propósito de números ficámos todos a saber que os portugueses são os que mais gastam em comida, só ultrapassados pelos espanhóis. Isto não é novidade, e talvez nem estejamos em 2º lugar como dizem, mas sim em primeiro.

O que realmente quer dizer o facto de sermos os que mais gastamos em alimentação, é que relativamente aos rendimentos somos os que despendemos a maior percentagem em comida, exactamente por ter-mos salários muito baixos. Não sei se alguém informou a ministra Assunção Cristas, porque parece que ela não sabe e até pretende aumentar a nossa factura alimentar com mais uma taxa.


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Humor - Jantar de crise
Zygmunt Zaradkiewicz
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Pintura - Pobreza

domingo, setembro 14, 2008

FANTASIA E ESTATÍSTICA

Começa a ser penosa a tarefa dos políticos ao tentarem mascarar a realidade, e nada mais eficaz para os seus intentos do que os índices e as estatísticas, sempre seguindo fórmulas e indicadores ditados pelo poder, para confundir os cidadãos.

Pode-se constatar, por exemplo o aumento absurdo das massa alimentares, algumas estavam a 79 cêntimos há alguns meses e agora, as mesmas massas estão com preços superiores a 1 euro. Claro que podia estar aqui a desfiar um rol de produtos onde os aumentos são enormes, mas mesmo citando apenas a estatística nacional, temos a água, electricidade e gás a subirem 3,6%, e os produtos alimentares acima dos 5%.

O espanto geral é ouvir o ministro das Finanças referir-se à queda de 0,5% dos preços entre Julho e Agosto passado, e acrescentar «penso que esse é um sinal da capacidade da economia portuguesa em resistir a estes choques». Não sei como é que Teixeira dos Santos nos quer convencer de que a economia tem “capacidade” para resistir, a menos que não esteja a falar dos portugueses em geral. Então como é que aumentando tudo o que é essencial e come a fatia de leão dos salários, como a alimentação, a água, a electricidade, o gás, as rendas ou a prestação das casas, os combustíveis, os transportes públicos, as despesas com o ensino e a saúde, temos ainda “capacidade para resistir” a demagogia deste tipo?

Bem pode o senhor ministro repetir até à exaustão o seu discurso sobre a baixa inflação, mesmo sem dizer que também temos dos salários mais baixos, que ainda assim são cada vez mais os que vêem o salário acabar-se antes do final do mês. Essa realidade não deixa de ser sentida, só porque Teixeira dos Santos repete o mesmo discurso sempre que lhe dão a palavra.



Junião

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Fotografias



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Humor de Domingo
William Medeiros

Gilmar

domingo, janeiro 20, 2008

PARA ALÉM DOS NÚMEROS

Em Portugal todos os governos fazem questão em fornecer catadupas de números, sempre com o intuito de justificar medidas ou valorizar a sua acção. Valorizar excessivamente os números, muitas vezes isoladamente ou de forma parcial, invariavelmente conduz a conclusões erradas.
Os números têm sempre diversas leituras, vejam-se as enormes discussões no parlamento e na comunicação social, mas a bolsa do cidadão comum é sempre um óptimo indicador, apesar da ausência de critérios científicos.
Qualquer português pode facilmente verificar que os preços na nossa vizinha Espanha estão ao nível dos praticados no nosso país, e falo na alimentação, vestuário, calçado, e despesas relativas à habitação, e que em alguns casos, como sejam os automóveis e os combustíveis até são mais baratos do que deste lado da fronteira. A isto podemos juntar alguns serviços de grande importância, como a Saúde e a Educação, onde também os preços e a qualidade são bastante mais acessíveis. Mesmo sendo benevolentes, e considerando uma relativa igualdade de preços, a maioria dos portugueses está em enorme desvantagem relativamente aos nossos vizinhos, devido à disparidade entre os salários praticados cá, especialmente quando falamos de pessoal operário, administrativo e auxiliar, e os praticados em Espanha.
Os últimos governos, conseguiram a proeza de errar as suas previsões relativas à inflação durante os últimos 10 anos, e com isso fizeram com que os salários durante estes anos todos crescessem abaixo da inflação, diminuindo o poder de compra de grande parte da população que trabalha por contra de outrem.
Este sábado vi no Expresso o quanto terão perdido diversos grupos profissionais, mas curiosamente também se dá mais ênfase aos montantes perdidos por níveis salariais, passando-se ao largo de aspectos importantes, como a injustiça dos aumentos percentuais que cavam um fosso cada vez maior entre os grupos profissionais e ao facto de 50 ou 60 euros mensais significarem em muitos casos uma perda muito maior do que 500 ou 600 euros noutros casos, em que a subsistência ou o equilíbrio do orçamento familiar não ficou verdadeiramente em causa, apesar da efectiva perda de poder de compra.
Como sempre, jogando-se apenas com números, ignora-se convenientemente a má distribuição da riqueza, como se não existissem já muitos portugueses que trabalham, mas que com os salários tão miseráveis que auferem estão já em situação, ou risco de pobreza. Não estou aqui sequer a falar dos que abusaram do crédito fácil, como devem perceber.

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