quinta-feira, setembro 17, 2015
AJUDA RUINOSA À BANCA
domingo, janeiro 04, 2009
PATRIMÓNIO E DEGRADAÇÃO
Quando escrevi o post anterior não fazia a mínima ideia que o tema iria ser também manchete no semanário Expresso do passado fim-de-semana. Enquanto eu peguei pelo lado da “Fartura Inexplicável”, que é o investimento de 31,5 milhões de euros no novo Museu dos Coches até 2010, o Expresso foi por outro aspecto “ Um terço do património UNESCO em Portugal em risco de derrocada”.
Não se julgue que estou contra o forte investimento no Património em particular, e na Cultura em geral, porque não é nada disso, o que me preocupa é que haja tanto dinheiro para um só museu, importante sem dúvida, mas que deixemos “morrer” património, por falta de manutenção, por falta de atenção e por má gestão política.
Começa a ficar patente a opção política de deixar cair os nossos monumentos emblemáticos, verdadeiras âncoras do comércio e restauração locais e do turismo cultural, abandonando até as obras de manutenção dos edifícios, que por esse motivo entram em degradação a olhos vistos. Foram muitos os que torceram o nariz às primeiras declarações do actual ministro da Cultura, quando afirmou que queria fazer mais com menos dinheiro. Eu comecei desde logo a colocar a hipótese de ele ter sido nomeado para alienar o Património para a mão de privados, e pelos vistos tanto eu como os que torceram o nariz estávamos certos.
A notícia do Expresso é bastante elucidativa, e duvido que o senhor ministro venha a terreiro contrariar o que é dito sobre a degradação do Património que é mais do que evidente, e mesmo falando dos 27 milhões para investir na Rota do Património (Mosteiro da Batalha, Mosteiro de Alcobaça, Torre de Belém, Mosteiro dos Jerónimos e Convento de Cristo), é muito mais o que fica de fora do que aquilo onde, talvez ( só talvez), se venha a fazer algo em prol da sua recuperação.
Falem-me de hotéis de charme, que eu gosto, mas digam quem paga as obras e a quem será adjudicado e com que contrapartidas, porque assim seremos muitos a perceber se vale a pena, ou se é uma benesse para alguém.


quinta-feira, setembro 27, 2007
O PATRIMÓNIO E A CULTURA
Eu sei que a visibilidade dos artistas e dos tais senhores e senhoras que os bajulam, ou por eles são bajulados, resulta em fotos e artigos das revistas do jet 7 nacional, conferindo-lhes um pretenso estatuto de grandes artistas, grandes apreciadores de Cultura, ou de beneméritos nessa áreas, o que em regra não corresponde à realidade.
A Cultura tem outras vertentes mais polarizadoras e com muito mais importância económica para o País, que são atiradas para segundo plano, porque aos agentes dessas áreas não é dada voz, nem oportunidade para se pronunciarem.
É lamentável que tenhamos de ler nos jornais que há monumentos nacionais em risco de ruir, outros com falta de pessoal, ainda mais onde não estão a ser feitas as necessárias obras de manutenção, etc.
Não basta dizer que a Cultura gera uns tantos por cento do PIB. O que é necessário é identificar quais são os pólos de atracção que mais potenciam essas receitas, não só atraindo turistas, como servindo de âncora para o comércio, para a restauração, para as agências de viagens, e para a hotelaria. Directa e indirectamente os nossos monumentos contribuem para todas estas actividades, e até para outras, sustentando muitas vezes comunidades que sem esses serviços corriam o risco de definhar por falta de sustentáculo para fixar as suas populações e actividades complementares dependentes dos fluxos turísticos.
A feira de vaidades que domina a política e os fóruns, ditos culturais, ameaça gravemente o nosso Património, parecendo ignorar a sua importância económica e cultural. Enquanto isso o Património degrada-se e aliena-se.