sexta-feira, julho 29, 2016

OS FALHANÇOS DOS ESPECIALISTAS

Regra geral ouvimos e lemos o que dizem os especialistas, que estão ligados a Universidades e a instituições financeiras e políticas, nacionais e estrangeiras, que nos apresentam retratos da realidade económica e das projecções para os anos que se seguem, e tanto os média como os governos, baseiam-se nos seus pareceres e conselhos para construírem os orçamentos com que temos que viver.

Os falhanços dos especialistas são uma constante, como se pôde constatar com a crise de 2008, que ninguém conseguiu prever, ou com as projecções erradas do FMI, que prejudicaram mais do que deviam, as economias dos países em maiores dificuldades. Em Portugal enquanto a generalidade dos portugueses sofria com os cortes dos rendimentos do trabalho e com o aumento da carga fiscal, os mais ricos ficaram ainda mais ricos.

Onde estavam os especialistas quando era, mais do que nunca, necessário proteger os mais fracos, redistribuindo a pouca riqueza que era produzida? Todos sabemos que apoiaram as políticas restritivas, foram até críticos da devolução dos cortes sofridos, e diabolizaram todos os que queriam um alívio da austeridade.


Como acreditar nos especialistas se estes raramente acertam? A descrença cria espaço para populismos? Talvez, mas porque é que os especialistas nunca admitem o erro nas previsões?


quarta-feira, julho 27, 2016

PATRONATO LUSO

Quando os representantes das confederações patronais se queixam da situação política, que está calma, e alegam que existe uma falta de investimento porque o Orçamento de Estado não o promove, fica-nos a sensação que estamos perante uma desculpa esfarrapada.

Quando os patrões pedem menos estado na economia, o argumento da falta de investimento, que cabe aos empresários, soa a falso.


domingo, julho 24, 2016

JOÃO VILLARET

Quando a propósito da construção do metropolitano se conseguem fazer passar charges contra o poder instituído, apesar da fúria censória do regime.


quarta-feira, julho 20, 2016

JARDINS OU RELVADOS?

A Câmara Municipal de Lisboa vai decidir se os brasões da Praça do Império, fronteiros ao Mosteiro dos Jerónimos, vão ser substituídos por relva, conforme prevê o projecto vencedor do concurso de ideias lançado pela edilidade.

Conhecendo-se o que pensa sobre o assunto José Sá Fernandes e o Antigo presidente, António Costa, nem surpreende a escolha feita pelo júri, basta recordar o que ambos disseram há uns dois anos.

José Sá Fernandes disse que a autarquia não iria despender “recursos financeiros a recuperar os brasões criados pelo Estado Novo das antigas colónias portuguesas e que há muito não existem, nem sequer como arranjos florais no local”. António Costa, ao tempo presidente da CML, não foi tão longe como o seu vereador, mas lá foi afirmando que se devia tentar encontrar uma solução mais barata, porque a manutenção do jardim era muito cara, mas salvaguardando a sua componente histórica.

O senhor vereador arranjou uma desculpa muito esfarrapada e sem qualquer coerência, porque este jardim está enquadrado por dois monumentos do século XVI que são, conjuntamente com os Lusíadas, os expoentes máximos da gesta marítima, que culminaria no império ultramarino, e a praça onde está inserido é, nada mais, nada menos, a Praça do Império. O antigo presidente comete um erro de palmatória, ignorando o facto muito simples de que o investimento de qualidade numa área como esta, é factor de atracção de visitantes, ao contrário da escolha de soluções baratas e sem qualidade. Vão até Monserrate ou até à Gulbenkian para perceber.

Começa a ficar clara a razão por que caiu por terra o projecto que chegou a ser aprovado para o Eixo Belém/Ajuda, em que se previa investir em qualidade e optimização de recursos, que depois se disse que iria ser substituído por outro com uma intervenção relevante da CML, mas que ficou adiado por tempo indefinido.


Porque quem passa muito tempo nos gabinetes não vê as realidades, talvez seja de recomendar uma ida, a pé à zona, e poderão ver que em dias de sol é muito comum ver grupos de pessoas, nacionais e estrangeiros, deitados nos relvados em fato de banho, apanhando sol no intervalo das suas voltas pela zona. O futuro relvado junto à fonte monumental, quase sempre desligada, é um perfeito solário, apetecível para quem quiser obter um bronzeado rápido.

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Fotos da net

segunda-feira, julho 18, 2016

BRINCANDO COM COCHES

Neste país brinca-se com o Património, e cada nova leva de políticos no poder consegue surpreender-nos mais do que a safra anterior.

Durante anos a colecção de coches esteve distribuída por dois locais, uma parte em Vila Viçosa e outra no Museu dos Coches, que manifestamente não tinha espaço para expor toda a colecção.

Em 2015 foi inaugurado o novo museu, com pompa e circunstância, depois de muitos milhões gastos numa obra mais do que discutível, mas que foi feita para albergar toda a colecção, em condições quase ideais de conservação.

Quando todos pensavam que todos os coches iríam estar expostos no novo espaço, eis que se conhece a decisão de manter aberto o antigo Picadeiro Real (antigo museu) com alguns coches ainda em exposição. Paralelamente o Paço de Vila Viçosa continuava a expor alguns coches, o que deixou muita gente confusa e até furiosa.

Soube-se agora, oficialmente, que o landau do regicídio vai estar exposto ano si, ano não, no novo museu e no Paço de Vila Viçosa, devido a um acordo entre a Cultura e a Fundação da Casa de Bragança, à época representada por Marcelo Rebelo de Sousa.

Não quero discutir a justeza da itinerância, pelo menos em termos gerais, contudo duvido que a movimentação constante de peças desta natureza seja saudável para os veículos. Outra perplexidade minha é o facto de, para ver toda a colecção de coches, se tenha que visitar três espaços diferentes, e se tenha que suportar um custo de entradas de 16 euros por pessoa, para além da deslocação.


Nota: Fui visitar a exposição temporária que está no novo museu e deparei-me com uma situação insólita de pilaretes baixos, pontiagudos, que suportam uma corda extremamente fina, que supostamente delimitará os coches como área de protecção. Será que ainda ninguém pensou no perigo de quedas e de ferimentos graves resultantes do uso de material inadequado num espaço público?  

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sábado, julho 16, 2016

SANTO ANTÓNIO POR JOÃO VILLARET

O Santo António já passou, mas eu estranhei que esta música duma revista chamada «Não faças ondas», interpretada pelo saudoso João Villaret, não tenha sido recuperada e relembrada por essa altura, e por isso fui ver por onde andava, para a compartilhar com os meus amigos.

Para os mais novos a letra pode parecer muito inocente, contudo os mais velhos perceberão a ironia das palavras e as referências à realidade daqueles dias.

quinta-feira, julho 14, 2016

SALÁRIO E COMPETÊNCIA

A discussão sobre a justeza dos grandes salários auferidos pelos grandes gestores está sempre inquinada, porque o argumento da sua competência esbarra sempre na realidade dos salários praticados pelas empresas a todos os restantes trabalhadores.

É sabido que uma boa gestão e uma liderança competente de equipas é essencial para alcançar bons resultados, mas a competência de todos é o factor primeiro para que tudo funcione.

O grande problema nesta discussão é o existirem grandes empresas onde os salários rondam os mínimos em quase todos os grupos profissionais representados, e onde os salários dos gestores de topo ascendem a muitos milhares de euros, como se as competências deles fossem o único factor responsável pelo sucesso das empresas.


A teoria de que quando se alcança o sucesso o grande responsável é o chefe, e de que quando se falham objectivos as culpas são dos trabalhadores, dos mercados e da conjuntura, é uma grande treta, e é defendida apenas por quem beneficia com isso.


domingo, julho 10, 2016

PENSAMENTO DO DIA

Um dia tudo será excelente, eis a nossa esperança; hoje tudo corre pelo melhor, eis a nossa ilusão.
Voltaire

Alfa by Palaciano

sexta-feira, julho 08, 2016

FOLHAS

A natureza é o único livro que oferece um conteúdo valioso em todas as suas folhas.

Johann Goethe

Folhas by Palaciano

terça-feira, julho 05, 2016

RECURSOS HUMANOS DOS MUSEUS

Li há pouco uma notícia dizendo que “25% dos agentes vão deixar a PSP nos próximos cinco anos”, e a razão era o nível médio de idades dos agentes, que é muito elevado. Nos museus do Estado a situação é ainda mais grave, pelo mesmo motivo e por outros que nunca vêm a público.

Durante cerca de duas décadas as entradas de pessoal para os quadros dos museus, e refiro-me ao pessoal que garante o seu funcionamento diário e o restauro e manutenção das colecções e do edifício, estiveram congeladas, e foi-se recorrendo a contratos das mais variadas naturezas, e a desempregados para manter os serviços em funcionamento.

O envelhecimento do pessoal do quadro foi uma consequência das más políticas de recursos humanos. Os problemas não se resumem apenas à idade, mas também aos baixos salários, que em média estão nos 750 euros, e nos horários que incluem o trabalho aos sábados e domingos sem qualquer remuneração de trabalho extra nestes dias, ao contrário do que se passa com todas as outras categorias com horários diferenciados.

A situação actual é péssima e desmotivante para estes profissionais, mas vai piorar dentro de pouco tempo, porque com os concursos internos para absorver o pessoal na requalificação, vão entrar novos elementos, que poderão auferir logo à partida salários superiores (850 euros) aos dos funcionários que lhes vão ensinar o ofício e que têm carreiras de mais de 20 ou 30 anos, o que é caricato.


Ministério da Cultura e sindicatos estão muito distraídos, mas a insatisfação dos funcionários é imensa, e os novos elementos, diz-nos a experiência, não vão aquecer o lugar, e depois de adquirirem a categoria, que muitos não tinham, vão rumar a outros serviços também com necessidades de pessoal, e com horários de segunda a sexta, e sem obrigatoriedade de trabalho aos feriados.

Branca by Palaciano