Neste país brinca-se com o
Património, e cada nova leva de políticos no poder consegue surpreender-nos
mais do que a safra anterior.
Durante anos a colecção de coches
esteve distribuída por dois locais, uma parte em Vila Viçosa e outra no Museu
dos Coches, que manifestamente não tinha espaço para expor toda a colecção.
Em 2015 foi inaugurado o novo
museu, com pompa e circunstância, depois de muitos milhões gastos numa obra
mais do que discutível, mas que foi feita para albergar toda a colecção, em
condições quase ideais de conservação.
Quando todos pensavam que todos
os coches iríam estar expostos no novo espaço, eis que se conhece a decisão de
manter aberto o antigo Picadeiro Real (antigo museu) com alguns coches ainda em
exposição. Paralelamente o Paço de Vila Viçosa continuava a expor alguns
coches, o que deixou muita gente confusa e até furiosa.
Soube-se agora, oficialmente, que
o landau do regicídio vai estar exposto ano si, ano não, no novo museu e no
Paço de Vila Viçosa, devido a um acordo entre a Cultura e a Fundação da Casa de
Bragança, à época representada por Marcelo Rebelo de Sousa.
Não quero discutir a justeza da
itinerância, pelo menos em termos gerais, contudo duvido que a movimentação
constante de peças desta natureza seja saudável para os veículos. Outra
perplexidade minha é o facto de, para ver toda a colecção de coches, se tenha
que visitar três espaços diferentes, e se tenha que suportar um custo de
entradas de 16 euros por pessoa, para além da deslocação.
Nota: Fui visitar a exposição temporária que está no
novo museu e deparei-me com uma situação insólita de pilaretes baixos,
pontiagudos, que suportam uma corda extremamente fina, que supostamente
delimitará os coches como área de protecção. Será que ainda ninguém pensou no
perigo de quedas e de ferimentos graves resultantes do uso de material
inadequado num espaço público?
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