Portugal tem tido um comportamento errático durante esta pandemia, passando de bom a mau exemplo já por duas vezes, e exactamente pelo mesmo motivo, o facilitismo.
O Governo tem actuado sempre tarde e sem convicção. As leis não estão adequadas a situações deste tipo mas ninguém mexe uma palha, preferindo-se atirar acusações uns aos outros, vendo quem consegue capitalizar mais com tudo isto.
O discurso até parece ser certo quando nos dizem que estão preparados para avançar ou recuar quando se mostrar necessário, mas depois ponderam-se primeiro os efeitos na economia, a opinião do público, muitas vezes confundido com demasiada informação (alguma boa mas muita péssima), e só se tomam decisões muito tardiamente.
O futebol abriu precedentes tão perigosos que imediatamente levaram a comportamentos perigosos que as autoridades não puderam impedir, porque o mau exemplo já tinha sido dado e a autoridade estava minada.
Agora que todos esperavam mais testagem, ela está a diminuir. Quando é necessário acelerar a vacinação, parece que ou não estávamos preparados, ou não temos vacinas para ministrar. Entretanto esgrimem-se números para cá e para lá, o Presidente minimiza a situação para justificar uma asneira que não devia ter cometido, e faz um apelo fora do tempo para os mais novos se vacinarem, sabendo-se que ainda há idosos (mais vulneráveis por vacinar, e muitos portugueses com mais de 60 anos só com uma dose e outros com mais de 40 e 50 ainda por vacinar.
Podem assobiar para o ar, mas serão penalizados por não terem sabido agir firmemente quando necessário, e por permitirem agora que a infecção ande por aí à solta sem qualquer acção digna desse nome.
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