sábado, outubro 31, 2020
ISTO É UMA PÂNDEGA
sexta-feira, outubro 30, 2020
COMO SE DÁ FORÇA AOS EXTREMISTAS
A medida restritiva da deslocação dos cidadãos entre concelhos é contrária à letra da Constituição e nenhuma outra lei a ela se sobrepõe, isto é absolutamente claro, mas há quem queira iludir a questão, manifestando o seu medo relativamente ao estado de emergência.
O Presidente Marcelo fugiu à resposta quando questionado sobre a legalidade das medidas do Governo com a já muito conhecida “recomendação agravada” que em termos jurídicos não é nada. Eduardo Cabrito também iludiu a questão dizendo que “a nossa dimensão é essencialmente pedagógica”, e ambos foram contrariados pelas declarações dos responsáveis das forças de segurança que afirmaram claramente que as autoridades farão cumprir a “a lei”, que é a sua missão.
Agora o Governo veio contestar o pedido de suspensão das restrições para a época dos Finados com o argumento de que aquele partido não é “titular de nenhum dos direitos fundamentais”, e mais um outro preciosismo jurídico. É ridículo que estejamos a assistir a esta farsa, pois já se percebeu que a medida é inconstitucional.
Quando quase todos os partidos políticos e o próprio Presidente da República fogem a chamar as coisas pelos nomes, e persistem em assobiar para o ar em matéria constitucional, fazem com que os cidadãos deixem de confiar nos políticos e na política e se atirem nos braços de um qualquer populista que finja defender a Constituição e a legalidade.
Acho que fica claro a quem esta atitude incompreensível serve às mil maravilhas…
quinta-feira, outubro 29, 2020
MARCELO AOS PAPÉIS
Neste momento Portugal encontra-se em estado de calamidade e não em estado de emergência, o que limita a acção do Governo nas medidas que toma perante a epidemia que enfrentamos. Quando falo em limitações falo na “suspensão do exercício de direitos, liberdades e garantias… declarados na forma prevista na Constituição.
O Governo já pisou o risco com a proibição de deslocação entre concelhos neste próximo fim-de-semana, e as autoridades policiais foram ainda mais longe, interpretando abusivamente o que foi determinado, acrescentando que “a ordem é ficar em casa”.
Isto vem a propósito das afirmações de Marcelo Rebelo de Sousa, que foi nomeado como garante da Constituição, que aliás conhece melhor do que ninguém, que enquadrou a restrição de circulação entre concelhos como “recomendação agravada”, seja lá o que isso for à luz da lei.
Esta limitação de circulação não é enquadrável em situação de estado de calamidade, e tanto Costa como Marcelo sabem-no, pelo que é um caso grave que deixem passar as declarações das autoridades policiais, que deixam em aberto actuar “com firmeza e com rigor impor a lei quando e se assistirmos a comportamentos negligentes ou dolosamente potenciadores da contaminação.”
A falta de clareza, de rigor e de audição e análise das críticas pode acarretar problemas entre cidadãos e as autoridades, problemas legais, e complicações de outra ordem, que teriam sido evitados se Costa e Marcelo tivessem actuado correcta e atempadamente.
Nota: Não se infira que sou contra as medidas, porque o que questiono é apenas o modo como elas são tomadas sem o respaldo legal. Esta é a pior forma de ganhar credibilidade e respeito dos cidadãos, abrindo espaço aos extremismos que se apresentam assim como os mais respeitadores da Lei.
segunda-feira, outubro 26, 2020
ORÇAMENTO VIABILIZADO
domingo, outubro 25, 2020
MARCELO O DESATENTO
quinta-feira, outubro 22, 2020
terça-feira, outubro 20, 2020
PUBLICIDADE ENGANOSA NA SAÚDE
Bem pode o Presidente apresentar-se sem camisa a levar a vacina contra a gripe, ou a senhora ministra vir dizer sincopadamente que o Governo antecipou a compra das vacinas e a sua administração, que a realidade acaba por desmentir os discursos.
Ontem enviei um mail para o meu Centro de Saúde, e um amigo dirigiu-se ao mesmo, no intuito de marcar a tomada da mesma, pois era o 1º dia indicado para nós, os utentes com mais de 65 anos, a podermos tomar. Ele ficou no exterior do Centro de Saúde durante cerca de 30 minutos (e chovia), para depois ser atendido e ser informado que a marcação ficava para 28 de Novembro.
Eu estava em casa e aguardei o contacto que surgiu hoje, dia 20/10, e a informação era a da marcação para o dia 28/11, um sábado o que estranhei mas que a senhora enfermeira confirmou. Pelo meu amigo soube que o nosso Centro de Saúde ainda nem conseguiu vacinar todos os utentes e funcionários dos lares da zona.
Quem tivesse visto e ouvido o Presidente e a senhora ministra, podia pensar que estava tudo operacional, mas não, nem nos Centros de Saúde, nem nas farmácias onde as remessas chegam aos bochechos.
quinta-feira, outubro 15, 2020
COVID DISPARATADO
terça-feira, outubro 13, 2020
sábado, outubro 10, 2020
terça-feira, outubro 06, 2020
A HIPOCRISIA DO PODER
Quando um funcionário duma empresa fica infectado, não tem o mesmo tratamento que um figurão, e os colegas não são todos avisados e testados, uma e outra vez com a maior brevidade. Claro que somos todos iguais, mas não completamente iguais.
Há focos de infecção em Lisboa e no Porto, confina-se o pessoal em casa, mas podem sai para tratar da saúde, fazer as compras essenciais, e, mais importante para ir trabalhar. Que importa que os transportes estejam cheios e que as paragens estejam à pinha, o país não pode parar. Não pode é passear, ir jantar fora ou ir ao futebol.
O Trump fica infectado por andar a negar a evidência, e recebe tratamentos em casa, vai para o hospital e é submetido, não aos tratamentos que recomendava, mas ao que existe de mais avançado e inovador. Quarentena, qual quarentena, sai para dar uma volta ao hospital de carro, volta para casa onde tem o que há de melhor na assistência à saúde, e ainda tem o topete de dizer para que os cidadãos “não tenham medo da doença”. Claro que nem todos têm direito aos mesmos cuidados de saúde, e por vontade do fulano nem deveriam ter direito sequer à protecção na doença.
Claro que somos todos iguais, mas uns são mesmo mais iguais do que os outros…
sexta-feira, outubro 02, 2020
D. JOÃO V VISTO POR VOLTAIRE
Segundo Voltaire o rei de Portugal D. João V “quando queria uma festa fazia uma procissão religiosa, quando queria um novo palácio fazia um convento e quando queria uma amante escolhia uma freira”.
Voltaire é em si mesmo contraditório, o que é uma característica do iluminismo. Devido ao meio e ao tempo em que viveu, acreditava que não importava o poder dum monarca, pois antes de castigar um servo, devia respeitar as leis e só então executar as leis. Se um príncipe ou rei simplesmente punisse de acordo com o seu querer, seria apenas mais “um salteador de estrada ao qual se chama de Sua Majestade”.
Advogava algum liberalismo mas era um elitista que acreditava que as pessoas comuns estavam dominadas pelo fanatismo e pela superstição. Apesar de ter estudado com os jesuítas foi um feroz crítico dos mesmos apesar de muitos cientistas do seu tempo serem mesmo jesuítas.
Enfim, não surpreende a sua opinião sobre D. João V, um rei absoluto, rico e caprichoso.