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terça-feira, março 09, 2021

GUNGUNHANA

Entre as várias leituras resultantes do confinamento, e por causa da "verdadeira fome de livros" que me assolou no ano passado, passou "A espada e a azagaia" do Mia Couto, que me fez ir remexer nos meus preciosos arquivos, e ler mais um pouco sobre o Gungunhana e o enquadramento da vida daquele chefe tribal, com o caso do mapa cor-de-rosa e as relações entre Portugal e a Inglaterra no século XIX. 

Ele lá está, jogando em dois tabuleiros aproveitando a situação que opunha Portugal e Inglaterra. 

Outro facto que também se tornou mais claro do que anteriormente foi a clara desvantagem, ou a fraqueza se preferirmos, do nosso país perante a pungente e poderosa Inglaterra, e o facto de ter sido apenas jogando com a diplomacia que as perdas territoriais não foram maiores, naquela altura.

Deixo-vos um excerto dum texto interessante que apareceu na minha busca de informação.  

"Ao mesmo tempo que se dá a invasão de Manica (1891), dois oficiais da BSAC (Companhia Britânica da África do Sul) são enviados ao Kraal do rei de Gaza. O objectivo era conseguir que este desse a Mutassa o direito de realizar tratados com a Chartered. Se possível, deveriam tentar que Gungunhana desse preferência à protecção inglesa e não portuguesa, ou então que se conseguisse, entre ambas as partes, o reconhecimento da independência do seu poder. (Geographical Section of the Naval Intelligence Division, 1920) Ansioso por obter o melhor proveito da situação vivida entre a BSAC e Portugal, Gungunhana agiu sub-repticiamente, chegando a afirmar que aceitava a protecção inglesa, enviando a Londres dois emissários e mostrando-se disposto a cedera cidade da Beira, que dizia fazer parte dos seus domínios. A imprensa inglesa em Londres deu grande importância ao assunto e foi esta uma das razões das dificuldades de Portugal, em assegurar a Salisbury que o régulo era seu vassalo. Como oferta ao régulo, seguia ainda um carregamento de 1000 espingardas e uma grande quantidade de munições. Estas chegaram por mar e foram então levadas rio acima, para o território dos vátuas. Porém, o navio em que seguiam –o Countess of Carnarvon -foi capturado pelos portugueses, no seu regresso pelo Limpopo."

In A Pacificação de Moçambique no Final do Século XIX, à Luz da Velha Aliança.

Autor: Aspirante Tirocinante de Cavalaria Miguel Pelágio Santos de Almeida

Orientador: Tenente-Coronel de Infantaria António José Marracho

Lisboa, 23de Setembro de 2009

Luís C.

 

Gungunhana e suas esposas

 

quarta-feira, janeiro 20, 2021

INDEX - CURIOSIDADE

Isto de andar à volta com livros antigos em latim tentando relembrar as lições (poucas) a que assisti, e às quais não dava qualquer atenção, por serem obrigatórias, leva-me a encontrar coisas com as quais me cruzei no meu percurso laboral.
 
Passando pelo estudo da Inquisição, e cruzando isso com a Biblioteca de Mafra, lá fui esbarrar no Index e nos livros proibidos que lá se encontram com a classificação de "Miscelânia vária". 
 
A minha curiosidade residia nos critérios de proibição a que obedecia quem colocava os livros na tal relação, e diga-se que foi com alguma rapidez que lá cheguei, pois as 10 regras estão logo no princípio do livro.
 
Agora vou dar mais umas voltinhas por aqui, por mera curiosidade e também para exercitar a língua.
 
Uma gravura do livro

                                 Esta é a 4ª Regra, dum total de 10

 

sexta-feira, outubro 02, 2020

D. JOÃO V VISTO POR VOLTAIRE

Segundo Voltaire o rei de Portugal D. João V “quando queria uma festa fazia uma procissão religiosa, quando queria um novo palácio fazia um convento e quando queria uma amante escolhia uma freira”.

Voltaire é em si mesmo contraditório, o que é uma característica do iluminismo. Devido ao meio e ao tempo em que viveu, acreditava que não importava o poder dum monarca, pois antes de castigar um servo, devia respeitar as leis e só então executar as leis. Se um príncipe ou rei simplesmente punisse de acordo com o seu querer, seria apenas mais “um salteador de estrada ao qual se chama de Sua Majestade”.

Advogava algum liberalismo mas era um elitista que acreditava que as pessoas comuns estavam dominadas pelo fanatismo e pela superstição. Apesar de ter estudado com os jesuítas foi um feroz crítico dos mesmos apesar de muitos cientistas do seu tempo serem mesmo jesuítas.

Enfim, não surpreende a sua opinião sobre D. João V, um rei absoluto, rico e caprichoso.


 

sexta-feira, junho 12, 2009

INFLAÇÃO E ESTATÍSTICAS

Acredito piamente no trabalho que se desenvolve no Instituto Nacional de Estatística, mas tenho grandes dúvidas no que toca à informação que nos chega, nomeadamente nos números referentes ao desemprego e à inflação. Cientificamente não tenho elementos que corroborem as minhas reservas, mas há coisas que estão muito claras para mim.

Quando leio que o Índice de preços de Consumo desce 1,2 por cento em Maio, relativamente ao mesmo mês doa ano anterior, fico mais do que desconfiado. É tudo uma questão de memória e do modo como se interpretam os valores que nos são fornecidos.

Como estamos a falar dos preços ao consumidor, não é curial que se apresente o preço do petróleo como a principal causa para a queda da inflação. Podíamos falar do preço dos combustíveis e aí eu estaria de acordo, mas a diferença de preços verificados em Maio de 2008 e Maio de 2009, nada têm a ver com o diferencial da matéria prima que se situou nos 124,68 dólares/barril em 2008 e os 58,59 dólares/barril em Maio deste ano, e estou a ser benevolente porque até nem entro em conta com a relação euro/dólar, que ainda esbatia mais o resultado.

Segundo o INE também os transportes, os produtos alimentares e as bebidas não alcoólicas contribuíram para a queda do índice. Não sei bem se estamos a falar de transporte públicos ou particulares, mas não consegui encontrar diminuições nos custos. Quanto aos produtos alimentares e às tais bebidas, gostava de saber qual o supermercado ou supermercados que basearam os dados do estudo, porque eu contabilizo no geral aumentos, onde o INE encontra reduções, e eu queria aproveitar a dica para também poupar uns euros.



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Rosa Branca


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Humor dos Desertos

Linus plágio by Scott Stantis

sexta-feira, maio 11, 2007

CURTINHAS

Economia – Os dados económicos são sempre um quebra-cabeças para os leigos como eu na matéria, e hoje saiu mais um dado interessante: “grupos crescem oito vezes mais que o país”. Os dados eram relativos às dez maiores empresas nacionais e revelavam que nos últimos cinco anos os resultados subiram 122%. Como curiosidade também ficámos todos a saber que estas dez empresas representavam em 2006, 3,5% do PIB. Bolas, tanto alarido para 3,5% do PIB? Será que com tanto crescimento isso se reflectiu proporcionalmente nos salários dos que trabalham nestas dez grandes empresas? Espero que sim.

Fundo de desemprego – Os desempregados foram surpreendidos com valores mais baixos do que estavam à espera, pois embora a lei diga que o mínimo seria 403 euros, na realidade o cálculo é feito de outra maneira. Pelo DL 220/2006 artº29, “ o montante mensal do subsídio não pode ser nem superior ao triplo da retribuição mínima mensal garantida nem inferior a essa retribuição”. Isto parece claro, mas para a Segurança Social o que vale é o Indexante de Apoios Sociais (IAS), que tem o valor de 397,86 euros. Segundo o DN de hoje, o gabinete do ministro não comenta eventuais atropelos jurídicos, lembrando que as leis foram promulgadas e estão em vigor. Apetece-me perguntar qual delas, porque a do DL referido não é com toda a certeza, apesar de estar em vigor, como também afirma o gabinete ministerial.

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Fotos - Aves e Insectos

Line Martinsen

Vu

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Constipation en Sol majeur