domingo, dezembro 30, 2018
sexta-feira, dezembro 28, 2018
PORTUGAL ESTÁ A TORNAR-SE NUM PARQUE TEMÁTICO
A crescente dependência de
Portugal relativamente à actividade turística começa a preocupar muita gente e
pelas mais variadas razões.
Sabe-se que o que atrai mais
turistas a Portugal são factores bem identificados como sejam: a segurança, a
qualidade do acolhimento e simpatia dos portugueses, o Património, a
gastronomia, e o custo de vida. Resumindo pode dizer-se que o que atrai os
turistas é o nosso povo, a nossa identidade e o nosso país.
Tudo isto está a ser posto em
causa começando pelo abandono das cidades por parte dos nacionais, motivado
pela especulação imobiliária. O fim do mercado tradicional e dos restaurantes
genuinamente portugueses, substituídos pelas lojas de bugigangas e pelos
restaurantes com ementas tiradas a papel químico de qualquer centro turístico.
No turismo cultural temos as
principais atracções sobrelotadas, filas de espera, e dificuldades no trânsito.
A par disto temos locais preciosos quase às moscas, por falta de divulgação,
outros mostrando alguma decadência, por falta de investimento, e pouco trabalho
conjunto entre as entidades envolvidas, Estado, Turismo e Agentes de Viagens,
que andam quase de costas voltadas.
Experimentem entrar em igrejas em
monumentos, ou mesmo em igrejas monumentos, e garanto-vos uns quantos palermas
que sem se importarem com nada nem ninguém, se passeiam de chinelos, a comer
castanhas ou outra coisa qualquer, a falar alto, miúdos a correr como se
estivessem num parque, e gente a fazer poses frente ao altar, aos beijos diante
de pinturas, estátuas ou túmulos, e uns quantos pedintes nas redondezas das
entradas.
Quando falo de parques temáticos
é a isto que eu me refiro, e infelizmente começa a tornar-se demasiado
frequente, o que coloca em risco a tal chamada galinha dos ovos de ouro, o
Turismo.
quarta-feira, dezembro 26, 2018
FRASE DA SEMANA
“A tensão, mais do que a violência, foi o que
marcou a relação do Japão com o cristianismo, com os jesuítas e outros
missionários.”
Alexandra Curvelo, historiadora
Leitura recomendada AQUI
quinta-feira, dezembro 20, 2018
NATAL 2018
Para todos os meus amigos e aos que eventualmente por aqui passem nesta quadra, os meus mais sinceros desejos dum FELIZ NATAL
terça-feira, dezembro 18, 2018
YABURA A MAIOR CIDADE DE PORTUGAL NO TEMPO DOS MOUROS
Para os menos versados na
matéria, Yabura, a Évora no tempo dos mouros, foi uma cidade muito importante
na Península Ibérica, já depois da queda do Império Romano do Ocidente, e da
ocupação sucessiva de outros povos (Suevos e Visigodos), chegando mesmo a rivalizar
com Badajoz, que a certa altura a veio a conquistar.
sábado, dezembro 15, 2018
sexta-feira, dezembro 14, 2018
EÇA E PORTUGAL
Logo que na ordem económica não haja um balanço exacto de forças, de
produção, de salários, de trabalhos, de benefícios, de impostos, haverá
uma aristocracia financeira, que cresce, reluz, engorda, incha, e ao
mesmo tempo uma democracia de produtores que emagrece, definha e
dissipa-se nos proletariados.
Prosas Bárbaras
terça-feira, dezembro 11, 2018
MENOSPREZAR A HISTÓRIA DE PORTUGAL
Está a ser cada vez mais
questionada a História de Portugal, não pela descoberta de novos dados, mas
apenas porque se entrou numa espiral de julgamentos da nossa História,
utilizando parâmetros sociais e morais dos nossos dias.
As nossas descobertas são
questionadas por quem prefere salientar os aspectos negativos, em vez dos
avanços civilizacionais que originaram. O caso dos Museu das Descobertas e as
polémicas associadas são apenas um pequeno exemplo desta tendência.
Para quem lida diariamente com o
nosso Património e com o que se diz aos visitantes de museus e monumentos,
nacionais ou estrangeiros, já nada consegue surpreender grandemente.
Uma das muitas coisas que me
deixava incomodado era ouvir, diante do retrato de D. João V, que o uso de
perucas era devido à falta de higiene e à proliferação de piolhos. Esta
explicação que até nem é totalmente incorrecta, carece evidentemente dum
enquadramento geral dos hábitos higiénicos das cortes europeias ao tempo, e
isso ficava sempre por dizer.
Hoje quase não conseguimos
imaginar viver sem o banho diário, mas como se percebe, não podemos fazer
juízos sobre os hábitos higiénicos em Portugal, sem os enquadrar na época em
que viveu o Rei Magnífico, nem segundo o critérios higiénicos de hoje.
D. João V, o Magnífico
domingo, dezembro 09, 2018
CADA CAVADELA...
Seja a PETA, seja o PAN, ao tencionarem modificar algumas expressões frequentemente por nós utilizadas, apenas porque ao mencionarem animais perpetuam a violência sobre os animais (dizem), estão a ter uma atitude ridícula.
Quando propõem alterar expressões como " mais vale um pássaro na mão que dois a voar" por "mais vale um pássaro a voar do que dois na mão", estão apenas a desvirtuar o sentido da frase.
Só utilizando alguma dose de humor é que se poderiam alterar este tipo de frases, e não se trata de evoluir, mas sim de actualizar a mensagem...
sexta-feira, dezembro 07, 2018
COLÓNIAS E COLONIZADORES
Podíamos começar pela origem da
palavra colónia, que provém do latim, e cujo significado é exactamente o que
ainda hoje se usa em política, território ocupado e administrado por um
grupo de indivíduos mais poderosos, ou por representantes dum país a que esse
território não pertencia.
Apesar de ser usada uma palavra
de origem latina, as colónias já existiam na antiguidade e todos aprendemos na
disciplina de História que os fenícios, os gregos, os romanos e os árabes (para
mencionar alguns), tiveram colónias espalhadas nas costas do Mediterrânio, e
até para além dele.
O colonialismo (estabelecimento
de colónias) não surgiu apenas depois do século XV, por via das viagens
marítimas portuguesas, como alguns pretendem insinuar, por ignorância ou por
agenda política.
O estabelecimento de colónias na
antiguidade criou novas rotas de comércio, trouxe desenvolvimento e novos
saberes à Europa, alimentou o sentimento de identidade dos povos, que se uniam
sob a influência dos colonizadores, e contra eles, acabando por levar ao
surgimento do sentimento de nacionalidade e à criação de países, onde antes
apenas existiam povos que nem se entendiam entre si. Foi deste caldo de
culturas que nasceu Portugal, e não só.
O que se passou depois das
viagens marítimas, iniciadas pelos portugueses, não foi na sua essência muito
diferente, embora seja hoje transformado num julgamento histórico em que se
usam critérios actuais, o que é completamente disparatado.
Na actualidade temos outras
formas de colonialismo, mais refinadas e menos óbvias, mas que têm efeitos
semelhantes, se não mais perniciosos. Há quem seja subjugado pela força militar,
ou pela sua dependência, ou ainda pela fraqueza económica, mas poucos parecem
preocupados com esta realidade.
A História não retrocede para
podermos alterá-la, e ninguém nos pode garantir que seguindo outros rumos se
alcançassem melhores resultados, por isso só nos resta viver e aprender com
ela.
Mediterrâneo no século VI a.C.; Colonização fenícia em amarelo, grega em vermelho, e outras em cinzento.
quarta-feira, dezembro 05, 2018
segunda-feira, dezembro 03, 2018
OS PROTESTOS INORGÂNICOS
A má qualidade de muitos
políticos, tanto no poder como na oposição, tem conduzido as sociedades
ocidentais a problemas difíceis, se não impossíveis, de controlar, que têm
marcado a política um pouco por todo o lado.
Muitos enchem a boca com os
perigos dos populismos que vão surgindo por aí, outros criticando os eleitores
por fazerem más escolhas, ou escolhas menos informadas, e os diversos poderes
(políticos e económicos) a assobiar para o lado clamando pela repressão, ou
boicote dos protestos.
O poder económico não assume
culpas pelos maus salários nem pela precariedade, nem o poder político aceita o
seu falhanço na redistribuição da riqueza gerada, por inépcia ou poe conluio
com o poder económico.
Sem poder recorrer aos políticos,
nem aos sindicatos que perderam força e credibilidade, só restam os movimentos
cívicos, que pela sua natureza são vulneráveis a infiltrações de extremistas
que tornam todos os protestos em tremendas confusões e perturbações da ordem
pública.
Os movimentos de protesto
inorgânicos são perigosos pela sua vulnerabilidade, mas são o único recurso dos
cidadãos que acham que as coisas têm de mudar por serem já insuportáveis.
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Abuso,
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Injustiças,
Revolta
sábado, dezembro 01, 2018
A FRANÇA E O ABISMO
O que se passa neste momento em França, com os protestos dos
“coletes amarelos” é apenas mais um dos sinais dos grandes problemas sociais
que as democracias enfrentam nos nossos dias.
As instituições democráticas, os partidos e os políticos, têm
ignorado o que sentem os povos, as suas necessidades, e os seus anseios, e por
isso têm aberto o caminho ao populismo, e também aos protestos inorgânicos (não
enquadrados politicamente), que depressa se transformam em fenómenos incontroláveis.
Lá fora ou cá dentro, são cada vez mais as pessoas que não
se sentem representadas pelos partidos políticos, ou pelos sindicatos, ou
outras organizações da sociedade civil, e transformam-se assim em potenciais
apoiantes de movimentos ou indivíduos que se apresentem como possíveis
aglutinadores da vontade de mudança, e que condenam apenas o que existe, sem
nunca apresentarem um projecto estruturado para o futuro.
Sociedades insatisfeitas são facilmente instrumentalizadas,
e os maus políticos que são cada vez mais numerosos, parecem não perceber o
barril de pólvora que se está a criar…
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