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terça-feira, junho 25, 2019

A TRADIÇÃO E OS SANTOS


Nem sou muito de arraiais, mas nesta época costumo passar por lá uma vez, para comer umas sardinhas e beber uma sangria, o que já faz parte da minha própria tradição.

As tradições dos Santos Populares já não são o que eram, e não se julgue que mudaram para melhor, porque não é verdade.

As barraquinhas dos tiros ou não existem ou estão às moscas, as de argolas sumiram, as rifas também já eram, os carroceis às vezes nem lá estão, e os carrinhos de choques escasseiam. Eu sei que para alguns contam mais as procissões e as sardinhas assadas, mas isso parece-me pouco.

A nova realidade tem mais cerveja, ginjinha e gin, mais hamburguers e pizas, e em vez dos nossos ranchos populares, das bandas filarmónicas, e dos nossos cantores pimbas, oferecem-nos dj’s, música sertaneja e outras coisas semelhantes.

Cada vez mais oferecemos aquilo que se pode encontrar em todos os destinos turísticos de baixo preço, e é com esses que alguns querem competir, porque é essa a essência do turismo de massas. É pena, porque nesse campo só podemos competir empobrecendo o país, e ganhava-se muito mais oferecendo o que é genuinamente nosso.    




sexta-feira, dezembro 28, 2018

PORTUGAL ESTÁ A TORNAR-SE NUM PARQUE TEMÁTICO


A crescente dependência de Portugal relativamente à actividade turística começa a preocupar muita gente e pelas mais variadas razões.

Sabe-se que o que atrai mais turistas a Portugal são factores bem identificados como sejam: a segurança, a qualidade do acolhimento e simpatia dos portugueses, o Património, a gastronomia, e o custo de vida. Resumindo pode dizer-se que o que atrai os turistas é o nosso povo, a nossa identidade e o nosso país.

Tudo isto está a ser posto em causa começando pelo abandono das cidades por parte dos nacionais, motivado pela especulação imobiliária. O fim do mercado tradicional e dos restaurantes genuinamente portugueses, substituídos pelas lojas de bugigangas e pelos restaurantes com ementas tiradas a papel químico de qualquer centro turístico.

No turismo cultural temos as principais atracções sobrelotadas, filas de espera, e dificuldades no trânsito. A par disto temos locais preciosos quase às moscas, por falta de divulgação, outros mostrando alguma decadência, por falta de investimento, e pouco trabalho conjunto entre as entidades envolvidas, Estado, Turismo e Agentes de Viagens, que andam quase de costas voltadas.

Experimentem entrar em igrejas em monumentos, ou mesmo em igrejas monumentos, e garanto-vos uns quantos palermas que sem se importarem com nada nem ninguém, se passeiam de chinelos, a comer castanhas ou outra coisa qualquer, a falar alto, miúdos a correr como se estivessem num parque, e gente a fazer poses frente ao altar, aos beijos diante de pinturas, estátuas ou túmulos, e uns quantos pedintes nas redondezas das entradas.

Quando falo de parques temáticos é a isto que eu me refiro, e infelizmente começa a tornar-se demasiado frequente, o que coloca em risco a tal chamada galinha dos ovos de ouro, o Turismo.



sexta-feira, janeiro 25, 2008

O INQUISIDOR-GERAL

Tomás de Torquemada, que foi confessor da Rainha Isabel de Castela e Inquisidor-Geral de Castela e Aragão, por nomeação do Papa Sisto VI foi um dos rostos da intolerância da história da Igreja Católica. Judeus, mouros e hereges foram as vítimas privilegiadas das fogueiras utilizadas nesta fúria insensata e criminosa, justificada pela suposta necessidade de sangue limpo, leia-se sangue puramente cristão.
Nos nossos dias aquele comportamento é considerado condenável e reprovável, mas subsistem comportamentos igualmente inquisitórios e repressivos, com pretextos os mais diversos de ordem de saúde pública ou de segurança, cujos processos rivalizam com os de Tomás de Torquemada.
Os delatores, as polícias e os legisladores dos costumes estão por aí, proíbe-se a venda do rissóis e croquetes caseiros em cafés, fiscalizam-se as colheres utilizadas nas cozinhas, as luvas de plástico com que se manuseia a carcaça e a torrada, as cores dos cabos das facas utilizadas nas cozinhas e verifica-se se o chouriço lá terra, curado no fumeiro está devidamente embalado no vácuo. As castanhas só podem ser assadas e vendidas em carrinhos devidamente normalizados, os cartuchos também devem obedecer às normas impostas, tudo obedece às caprichosas normas impostas por Bruxelas.
Os senhores burocratas com assento em Bruxelas, não conhecem os couratos fritos, ou as alheiras de Mirandela, muito menos conhecem o sabor dos enchidos curados no fumeiro, sobre os quais legislam furiosamente, mas bebem alegremente um jarro de vinho num qualquer restaurante de Paris, comem as trufas que os porcos descobrem enterradas, e deliciam-se com queijos onde se mistura bolor e outras coisas que tais, mas que custam os olhos da cara e ostentam uma qualquer marca que lhes disseram ser de prestígio.
O ridículo não mata, senão teríamos uma razia pelos corredores da União Europeia, que não conseguindo democraticamente impor a sua vontade, enveredou pelo caminho indirecto das normas que visam formatar os povos, independentemente da sua história e da sua Cultura, para dentro de uns anos vir assegurar que a diversidade está completamente esbatida, e que temos muito mais coisas em comum do que alguns possam pensar.
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Fotografia

Александр А

S L I N K Y

Riedel "O" - 2 by io3

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Boas Caricaturas

Bill Murray por André Carrilho

Bono por André Carrilho