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quarta-feira, janeiro 08, 2025

EÇA DE QUEIROZ E OS POLÍTICOS


O que diria Eça do foguetório da sua trasladação para o Panteão Nacional?

Não sei, mas sobre os políticos ele não era meigo e não hesitou em se referir a eles assim: 

 ” O Governo, “o poder executivo, deixou de ser um poder do Estado. É apenas uma necessidade do programa constitucional. Está no cartaz, é necessário que apareça na cena. Não governa, não tem ideias, não tem sistema; nada reforma, nada estabelece; está ali, é o que basta.” Para Eça tudo isto explicaria o desinteresse pela política: “E assim se passa, defronte de um público enojado e indiferente, esta grande farsa que se chama intriga constitucional. Os lustres estão acesos. Mas o espectador, o país nada tem de comum com o que se representa no palco; não se interessa pelos personagens e a todos acha impuros e nulos.”

terça-feira, março 15, 2022

EÇA DE QUEIROZ

“Carácter, Ideias e Moral”
“ Aos políticos, menos liberalismo e mais carácter. 
Aos homens de letras, menos eloquência e mais ideias.
Aos cidadãos em geral, menos progresso e mais moral. ”


 

sexta-feira, dezembro 14, 2018

EÇA E PORTUGAL

Logo que na ordem económica não haja um balanço exacto de forças, de produção, de salários, de trabalhos, de benefícios, de impostos, haverá uma aristocracia financeira, que cresce, reluz, engorda, incha, e ao mesmo tempo uma democracia de produtores que emagrece, definha e dissipa-se nos proletariados. 

Prosas Bárbaras


quarta-feira, julho 17, 2013

A INEVITABILIDADE DAS REVOLUÇÕES



As revoluções não são factos que se aplaudam ou que se condenem. Havia nisso o mesmo absurdo que em aplaudir ou condenar as evoluções do Sol. São factos fatais. Têm de vir. De cada vez que vêm é sinal de que o homem vai alcançar mais uma liberdade, mais um direito, mais uma felicidade. Decerto que os horrores da revolução são medonhos, decerto que tudo o que é vital nas sociedades, a família, o trabalho, a educação, sofrem dolorosamente com a passagem dessa trovoada humana. Mas as misérias que se sofrem com as opressões, com os maus regímens, com as tiranias, são maiores ainda. As mulheres assassinadas no estado de prenhez e esmagadas com pedras, quando foi da revolução de 93, é uma coisa horrível; mas as mulheres, as crianças, os velhos morrendo de frio e de fome, aos milhares nas ruas, nos Invernos de 80 a 86, por culpa do Estado, e dos tributos e das finanças perdidas, e da fome e da morte da agricultura, é pior ainda. As desgraças das revoluções são dolorosas fatalidades, as desgraças dos maus governos são dolorosas infâmias.

Eça de Queirós



quarta-feira, dezembro 15, 2010

AS FARPAS

"Excerto de "As Farpas" de Eça de Queirós, 139 anos depois...

«O país perdeu a inteligência e a consciência moral.
Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada, os caracteres corrompidos.
A prática da vida tem por única direcção a conveniência.
Não há princípio que não seja desmentido.
Não há instituição que não seja escarnecida.
Ninguém se respeita.
Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos.
Ninguém crê na honestidade dos homens públicos.
Alguns agiotas felizes exploram.
A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia.
O povo está na miséria.
Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente.
O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo.
A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências.
Diz-se por toda a parte: o país está perdido!»

Escrito em 1871, por Eça de Queirós, no primeiro número d'As Farpas.
Retirado “Do Miradouro”

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C. Carmo by Palaciano
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