Podíamos começar pela origem da
palavra colónia, que provém do latim, e cujo significado é exactamente o que
ainda hoje se usa em política, território ocupado e administrado por um
grupo de indivíduos mais poderosos, ou por representantes dum país a que esse
território não pertencia.
Apesar de ser usada uma palavra
de origem latina, as colónias já existiam na antiguidade e todos aprendemos na
disciplina de História que os fenícios, os gregos, os romanos e os árabes (para
mencionar alguns), tiveram colónias espalhadas nas costas do Mediterrânio, e
até para além dele.
O colonialismo (estabelecimento
de colónias) não surgiu apenas depois do século XV, por via das viagens
marítimas portuguesas, como alguns pretendem insinuar, por ignorância ou por
agenda política.
O estabelecimento de colónias na
antiguidade criou novas rotas de comércio, trouxe desenvolvimento e novos
saberes à Europa, alimentou o sentimento de identidade dos povos, que se uniam
sob a influência dos colonizadores, e contra eles, acabando por levar ao
surgimento do sentimento de nacionalidade e à criação de países, onde antes
apenas existiam povos que nem se entendiam entre si. Foi deste caldo de
culturas que nasceu Portugal, e não só.
O que se passou depois das
viagens marítimas, iniciadas pelos portugueses, não foi na sua essência muito
diferente, embora seja hoje transformado num julgamento histórico em que se
usam critérios actuais, o que é completamente disparatado.
Na actualidade temos outras
formas de colonialismo, mais refinadas e menos óbvias, mas que têm efeitos
semelhantes, se não mais perniciosos. Há quem seja subjugado pela força militar,
ou pela sua dependência, ou ainda pela fraqueza económica, mas poucos parecem
preocupados com esta realidade.
A História não retrocede para
podermos alterá-la, e ninguém nos pode garantir que seguindo outros rumos se
alcançassem melhores resultados, por isso só nos resta viver e aprender com
ela.
Mediterrâneo no século VI a.C.; Colonização fenícia em amarelo, grega em vermelho, e outras em cinzento.
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