Está a ser cada vez mais
questionada a História de Portugal, não pela descoberta de novos dados, mas
apenas porque se entrou numa espiral de julgamentos da nossa História,
utilizando parâmetros sociais e morais dos nossos dias.
As nossas descobertas são
questionadas por quem prefere salientar os aspectos negativos, em vez dos
avanços civilizacionais que originaram. O caso dos Museu das Descobertas e as
polémicas associadas são apenas um pequeno exemplo desta tendência.
Para quem lida diariamente com o
nosso Património e com o que se diz aos visitantes de museus e monumentos,
nacionais ou estrangeiros, já nada consegue surpreender grandemente.
Uma das muitas coisas que me
deixava incomodado era ouvir, diante do retrato de D. João V, que o uso de
perucas era devido à falta de higiene e à proliferação de piolhos. Esta
explicação que até nem é totalmente incorrecta, carece evidentemente dum
enquadramento geral dos hábitos higiénicos das cortes europeias ao tempo, e
isso ficava sempre por dizer.
Hoje quase não conseguimos
imaginar viver sem o banho diário, mas como se percebe, não podemos fazer
juízos sobre os hábitos higiénicos em Portugal, sem os enquadrar na época em
que viveu o Rei Magnífico, nem segundo o critérios higiénicos de hoje.
D. João V, o Magnífico
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