Começa a ser penosa a tarefa dos políticos ao tentarem mascarar a realidade, e nada mais eficaz para os seus intentos do que os índices e as estatísticas, sempre seguindo fórmulas e indicadores ditados pelo poder, para confundir os cidadãos.
Pode-se constatar, por exemplo o aumento absurdo das massa alimentares, algumas estavam a 79 cêntimos há alguns meses e agora, as mesmas massas estão com preços superiores a 1 euro. Claro que podia estar aqui a desfiar um rol de produtos onde os aumentos são enormes, mas mesmo citando apenas a estatística nacional, temos a água, electricidade e gás a subirem 3,6%, e os produtos alimentares acima dos 5%.
O espanto geral é ouvir o ministro das Finanças referir-se à queda de 0,5% dos preços entre Julho e Agosto passado, e acrescentar «penso que esse é um sinal da capacidade da economia portuguesa em resistir a estes choques». Não sei como é que Teixeira dos Santos nos quer convencer de que a economia tem “capacidade” para resistir, a menos que não esteja a falar dos portugueses em geral. Então como é que aumentando tudo o que é essencial e come a fatia de leão dos salários, como a alimentação, a água, a electricidade, o gás, as rendas ou a prestação das casas, os combustíveis, os transportes públicos, as despesas com o ensino e a saúde, temos ainda “capacidade para resistir” a demagogia deste tipo?
Bem pode o senhor ministro repetir até à exaustão o seu discurso sobre a baixa inflação, mesmo sem dizer que também temos dos salários mais baixos, que ainda assim são cada vez mais os que vêem o salário acabar-se antes do final do mês. Essa realidade não deixa de ser sentida, só porque Teixeira dos Santos repete o mesmo discurso sempre que lhe dão a palavra.
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William Medeiros Gilmar