Já não sou um “cliente” habitual do espaço ocupado na RTP pelo professor Marcelo Rebelo de Sousa, mas como passa à hora do jantar acaba por ser quase incontornável. No domingo passado o comentador veio dizer que compreende o descontentamento dos funcionários públicos, embora discorde das razões apresentadas pelos sindicatos. Mas não ficou por aqui o senhor professor, porque acrescentou que o governo acabou por ficar com o fardo de ter posto todos os funcionários públicos com o credo na boca, e com medo de serem considerados excedentários, ainda que pouco tenha reformado de facto, e que portanto mais valia que o tivesse feito, porque os estragos já foram feitos na sua imagem. É inegável que a sua costela partidária falou mais alto do que a razão, e a isenção de que faz alguma gala, e também se ficou a saber que o senhor professor ou não se acha dispensável, ou então não precisa para nada do emprego público que ocupa.
O que mais me espantou, ou talvez não, neste seu comentário semanal, foi a atribuição do hipotético apoio de algum patronato à luta protagonizada pelos sindicatos, à desorientação do patronato em geral. Desengane-se professor Marcelo, porque os pequenos empresários já se deram conta de que estão à beira de também perderem os seus negócios e proventos.
Os trabalhadores deste país já foram tão espremidos como a azeitona num lagar, e o azeite (lucro), foi direitinho para o mercado (grandes empresas), restando apenas o bagaço sem grande valor económico, e portanto um subproduto destinado a adubar as terras.
A análise terminou com outro momento alto, quando a propósito da igreja portuguesa o comentador diz que o prelado não é de esquerda, como se afirma, mas sim cristão reformista, classificação em que gostaria certamente de ser incluído, fato que lhe assenta muito mal, e não me refiro obviamente às suas crenças e devoções.
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