Sempre que posso, não dispenso a conversa de café com os amigos de há longa data, decorra ela num café ou na casa de um de nós. Temos actividades diferentes, experiências diversas, formações díspares, e talvez apenas as idades sejam o que temos de maior proximidade, embora entre o mais velho e o mais novo exista uma diferença de pelo menos vinte anos.
Um dos que sentaram à volta da mesa é empresário à séria, com um negócio com mais de trezentos funcionários, e acabou por confessar que tinha alinhado durante mais de quinze anos, na onda dos contratos a prazo através do Centro de Emprego, pretendendo assim aliviar os encargos com o pessoal. Começo com uma dezena, e à medida que alguns funcionários mais velhos exigiam aumentos ou se reformavam, foi aumentando até atingir um número de contratados superior às cem pessoas. Passados estes quinze anos, tem agora um grande problema entre mãos, já que os chefes de equipa estão reduzidos ao mínimo, todos com mais de 55 anos e não encontra substitutos à altura, nem em conhecimentos práticos, nem em capacidade de chefia e gestão de pessoal.
Outro, dos amigos de tertúlia, é funcionário público, e com larga experiência em diversos sectores, foi informado pela chefia do serviço de que não seríam atribuidas as melhores notas a nenhum dos funcionários daquele serviço, porque a única que existia para ser atribuida ía direitinha para o seu braço direito. Confrontada com a injustiça, até porque a pessoa em questão estava no serviço há pouco mais do que seis meses, e ainda nem sequer conhecia os cantos à casa, havendo outros que eram indispensáveis ao funcionamento do serviço que mereciam muito mais essa classificação, a chefia começou imediatamente a hostilizar os melhores funcionários e a retaliar, responsabilizando-os por todos os problemas, mesmo daqueles para os quais sabe não haver nem meios humanos, nem tempo para serem executados.
A curiosidade destes dois desabafos é que, o empresário fora da empresa reconhece que tanto quis ganhar que ficou numa situação muito incómoda, que o vai obrigar a investir na formação e a pagar muito bem aos seus funcionários para garantir um bom desempenho e produtividade, já no sector público, como a chefia depende apenas e só da confiança política, limita-se a atirar as culpas aos subordinados, porque tem o lugar assegurado bastando para isso cortar nos custos que é só o que o ministério lhe exige.
Afinal a diferença entre o sector privado e o público é pequena e resume-se apenas a uma frase: o privado pode ir à falência, o público pode mandar o Estado (nós todos) à falência.
Um dos que sentaram à volta da mesa é empresário à séria, com um negócio com mais de trezentos funcionários, e acabou por confessar que tinha alinhado durante mais de quinze anos, na onda dos contratos a prazo através do Centro de Emprego, pretendendo assim aliviar os encargos com o pessoal. Começo com uma dezena, e à medida que alguns funcionários mais velhos exigiam aumentos ou se reformavam, foi aumentando até atingir um número de contratados superior às cem pessoas. Passados estes quinze anos, tem agora um grande problema entre mãos, já que os chefes de equipa estão reduzidos ao mínimo, todos com mais de 55 anos e não encontra substitutos à altura, nem em conhecimentos práticos, nem em capacidade de chefia e gestão de pessoal.
Outro, dos amigos de tertúlia, é funcionário público, e com larga experiência em diversos sectores, foi informado pela chefia do serviço de que não seríam atribuidas as melhores notas a nenhum dos funcionários daquele serviço, porque a única que existia para ser atribuida ía direitinha para o seu braço direito. Confrontada com a injustiça, até porque a pessoa em questão estava no serviço há pouco mais do que seis meses, e ainda nem sequer conhecia os cantos à casa, havendo outros que eram indispensáveis ao funcionamento do serviço que mereciam muito mais essa classificação, a chefia começou imediatamente a hostilizar os melhores funcionários e a retaliar, responsabilizando-os por todos os problemas, mesmo daqueles para os quais sabe não haver nem meios humanos, nem tempo para serem executados.
A curiosidade destes dois desabafos é que, o empresário fora da empresa reconhece que tanto quis ganhar que ficou numa situação muito incómoda, que o vai obrigar a investir na formação e a pagar muito bem aos seus funcionários para garantir um bom desempenho e produtividade, já no sector público, como a chefia depende apenas e só da confiança política, limita-se a atirar as culpas aos subordinados, porque tem o lugar assegurado bastando para isso cortar nos custos que é só o que o ministério lhe exige.
Afinal a diferença entre o sector privado e o público é pequena e resume-se apenas a uma frase: o privado pode ir à falência, o público pode mandar o Estado (nós todos) à falência.
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Fotografia
Os erros de gestão dos recursos humanos pagam-se a médio prazo, quando a mão-de-obra com qualidade e experiência começa a faltar. Não é da escola (ensino) que ela sai, por muito que se queira, mas sim da conjugação da experiência com a habilitação técnica, o que não se consegue com a alta rotatividade que deriva do abuso dos contratos a prazo.
ResponderEliminarCumprimentos
Se não te importas vou pôr o Link do "guardião" no "classepolitica"
ResponderEliminarOs teus Posts merecem de facto alguma reflexão e por isso serei visita e cá deixarei comentários de quando em vez.
abraço,
ruy
Bem ilustrada a falta de diferença e de preparação dos nossos mais altos decisores...
ResponderEliminarGostei também da visão celestial da primeira imagem!
a parte que menos prestei atenção foi à primeira imagem!
ResponderEliminarolhe que o empresário resolve o problema mais facilmente que o funcionario publico!
ResponderEliminarGente nova competente é o que não falta por aí.. não tenho a minima dúvida quanto a isso!
cp's
Um teve vistas curtas, mas safa-se.
ResponderEliminarNo segundo caso, o nepotismo é pago por todos nós, sem apelo nem agravo... e na maior impunidade.
Um abraço
Julgo que a Meg utilizou a palavra certa para definir o que se passa actualmente no sector público...impunidade.
ResponderEliminarNo sector privado os erros pagam-se, por vezes de forma cruel, mas a vida avança. Mas no fundo ambas espelham a péssima gestão das empresas portuguesas e dos serviços do estado.
Aquele abraço infernal!