Num país imaginário de ogres, duendes e fadas, um ciclope decidiu encetar negociações salariais com os duendes que o serviam, afirmando que o ponto de partida para o processo se situava nos 2,1%.
Os duendes, representados pelos seus sindicatos, prepararam-se para a negociação e anunciaram publicamente que a base negocial era muito baixa, nem sequer cobria a inflação prevista, que ía fazer subir todos os produtos que consumiam.
Uns quantos ogres, sentados nos seus poleiros altaneiros, falara de pobreza e dos baixos salários, bem como da miséria de aumentos que já duravam há muitos anos, mas apenas porque pretendiam corroer o poder do ciclope, e arregimentar a seu favor os pobres duendes, que evidentemente estavam descontentes.
Os sindicatos dos duendes, apesar dos seus protestos e indignação, nem perante o aumento das desigualdades, com as quais enchem a boca, conseguem apresentar propostas para reduzir essas desigualdades. Inebriados pelas poções de que usam e abusam, apresentam a mesma solução de sempre, os aumentos percentuais.
O ciclope negociador, afinal não pretende negociar nada, e a proposta inicial é também a final, acabando assim com o fingimento, pois estava mesmo era disposto a impor a sua vontade, já que se considerava o único e o maior desse país imaginário.
Os pobre duendes lá terão de contentar-se com uma ou duas dezenas de unidades monetárias, e os ogres com umas largas centenas, reservando-se o ciclope, o direito de distribuir uns quantos milhares aos ogres mais chegados e submissos, que mantém sob sua protecção, comprando assim a sua lealdade.
Este país imaginário, não existe é claro. Não há ciclopes, não há ogres nem fadas e os duendes também não. O mundo real é muito mais rosado e maravilhoso, como todos sabemos.
Os duendes, representados pelos seus sindicatos, prepararam-se para a negociação e anunciaram publicamente que a base negocial era muito baixa, nem sequer cobria a inflação prevista, que ía fazer subir todos os produtos que consumiam.
Uns quantos ogres, sentados nos seus poleiros altaneiros, falara de pobreza e dos baixos salários, bem como da miséria de aumentos que já duravam há muitos anos, mas apenas porque pretendiam corroer o poder do ciclope, e arregimentar a seu favor os pobres duendes, que evidentemente estavam descontentes.
Os sindicatos dos duendes, apesar dos seus protestos e indignação, nem perante o aumento das desigualdades, com as quais enchem a boca, conseguem apresentar propostas para reduzir essas desigualdades. Inebriados pelas poções de que usam e abusam, apresentam a mesma solução de sempre, os aumentos percentuais.
O ciclope negociador, afinal não pretende negociar nada, e a proposta inicial é também a final, acabando assim com o fingimento, pois estava mesmo era disposto a impor a sua vontade, já que se considerava o único e o maior desse país imaginário.
Os pobre duendes lá terão de contentar-se com uma ou duas dezenas de unidades monetárias, e os ogres com umas largas centenas, reservando-se o ciclope, o direito de distribuir uns quantos milhares aos ogres mais chegados e submissos, que mantém sob sua protecção, comprando assim a sua lealdade.
Este país imaginário, não existe é claro. Não há ciclopes, não há ogres nem fadas e os duendes também não. O mundo real é muito mais rosado e maravilhoso, como todos sabemos.
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Fotos - O Colorido Atrai
O ciclope é aquele cavalheiro que dá pelo nome de Figueiredo e que nos aparece sempre todo garboso e com ar de gozo a dizer que está a negociar? É?
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarTenho para mim que vou ter que comprar um novo dicionario ...é que ja não sei o significado das palavras !!
ResponderEliminarO que significa mesmo negociar?!
E já agora proposta?!
De dia para dia sinto-me mais burra , vou ter que estudar...com mais humildade,
Beijão grande
3:56 AM
Este país descrito aqui, não existe na realidade, mas está sempre presente nos pesadelos constantes dos funcionários públicos. Os patrões do sector privado vão também seguir o mau exemplo desta gente. Eu dava-lhes nomes diferentes, menos simpáticos de certeza.
ResponderEliminarLol
mas isso é uma historia de fantasia ou um pesadelo ?
ResponderEliminarBem eu estou acordado e afinal é real.
Ufff! Estava a ler esta esta história fantástica e comecei a sentir suores frios, tal as semelhanças com a realidade. Ainda bem que no final nos dizes que é tudo imaginário, pois estava a ficar preocupado!
ResponderEliminarE agora como nada mais me resta do que fazer aquilo que os duendes devem fazer, despeço-me e vou trabalhar, ou o ciclope não me paga!
Aquele abraço infernal!
Amigo Guardião,
ResponderEliminarParabéns pela forma como satirizou aquilo que devia ser e não foi, uma negociação salarial.
De facto, o défice vai-nos esvaziando cada vez mais os bolsos e, os sindicatos, aqueles que deviam ter alternativas, propostas ou o que quiserem chamar-lhe, justificam o tempo e o dinheiro com eles gastos de uma forma tão pobre e miserável que, em vez de lhes pagarmos, bem podíamos gravar uma cassete e, anualmente, colocá-la a "botar a faladura gravada" que foi a dos anos anteriores.
Parece que assim ficaríamos com mais uns cobrezitos nos bolsos!!!!!!!!!
Com tanta pobreza junta, onde iremos parar?!
Um abraço amigo,
Maria Faia
" O ciclope negociador não quer mesmo negociar nada"
ResponderEliminarTu não me digas que te referias à negociação salarial? NEGOCIAÇÃO?
E assim vamos caminhando neste mundo de duendes, fadas, feiticeiros, mágicos... valham-nos as flores que nos ofereces.
Beijjinhos
Ouvi falar em NEGOCIAÇÂO, mas devo ter-me enganado.
ResponderEliminarNEGOCIAÇÂO, qual NEGOCIAÇÃO?
Ah... bem me parecia... IMPOSIÇÃO!!
Isto da ficção confunde-me.
Um abraço, amigo Guardião!
Este país imaginário faz-me, não sei muito bem porquê, lembrar Portugal. Coisas do subconsciente...
ResponderEliminarRealmente, estou a ver um ciclope todo-poderoso a alimentar principescamente os seus ogres-lacaios e a enganar os duendes - a esmagadora maioria dos que trabalham (mal) na escravatura - com umas migalhas a mais. Que nem dão para encher a cova de um dente.
Deve ser um país de fugir. Para fora.
Um abraço
o post está muito bem conseguido e muitissimo oportuno!
ResponderEliminarParabens!
Caro amigo Guardião :
ResponderEliminarQue bem elaborada esta sátira. Muitos parabéns pela inspiração.
O texto é tão delicioso que bem vale aqui a máxima de que até das coisas mais tristes se retiram coisas boas...
Um bj
Maria