A visita de Mugabe a Portugal justificada por uma cimeira política entre a Europa e a África causa grande incomodidade, para não dizer que é simplesmente indesejável. Há quem argumente com os mais diversos motivos, a inevitabilidade do convite que lhe foi endereçado, e outros afirmam-se completamente contra a sua presença em Portugal, até porque está formalmente impedido de o fazer, pelo que só com o levantamento desta proibição, e devido a esta cimeira, é que cá se poderá deslocar.
A diplomacia internacional tem destes paradoxos, mas os cidadãos podem e devem expressar as suas opiniões livremente. Há quem repudie veementemente a presença de Mugabe, e quem se limite a dizer que ele não é o único tirano no seu continente.
Opiniões à parte, há um argumento que li num jornal de ontem que me deixou extremamente preocupado. Dizia um leitor que não sabia se “o regime é assim tão ditatorial”, o que é uma opinião difícil de aceitar, mas mais à frente pergunta se as pressões contra a presença de Mugabe, seriam “por causa da expropriação de fazendeiros de origem inglesa? Afinal os ingleses, quando colonizaram aquele território, não tiraram as terras aos seus autóctones? Se agora quem manda são eles, porque razão havemos de estar chocados?”.
É preciso muito cuidado com este tipo de argumentos, não pelo facto de encerrarem em si mesmo uma contradição profunda, mas porque se estão recordados, foi este o argumento usado por um dos maiores terroristas dos nossos dias, Bin Laden, quando ameaçou a Espanha, por ocasião do fatídico 11 de Março.
A diplomacia internacional tem destes paradoxos, mas os cidadãos podem e devem expressar as suas opiniões livremente. Há quem repudie veementemente a presença de Mugabe, e quem se limite a dizer que ele não é o único tirano no seu continente.
Opiniões à parte, há um argumento que li num jornal de ontem que me deixou extremamente preocupado. Dizia um leitor que não sabia se “o regime é assim tão ditatorial”, o que é uma opinião difícil de aceitar, mas mais à frente pergunta se as pressões contra a presença de Mugabe, seriam “por causa da expropriação de fazendeiros de origem inglesa? Afinal os ingleses, quando colonizaram aquele território, não tiraram as terras aos seus autóctones? Se agora quem manda são eles, porque razão havemos de estar chocados?”.
É preciso muito cuidado com este tipo de argumentos, não pelo facto de encerrarem em si mesmo uma contradição profunda, mas porque se estão recordados, foi este o argumento usado por um dos maiores terroristas dos nossos dias, Bin Laden, quando ameaçou a Espanha, por ocasião do fatídico 11 de Março.
»»» - «««
Fotografia
Olá guardião, simplesmente belíssima a tua postagem.
ResponderEliminarParabéns............
Muitos beijinhos,
Fernandinha
Há quem carregue um cisco (talvez um barrote) bem grande na vista que os impede de ver o que se passa no reino desse ditador de bigode ridículo. Fome miséria e destruição da agricultura dum país que já foi o celeiro de África. Será só por ignorância, ou há algo mais por detrás dessas bacoradas?
ResponderEliminarFui
Estamos perante uma nova saga da politica de interesses, tivemos o Putin, O Chavez, agora visita-se a China e depois vamos ter o Mugabe, nunca tinha visto tantos democratas juntos.
ResponderEliminarNão concordo.
ResponderEliminarOs erros do passado não podem ser justificação para os do presente.
Com a agravante que neste caso estão a ser espoliados cidadãos do próprio país que, aquando da independência, tomaram uma escolha: a de serem cidadãos do Zimbabué.
Ademais, os resultados da dita reforma agrágria estão à vista de todos.
Eu também não concordo com a opinião expressa pelo autor da carta, mas o pior terá sido mesmo a justificação da sua opinião. O post pretendeu apenas chamar a atenção para o facto de esta mesma justificação ter sido dada como justificação para actos de puro terrorismo.
ResponderEliminarQue fique claro, não me sentaria ao lado de Mugabe, mas incluiria mais nomes na lista de indesejáveis, mesmo de outros continentes.
Cumps
As ditaduras nunca são boas nem justas e os ditadores nunca representam a consolidação de direitos humanos.
ResponderEliminarOs erros do passado não justificam as retaliações presentes. Tanta intolerância choca. Apesar de eu não gostar do que vejo no meu país ainda assim prefiro que seja sempre uma democracia.
Hoje publiquei no Notas Soltas & Ideias Tontas (http://notassoltasideiastontas.blogspot.com) um post com dados oficiais sobre situações que nos envergonham. Muito gostaria que desses a tua opinião.
Abraço
Vou por ti, mas teriam de ver mais, não só de África... que os há por aí à descarada.
ResponderEliminarComo dizia o Aleixo... "há muitos que sem parecerem o que são, são aquilo que eu pareço"...
Um abraço
A presidência da UE fez com que por Portugal passassem uns quantos "democratas" bastante incómodos. Não gosto deles, e nem entendo que ainda haja quem os desculpe, mas isso já é outra loiça.
ResponderEliminarBjos
o cartoon dos combustiveis esta espetacular!
ResponderEliminarBons Cartoons!!! ;-)
ResponderEliminarQt ao Mugabe, os ingleses não têm razão para fazer fita pq eles foram os colonizadores daquela região.
Abraço ;-)
Sulista
'diplomacia internacional tem destes paradoxos, mas os cidadãos podem e devem expressar as suas opiniões livremente. Há quem repudie veementemente a presença de Mugabe, e quem se limite a dizer que ele não é o único tirano no seu continente.'
ResponderEliminarEu cá acho as duas coisas. No continente africano reinam os regimes totalitários e a ausência de democracias. Nesse continente a expressão 'direitos humanos' não deve ser conhecida. E sim, Mugabe não deve ter um dicionário.