O congelamento dos salários da função pública, além de ser uma forma de combater o défice à custa dos salários dos funcionários, é a negação completa da negociação salarial, que será uma mera fantochada porque o governo já disse que não haverá qualquer aumento.
Enquanto se penaliza o trabalho, porque não tenham ilusões, os privados vão aproveitar com unhas e dentes o (mau) exemplo do Estado para também evitarem os aumentos salariais, temos sectores que apresentam aumentos de lucros na ordem dos dois dígitos, que aproveitaram os avales do Estado, emprestaram menos dinheiro à economia e aumentaram os spreads quanto puderam, tornando os lucros mais do que generosos.
José Sócrates e os partidos à direita do PS afirmam estar preocupados com as instituições bancárias, como se os lucros não fossem conhecidos, e ataca quem trabalha por conta de outrem, numa ocasião em que o desemprego condiciona fortemente os protestos.