Hoje fui surpreendido com um artigo do Expresso em que Pinto Ribeiro, ministro da Cultura do Governo de José Sócrates, diz textualmente “não estou satisfeito com o orçamento”, e em seguida dispara acusações sobre os seus antecessores, acusando-os de má gestão.
Este artigo foi tema de conversa num almoço na Batalha, onde estava reunido o meu grupo de tertúlia, que aproveitou em peso para me confrontar com esta declarações do ministro, julgando eles que a minha opinião sobre este senhor, pudesse ser alterada à luz destas declarações.
Para surpresa dos meus amigos, apenas consegui concordar com o título da 1ª página, “o meu ministério não tem credibilidade”, e em tudo o resto sou muito crítico em relação a Pinto Ribeiro.
Este Ministério da Cultura, com José António Pinto Ribeiro à frente, perdeu a pouca credibilidade que eventualmente teria até à sua posse. Os lamentos de que não está satisfeito com o orçamento que lhe foi atribuído para 2009, não colhem qualquer simpatia, porque todos se recordam das suas primeiras declarações após a tomada de posse, dizendo que queria fazer mais com menos dinheiro. Foi imprudente, e deu um monumental tiro no pé, demonstrando desconhecer em absoluto a situação do ministério, e revelando a sua total inexperiência política.
À imprudência, e à inexperiência política, junte-se ainda um erro imperdoável, que é comum em muitos políticos cá do burgo, o de atirar a culpa para os seus antecessores, como se a aceitação do cargo não tivesse implícito o conhecimento detalhado das tarefas que aceitam ao anuírem a uma nomeação desta natureza.
Neste momento as queixas do senhor ministro da Cultura não fazem qualquer sentido, já que voluntariamente faz parte de um executivo que é (?) solidário com o seu chefe, e talvez fosse mais conveniente vir a terreiro elucidar os cidadãos sobre os seu projectos para a Cultura, em 2009. O senhor ministro sabe, ou pelo menos devia saber, que os funcionários dos museus, palácios e monumentos têm sérias apreensões, sendo que a maior se prende com a possibilidade da privatização de alguns serviços, e sobre isso o senhor ministro disse: NADA!
Qual vai ser o destino do futuro Museu dos Coches, da Torre de Belém, do Palácio Nacional de Mafra, do Palácio Nacional de Queluz, do Palácio Nacional de Sintra, do Mosteiro da Batalha, do Convento de Cristo, do Mosteiro de Alcobaça, para mencionar apenas alguns? Porque não nos fala das contrapartidas relativas à gestão do Palácio Nacional da Pena, entregue aos Parques de Sintra? Talvez tivesse sido interessante ter abordado estes assuntos em vez de ter dado esta entrevista muito pouco esclarecedora, e certamente ganharia alguma credibilidade, o que não conseguiu com este tipo de discurso.
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