segunda-feira, novembro 18, 2019
OS AUMENTOS DE LUXO QUE SE ESPERAM
quarta-feira, fevereiro 06, 2019
PRÉ-REFORMA DA TRETA
sexta-feira, junho 14, 2013
PÉSSIMO ARGUMENTO
quarta-feira, junho 12, 2013
O RIGOR DE CAVACO
sábado, fevereiro 04, 2012
CONVERSA DA TRETA
Imagine-se que os partidos do governo, PSD e CDS aprovaram na generalidade, na Assembleia da República, a lei dos compromissos do Estado. Isso mesmo, a lei dos compromissos.
Esta legislação regula a assunção de compromissos e pagamentos em atraso, impõe sanções e proíbe a assunção de despesas com base em previsões de receitas. Esta lei permite ainda ao executivo usar as receitas dos fundos de pensões da banca, para pagamentos de dívidas em atraso, apesar destas serem obviamente necessárias para pagamentos futuros da Segurança Social, com os encargos dos trabalhadores da banca.
Os partidos do governo argumentaram que a medida era moralizadora, criaria emprego e fazia do Estado “uma pessoa de bem”. Mesmo dando de barato que pudesse ajudar a criar emprego, o que não acredito, fiquei abismado com aquela de fazer do Estado “uma pessoa de bem”.
Tanto os deputados do PSD como os do CDS, que aprovaram o corte dos subsídios de férias e de Natal aos pensionistas e funcionários públicos, sabem que ajudaram a que o Estado deixasse de poder ser considerado uma pessoa de bem, violando um compromisso do Estado e violando a própria Constituição?
Talvez seja também altura de denunciar que apesar de tudo o que disseram, já estão a preparar a descida da TSU, condenando a Segurança Social à falência? Vêm agora falar em “pessoas de bem” quando se fartam de defraudar as legítimas expectativas dos cidadãos deste país?
Que falta de vergonha!

quarta-feira, outubro 05, 2011
ÉTICA SOCIAL?
Os nossos políticos conseguem por vezes ir além do razoável chegando mesmo a ser ridículos nas suas afirmações.
Não deve ser fácil tentar encontrar alguma ética ou sequer justiça social quando os números estão primeiro que as pessoas, mas há quem caia nesse erro e acabe por meter os pés pelas mãos.
Segundo a TSF, o secretário de Estado da Segurança Social durante uma conferência organizada por aquela rádio, com o tema “Serviço Nacional de Saúde: Custos e Benefícios”, veio afirmar que os cortes no sector vão ser feitos com «ética social».
Marco António Costa começou logo mal ao falar de despesas em apoios sociais, mas quando falou de ajustes, é que borrou logo a pintura toda.
Não existe qualquer ética social quando um governo está refém dum documento assinado com entidades internacionais, cujo interesse único é o lucro e a manutenção dos problemas económicos e especulativos o mais longe possível das suas fronteiras. Em todo o documento assinado com a troika não se encontra uma única linha que revele uma pitada que seja de «ética social», por muito que Marco António Costa nos tente convencer.
sábado, outubro 30, 2010
O MAU É PÉSSIMO
Ninguém entende em que é que concordaram de facto, nem se sabe o que é que vai ser acrescentado para arrebanhar os tais 500 milhões de euros. Curiosamente as negociações tinham sido interrompidas com uma diferença de 200 ou trezentos milhões, mas o acordo foi feito com a diferença de 500.
Sintomático de que tudo isto são manobras políticas, temos o facto de Passos Coelho vir a público dizer que o PSD se vai abster na votação de um “Mau Orçamento”. Se é mau porque é que quem se diz responsável e que afirmou que tinha um plano B, caso o Governo se demitisse, não vota simplesmente contra?
quinta-feira, outubro 14, 2010
AUTORIDADE BEM-HUMORADA
Manuel Sebastião disse perante os deputados da Comissão de Assuntos Económicos e Energia que “copiar os preços não constitui qualquer ilícito”, referindo-se aos preços dos combustíveis.
Com muito humor acrescenta o senhor presidente da AdC “eu questiono mesmo qual seria o interesse de fazer uma concertação de preços”.
Não sei se os senhores deputados da nação se riram das piadas, mas fiquei em crer os esclarecimentos de Manuel Sebastião não convencem ninguém, e quanto ao interesse em “fazer uma concertação de preços”, talvez seja oportuno dizer a este senhor que é a forma usual de evitar a concorrência real que é mais favorável aos clientes do que aos fornecedores de combustível.
Não acredito que o presidente da AdC seja ingénuo, mas lá que tem veia para o humor….
terça-feira, junho 15, 2010
EMBARRETANDO INCAUTOS
Depois da alteração ao Código do Trabalho da autoria do PS, que precarizou ainda mais o emprego, temos agora uma proposta do PSD que pretende mais “flexibilização laboral “, que é mais um eufemismo que quer dizer mais facilidade nos despedimentos e contratos precários até quando os patrões pretenderem.
Eu sempre disse que não há diferenças de fundo entre o PS de Sócrates e o PSD de Passos Coelho, mas escusavam de se atropelar na tentativa de agradar ao patronato para demonstrarem a sua dedicação.
O mais espantoso e pouco inteligente no discurso de Passos Coelho foi a afirmação de que a flexibilização laboral vai ajudar os desempregados a encontrarem oportunidades de trabalho. Um político que se diz gestor devia saber que está a propor empregos por troca de desemprego, e que está na realidade a proporcionar aos patrões a oportunidade óbvia para oferecer vencimentos cada vez mais baixos, aproveitando-se da situação de haver muito desemprego.
Com papas e bolos se enganam os tolos, deve pensar Passos Coelho, mas engana-se. Esta receita já foi aplicada por Sócrates e o resultado é o que está à vista: mais desemprego e cada vez mais retrocesso dos salários.
Notícia conexa AQUIsexta-feira, março 27, 2009
À ATENÇÃO DOS INGÉNUOS
Em tempos escrevi por aqui que a avaliação do desempenho na função pública não passava de um engodo, já que a intenção real do governo era fazer demorar o mais possível as progressões na carreira dos funcionários públicos. Tive então uns quantos comentários de pessoas mais ingénuas, ou pelo menos pouco conhecedoras do meio, repetindo os chavões que os governantes vinham dizendo de cada vez que o sistema era contestado.
A avaliação não passa de uma caricatura do que se dizia ser um estímulo à excelência, e na prática o governo já conseguiu o que pretendia, que não passa de um estratagema para demorar 10 anos a progressão dos funcionários. Dizem-me, mas há alguns que levam a classificação de excelentes, mas para esses aconselho-os a que consultem as listas dos ministérios, que é elucidativa.
Mas hoje veio mais uma confirmação da minha opinião, agora no Diário Económico, onde se pode ler que o Governo acabou de reduzir em mais 87 milhões de euros as verbas disponíveis para aplicar em progressões de funcionários públicos e para recrutamento. O Ministério das Finanças já confirmou a duplicação das cativações a aplicar a essas verbas, pelo que aos poucos tudo começa a ficar claro, mesmo para os mais ingénuos.


quarta-feira, novembro 26, 2008
MÉRITO?
Quando me reformei, procurei esquecer algumas afrontas que me fizeram enquanto estava no activo, muitas delas decorrentes da avaliação que alguns dos meus superiores faziam do meu trabalho. Sempre considerei que haviam pessoas que não tinham capacidade nem conhecimentos para avaliar o trabalho de outrem, ou porque não estavam minimamente capacitados para o fazer ou porque apesar de à partida terem essas capacidades, nunca executaram tarefas nas áreas para que obtiveram formação.
Nunca terei sido um sobre dotado, mas sempre fui muito profissional nos lugares que ocupei, e podem crer que foram muitos. Depois da minha saída fui por diversas vezes contactado, por pessoas que me avaliaram no passado, no sentido de efectuar trabalhos para organismos onde trabalhei, o que sempre recusei por motivos muito pessoais e de que me orgulho.
Trabalho hoje por conta própria, sou reconhecido dentro do meio, e vejo com alguma tristeza que os mesmos que se arrogavam de autoridade para me classificar sem para isso terem um mínimo de competências, continuam em lugares de alta chefia e de confiança política, desperdiçando dinheiros do erário público, recorrendo a serviços externos para efectuarem trabalhos que durante décadas foram feitos internamente, a custos muito mais baixos.
Quando me perguntam se concordo com avaliações e se não acho que o mérito deve ser reconhecido e compensado, respondo invariavelmente com a questão: “com a classe dirigente que temos?”.


