Sobre a polémica instalada na Educação e no resto da Função Pública, a propósito das avaliações, li e ouvi muitos que defendiam que elas fossem feitas como o Governo decidiu, mas também constatei que entre os directamente visados se coloca um problema de enorme grandeza, que se prende com os critérios, os meios e a imparcialidade ou competência dos avaliadores.
Ficou bem patente que o Governo defende com unhas e dentes o seu modelo de avaliação, contra a vontade dos seus funcionários, com o objectivo evidente de evitar ao máximo os gastos decorrentes das progressões nas carreiras. O mérito, esse é racionado e fica para os de sempre, os amigos do círculo mais próximo, sempre possível de justificar pelas limitações impostas pelo próprio processo.
Afirmando até à exaustão que o que os funcionários públicos querem é subir automaticamente nas carreiras, como se não houvessem concursos e outros processos de avaliação mais consensuais, tentaram virar a opinião pública contra os funcionários, sem se preocuparem sequer com os prejuízos decorrentes do mau estar e desmotivação que causaram.
Mas a avaliação pode ser um pau de dois bicos, e até os acérrimos defensores de uma qualquer avaliação, podem de repente, vir a tornar-se os seus maiores críticos. Veja-se por exemplo o caso de Teixeira dos Santos, que foi classificado como o pior ministro das Finanças da Europa, pelo jornal Finantial Times. Será que ele concorda com essa avaliação? Afinal o FT é uma entidade independente.
Mas nem só o ministro Teixeira dos Santos foi alvo de avaliação, o restante executivo, também foi avaliado num relatório da Comissão Europeia, sobre a evolução do emprego. Portugal teve o menor, ou um dos menores (sou benevolente) ritmos na criação de emprego, na última década. Lembramo-nos todos da promessa de criação de 150.000 novos empregos.
Como é que o nosso executivo encara estas duas avaliações, que o colocam na cauda da Europa? Estou certo que desejavam rebater a avaliação e os critérios utilizados. Quererá isso dizer que são contra a avaliação? Meditem um pouco antes de responderem, porque isto de avaliações tem muito que se lhe diga…
A avaliação deve ser feita a toda a gente, qualquer classe profissional deve ser avaliada e pode ser avaliada, tanto pelos chefes como até pelos clientes.
ResponderEliminarAgora uma avaliação confusa sem uma direcção certa é que se dispensa.
Entretanto os parabéns pelas duas primeiras fotos, boas escolhas.
Continuemos a defender a escola pública sériae objectiva. A Luta Continua.
ResponderEliminarAbraço
Será que alguém encontrou uma avaliação perfeita, sem ser o autor da avaliação? O Tacheiro dos Prantos não deve ter achado piada nenhuma à classificação recebida e o Xocas deve ter amaldiçoado a Comissão Europeia.
ResponderEliminarToma lá que é democrático! Os avaliadores também podem ser avaliados, o que não lhes é permitido é contestarem a avaliação, se é que confiam na imparcialidade tout court
Lol
AnarKa
Uma sociedade que abdica de todos os valores e de todas a regras para ver quem é o melhor, o primeiro. Não interessa ter direitos, interessa é ser melhor que os outros - eis a recompensa. A coberto do pretexto indiscutível de que se devem avaliar os processos e o desempenho, as organizações conseguem criar péssimos ambientes no trabalho, iludir resultados, escravizar!
ResponderEliminarE depois calamo-nos todos, fingimos concordar porque nunca existirá um avaliação perfeita, nunca existirá uma democracia perfeita, o mundo não é perfeito e outras tretas de pensador convencional. E a rematar: "ah não concorda com esta avaliação? então é porque não quer ser avaliado!"
Um abraço do melhor
Guardião
ResponderEliminarexcelente texto sobre a tão polémica avaliação.
Sem dúvida que a avaliação contém em si algo de dúbio. Escolher um bom modelo de avaliação para um grupo tão grande é dificil, sobretudo um que seja o mais justo possível.
O que mais me incomoda neste modelo d eavaliação é saber que ele pode ser posto em prática por pessoas sem carácter e com falta de bom senso e brio profissional. As mesmas que sem qualquer mostras de bom desempenho profissional subiram a professores titulares.
Longa história...
Avaliação? Claro!
ResponderEliminarMas o Governo parte a população ás fatias e divide para reinar.
Como se não bastasse, a oposição não comparece por falta de existência.
Saudações.
A VIOLETA, em poucas palavras, disse muito!
ResponderEliminarComo diz o José, é só uma questão financeira. O resto, é conversa p enganar.
ResponderEliminarEles não nos querem é pagar o que se merece subindo na carreira.
Assim, é a estagnação. De tudo, inclusivé do interesse pessoal na profissão :-(
Abraço
Creio que a avaliação nunca esteve em causa, mas sim o seu modelo,e muito blá blá
ResponderEliminarSaudações amigas
Os posters são um espanto
ResponderEliminarSaudações amigas
Boa malha. O coro de protestos acerca da péssima classificação do Teixeira dos Santos mostrou bem que afinal eles só acreditam nas classificações feitas por eles, as feitas pelos outros é que são injustas e com falta de critério. Ficámos elucidados...
ResponderEliminarBjos da Sílvia
Este assunto já está demasiado falado...todos dizem de sua justiça mas de nada adianta.
ResponderEliminarEles fizeram as leis e as regras e ficou tudo estragado.
Desde sempre fui avaliada e nunca se criticou a antiga avaliação, essa sim justa e honesta, no meu caso. Só de mim falo, assim não me meto onde não sou chamada; de mim sei.
Desde 2004 que houve mudanças e daí em diante tudo ficou pior do que estava, nunca mais foi o que já tinha sido...mudou para pior.
O que mais me incomoda neste modelo de avaliação é saber que ele pode ser posto em prática por pessoas sem carácter e com falta de bom senso e brio profissional. As mesmas que sem quaisquer mostras de bom desempenho profissional subiram a Chefes no tempo da outra senhora, porque agora as chefias têm que ter uma licenciatura...e essas chefes coitadas nem a tabuada sabem...
Eles não nos querem é pagar o que se merece subindo na carreira.
Já há mais de 4 anos que eu devia ter subido para a categoria seguinte, mas foi o que eles conseguiram com esta nova avaliação...a estagnação.
De tudo, inclusivé do interesse pessoal na profissão...depois admiram-se de haver milhares de pessoas desinteressadas e desmotivadas...