Quando a 3 de Março de 1493,
Cristóvão Colombo entrou no porto, no Restelo, num navio muito danificado, D.
João II foi informado pelo navegador, patrocinado pelos reis católicos, da
pretensa descoberta da Índia, tendo mesmo mostrado um refém da região a que
terá aportado, que não era, evidentemente, africano.
Colombo não sabia, mas navegara
para o lado errado, na sua busca pela Índia. Só os portugueses sabiam o
suficiente para descobrir o caminho marítimo para esta região e, ao fazê-lo,
unir o mundo. Pêro da Covilhã e Bartolomeu Dias tinham fornecido as informações
suficientes para se iniciar uma expedição com possibilidades reais de descobrir
o caminho marítimo para a Índia.
O projecto da expedição
organizada já no reinado de D. Manuel I, tinha sido forjada com o espírito das
cruzadas, mas também tinha uma dimensão material de retirar o monopólio do
comércio aos mamelucos, como também substituir os venezianos como centro do
comércio de bens de luxo do oriente.
O objectivo de chegar às Índias,
um espaço ainda indefinido, dada a falta de conhecimento pormenorizado que, na
imaginação europeia, incluía todo o oceano Índico e qualquer outro sítio onde
crescessem especiarias.
Texto adaptado do livro de Roger
Crowley, Os Conquistadores.