O panorama político português apresenta um partido dito socialista, que até está no poder, mas na prática não se vê o socialismo na acção governativa.
Nesta semana que termina foram conhecidos os lucros dos bancos, que foram considerados excepcionais pelos próprios gestores da banca privada, mas ficou a saber-se que os mesmos pagaram menos, muito menos impostos do que no mesmo período do ano anterior.
No caso dos impostos sobre os rendimentos de trabalho tivemos os aumentos conhecidos, como conhecidos são os aumentos de impostos sobre o consumo.
É difícil apelidar de socialista um executivo que entende ser prioritário taxar mais os rendimentos do trabalho e o consumo, aliviando a carga fiscal aos lucros do mercado financeiro, que além de não criar emprego nesta conjuntura, ainda dificulta os empréstimos às pequenas e médias empresas, essas sim geradoras de emprego.
Penso que a justificação dada por um membro do governo acerca das portagens na Via do Infante, que segundo ele não se aplicará aos algarvios, que delas ficam isentos, que conclui que o governo não gostou de tomar a medida de implementar portagens, que só foi tomada em “condições excepcionais”. Mas disse ainda que “é uma medida necessária e sobretudo justa”.
É formidável que este governo continue a dizer-se socialista, porque de socialismo só terá mesmo… o “S”, que aliás também já teve outros significados.
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