segunda-feira, agosto 04, 2025
sábado, dezembro 18, 2021
BEATI PAUPERES SPIRITU…
Apesar da maioria dos portugueses ter aderido à vacinação e estar a respeitar a regras do uso da máscara onde é recomendado, da higienização das mãos e do distanciamento social, há ainda quem não queira aceitar a evidência dos números e da ciência.
Nós vivemos em sociedade, não somos ilhas, e os nossos comportamentos têm influência naqueles que nos rodeiam, e é por isso que existem regras de convivência, que existem as leis, exactamente para evitar que os nossos comportamentos (indevidos) possam prejudicar aqueles que estão ao nosso redor.
Não existe Liberdade quando não há responsabilidade, e há quem não o queira perceber.
domingo, março 21, 2021
OS NOSSO ALIADOS INGLESES
O mais antigo tratado de aliança diplomática do mundo, o Tratado de Windsor entre Portugal e a Inglaterra continua a ter significado para a política portuguesa, mas não tem a mesma reciprocidade por parte do governo inglês, e isso tem-se manifestado claramente nos últimos tempos, apesar da impassibilidade das autoridades nacionais.
Nós estamos inseridos na União Europeia, para o bem e para o mal, e3 a Inglaterra por vontade própria acabou por sair da mesma ao aprovar o Brexit.
No caso da escassez de vacinas na UE, a Inglaterra tem bloqueado o envio de vacinas para a Europa para satisfazer as suas necessidades de vacinação, estando por isso muito mais avançada relativamente à União Europeia. De Inglaterra não sai uma única vacina para a Europa.
A Europa que financiou a AstraZeneca e firmou encomendas da vacina contra a COVID-19 em quantidade muito apreciáveis, além de não receber a totalidade do que tinha sido estabelecido, ainda está a exportar vacinas da AstraZeneca fabricadas em território europeu, pelo que exigiu que a farmacêutica cumprisse as encomendas combinadas, ou então ver-se-ia obrigada a proibir a exportação das vacinas produzidas no espaço europeu.
É curiosa a resposta inglesa, que diz que seria “contraprodutivo” bloquear a exportação da vacina da AstraZeneca, mas nada diz sobre a sua própria proibição de exportação da vacina, o que diz muito sobre o cinismo com que encara a situação.
O proteccionismo britânico que devíamos conhecer bem desde o ultimato inglês (1890), não é só notório quanto à vacinação, mas também quanto à economia, já para não falar nas premissas do Brexit, e veja-se agora que o ministro da defesa pede aos britânicos que não marquem férias e aguardem recomendações por parte do governo, acrescentando “não podemos pôr em perigo os ganhos da nossa campanha de vacinação” referindo-se à possibilidade de os turistas regressados a casa virem infectados com mais perigosas e mais transmissíveis do vírus. “Se fôssemos imprudentes e importássemos novas variantes que comportam riscos, como reagiriam as pessoas”.
O cinismo britânico é conhecido, como conhecido é o lambebotismo tuga, mas custa ouvir responsáveis dum país que exportou uma variante altamente contagiante para a Europa, vir agora ter um discurso destes, e custa ainda muito mais ouvir o discurso dos nossos governantes que estão sempre de pernas abertas para com uns parceiros que são tudo menos confiáveis. Reciprocidade é algo que a diplomacia devia saber fazer respeitar, se queremos ser também respeitados.
quarta-feira, maio 01, 2019
O PODER DOS MERCEEIROS E O COMODISMO TUGA
terça-feira, abril 23, 2019
POR QUE SOMOS TÃO COMODISTAS?
domingo, maio 17, 2015
A EUROPA E OS URSOS
terça-feira, fevereiro 17, 2015
DEITAR GASOLINA NA FOGUEIRA
domingo, junho 01, 2014
INDIFERENÇA
sexta-feira, agosto 06, 2010
FILANTROPIA
A notícia que vos trago veio dos Estados Unidos, onde alguns multimilionários prometeram doar parte das suas fortunas para a caridade.
Os impulsionadores deste compromisso foram Warren Buffett e Bill Gates, que conseguiram convencer outros multimilionários americanos. A filantropia destes dois investidores é conhecida pelas generosas doações do primeiro e da Fundação do segundo que desde 1994 está em campo.
Esta notícia da filantropia destes americanos, contrasta com a reacção dos políticos portugueses, especialmente dos que estão no governo, quando um membro do clero católico sugeriu que eles bem podiam ajudar com os seus salários, os pobres deste país.
Reconheço que há diferenças evidentes entre os proveitos dos multimilionários americanos e os políticos nacionais, mas uns são solidários os outros assobiam para o ar e dão à sola antes que alguém os envergonhe.
Quem conhece o voluntariado e a pobreza que grassa por todo o lado, sabe bem que os mais solidários são aqueles que estão um pouco acima do patamar da pobreza, e não os mais abastados, muito menos os políticos. Quem quiser aferir o que digo, faça um esforço e acompanhe uma das muitas entidades que praticam o voluntariado, e ajudam os sem abrigo e os mais desfavorecidos.
998
sexta-feira, julho 23, 2010
AVANÇO CIVILIZACIONAL
Dei sempre bastante importância a uma norma que me ensinaram quando ainda era muito novinho, que consiste em “não desejar para os outros aquilo que não quero para mim”. Esta é talvez a razão porque não convivo bem com pessoas egoístas ou com gente que apenas olha para o seu próprio umbigo.
A notícia de que os hipermercados vão estar abertos aos domingos até à meia-noite, não me agradou nada, e muito menos me agradaram os comentários que fui lendo a essas notícias. Para ser muito sincero quase que apenas faltou dizer-se que era mais um avanço civilizacional, expressão que está na moda.
Dizem-me que vão ser criados mais de 2000 empregos, mas não se diz que tipo de empregos (precários digo eu), nem quantos é que se vão perder com mais esta machadada ao comércio tradicional. Também ouvi que facilita a vida aos consumidores, mas ninguém se preocupa em saber se a vida dos trabalhadores dos hipermercados fica mais dificultada, nem se questionam se o senhor Belmiro vai abrir creches ou ATL para os filhos dos seus empregados que trabalham aos fins-de-semana.
Um senhor secretário de Estado exaltou os empregos a criar, e um ministro admitiu que “alguns” destes postos de trabalho poderão ser precários, mas insistem em racionalidade económica e em concorrência sã. O pequeno comércio não pode competir com estas grandes superfícies, pelo menos no tempo de abertura, exactamente porque isso não teria qualquer racionalidade económica devido à diferença de escala. Quanto à concorrência nesta matéria, isso só pode existir entre empresas com o mesmo tipo de negócio, independentemente da abertura ou fecho aos domingos.
Lamento ouvir muitos cidadãos dizerem que são a favor desta medida, quando temos centros de saúde fechados aos sábados, domingos e feriados, que são muito mais necessários. Alguns dizem mesmo que só podem ir às compras ao domingo, o que é absurdo, atendendo ao horário já praticado por estas superfícies.
Só queria deixar aqui uma pergunta venenosa: Porque é que não se acabam com os fechos dos serviços todos aos sábados e domingos, e não se começam a folgar por turnos, permitindo-se assim que eu possa pagar impostos ao domingo, ir ao banco ao sábado à tarde, fazer um exame médico de rotina ou até ir ao mecânico ao fim-de-semana? Já agora também posso deixar os meus netos no infantário, e o meu filho na faculdade para gozar o meu domingo à vontade com a minha companheira? Acham bem que todos exerçam o seu direito a ser egoístas?
