Cá pelo rectângulo assiste-se a um ataque concertado do patronato e dos dois partidos que se vão entretendo a dançar o tango, visando precarizar ainda mais o emprego e a liberalizar mais os despedimentos. Fala-se em diminuir os custos associados à produção, e a pouca imaginação fixa-se apenas nos custos do trabalho.
Eu sei, todos sabemos, que a Europa está a entrar nesta onda, deixando de lado a grande conquista da segunda metade do século XX, o estado social. O capitalismo com preocupações sociais está a dar lugar ao capitalismo selvagem, que alguns preferem chamar de liberal.
É sintomático que se queira ser concorrencial com países com ideologias que se condenam e onde as pessoas não vêem respeitados os seus direitos. A receita para a competitividade é exactamente a da compressão dos direitos laborais e dos cortes nos salários.
O patronato europeu e os burocratas de Bruxelas parecem ignorar que na China já não se aceita os horários de trabalho desumanos e os baixos salários praticados, e as greves já começaram pelas maiores fábricas de produtos que consumimos aqui no Ocidente, como seja na Foxconn e na Honda.
As autoridades chinesas já se começaram a debruçar sobre a paz social, sobre a distribuição da riqueza, e sobre as desigualdades que começam a minar a estabilidade. As novas gerações já não estão dispostas a aguentar o que os seus pais aguentaram, e querem também partilhar da riqueza que produzem.
A Europa envelhece, e amolece, enquanto o Oriente acorda e aspira por maior justiça social e melhor partilha da riqueza. Quem diria!
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Época de Exames
Finally by *Culpeo-Fox