sábado, janeiro 31, 2009
GRANDE CONFUSÃO
quinta-feira, janeiro 29, 2009
ACTUALIDADE E DISPARATES
Por algum motivo que não me interessa aprofundar aqui, costumo sintonizar a TSF, e as notícias são o forte da emissora, mas nestes dias levamos com o debate em dose reforçada, a menos que desliguemos a telefonia.
Porque estamos sempre a aprender, mesmo quando ouvimos coisas de que não gostamos, aqui fica a minha conclusão sobre estes debates e sobre a presença de José Sócrates, para elucidar, responder e informar os deputados:
1ª Bastava utilizar um gravador e a presença do senhor 1º ministro era dispensável.
2ª Quem espera ouvir respostas às perguntas feitas pelos deputados, deve ser considerado um optimista incurável.
3ª Duas frases resumem com muita eficácia as respostas do chefe do executivo a todas as questões colocadas ou a colocar:
- Para a oposição à direita do PS - "Os senhores criticam tudo o que fazemos, mas deviam era explicar porque é que não fizeram melhor quando estiveram no Governo."
- Para a oposição à esquerda do PS - "Os senhores são contra tudo o que o Governo faz, não importa o que seja, e só propõem coisas impossíveis de realizar porque sabem que nunca serão Governo."
terça-feira, janeiro 27, 2009
DE BESTIAL A BESTA
Vivemos numa sociedade onde o egoísmo e a inveja imperam e são estimulados, apontando-se o sucesso como uma meta ao alcance de muitos, não se valorizando convenientemente o bem comum que acaba por ser a única garantia real, na qual podemos encontrar refúgio quando as coisas nos correm mal.
A Quimonda foi apontada como um caso de sucesso, e ouvimos falar nuns quantos que encabeçaram o tal sucesso quando as ajudas públicas vieram e se planeou a sua expansão e internacionalização. Os seus trabalhadores, que eu tenha lido ou ouvido, nunca foram parte do tal sucesso, nas referências da comunicação social, dos analistas económicos ou dos políticos que cavalgaram o sucesso da empresa.
A empresa está na iminência de encerrar, a menos que apareça um grande investidor que a salve, e os trabalhadores estão à beira do desemprego. As ideias iniciais eram bestiais, os promotores eram bestiais, os produtos eram bestiais, o governo apostou numa empresa bestial, e veio uma tormenta e ficou tudo à beira do abismo.
A Islândia também era uma economia bestial, o mercado de capitais que a sustentava era bestial, as empresas de rating diziam que a economia era bestial, com uma classificação AAA por não poderem usar mais letras, mas a banca rota chegou, a economia afundou-se bem como a moeda, e o governo caiu.
De bestial a besta, num mundo que prega o sucesso individual e de preferência muito rápido, vai um pequeno passo, que o cidadão normal paga muito caro, quer quando há coisas bestiais, quer quando as bestas falham rotundamente, como está a acontecer agora.
sábado, janeiro 24, 2009
PREOCUPAÇÕES E PATRIMÓNIO
É interessante ver que há quem se preocupe com o Património e que se una em movimentos de defesa do mesmo. Recentemente tomei conhecimento da Plataforma pelo Património Cultural (PP-Cult), que até terá sido recebida por Cavaco Silva.
Não conhecia esta plataforma nem os seus objectivos, pelo que fui dar uma vista de olhos pela informação disponível, e descobri que alguns dos seus impulsionadores até são pessoas do meio ou próximas dele.
As críticas à actuação deste governo, com orçamentos para a Cultura que não estão de acordo com as promessas eleitorais e de governo, e com legislação que sem regras prevê a venda e alienação de monumentos, merecem o nosso apoio. É pena que o descontentamento em Portugal só seja ouvido quando nele estão figuras de proa da nossa sociedade, como se passa agora.
O descontentamento e as críticas à política cultural começaram há muito e especialmente dentro do próprio ministério, mas faltavam as tais figuras para que os holofotes se começassem a virar para estes temas. Vamos esperar que haja espaço para o cidadão comum se pronunciar e dizer de sua justiça o que pensa.
quarta-feira, janeiro 21, 2009
MUSEUS – ENTRADAS GRÁTIS
Não sei se é possível ser contra entradas completamente gratuitas nos museus, palácios e monumentos, como a secretária de Estado da Cultura afirmou à Lusa, ou a favor dessa gratuitidade como declarou recentemente Joe Berardo.
Vivemos em Portugal, não nos podemos esquecer disso, e é público que o Estado não dá ao Ministério da Cultura um orçamento minimamente adequado, ficando-se por 0,4% do PIB, muito longe dos míticos 1%, que se podem encontrar nas promessas dos partidos que já passaram pelo governo.
O Património está infelizmente a degradar-se a cada dia que passa, e os sinais por parte da tutela não são de molde a deixar grande esperança num futuro melhor. Discutir se as entradas devem ser grátis ou não, é uma discussão neste momento fútil, o que todos gostaríamos de ouvir discutir era como é que se pensa vir a financiar o Património antes que ele se desintegre e nada mais reste do que ruínas.
segunda-feira, janeiro 19, 2009
A ACTUALIDADE
Enquanto por cá assistimos a mais uma greve dos professores, que parece ser a única maneira de se conseguir alguma atenção por parte do Governo, que teima em não recuar e encontrar consensos, na Palestina começou o recuo das tropas israelitas, depois da morte de centenas de inocentes imolados pela teimosia de dirigentes pouco sensatos.
Com as movimentações de Paulo Portas e de José Sócrates no passado fim-de-semana, e os seus discursos inflamados, que poluíram literalmente os serviços noticiosos, fiquei com a sensação de que o pensamento de esquerda predomina nestes senhores, ainda que um clame não ser nada de esquerda. A proximidade das eleições, influencia os discursos, mas após a votação tudo muda, e o contrário é sempre o mais provável, como aliás é apanágio da nossa classe política.
Um pouco por toda a Europa começa a desenhar-se o falhanço da injecção de dinheiros públicos na banca, sem serem criadas novas regras e novas formas de regulação, e a prova é a retracção nos créditos e a exigência de mais dinheiro porque as perdas são muito maiores do que aquilo que nos foi dito. Melhor dito, vamos colocar mais recursos nas mãos de quem “estoirou” com a economia, mantendo as regras que permitiram essa actuação lesiva para todos. Anda tudo doido!
Amanhã toma posse Obama como presidente dos EUA, um homem em que muitos depositam altas esperanças, mas que já teve o cuidado de vir dizer que vai defraudar alguns. Esperemos que saiba defender aquilo que transmitiu nos seus discursos.
(Imagens retiradas da Net)
sábado, janeiro 17, 2009
CORRUPÇÃO
Vídeo prova pagamento de 'luvas' a ministro português no Caso Freeport
Por Felícia Cabrita
Uma gravação vídeo da conversa entre um administrador inglês da sociedade proprietária do Freeport e um sócio da consultora Smith & Pedro refere o pagamento de luvas a um ministro português. É um novo episódio do caso iniciado na semana passada
A investigação em curso no Reino Unido ao ‘caso Freeport’ inclui, desde 2007, um DVD com a gravação de uma conversa entre um administrador daquela empresa e um empresário inglês, Charles Smith, em que este assume que foram pagas ‘luvas’ a políticos portugueses para viabilizar a construção do outlet de Alcochete. Na conversa, Smith implica de forma explícita um ex-ministro do Governo de António Guterres – que, conforme o SOL revelou na passada edição, encabeça uma lista de 15 suspeitos visados na investigação inglesa.
PERGUNTA: Será que alguém pode ser mais explícito e aponte claramente quem é o figurão que foi apontado pelo delator?
quinta-feira, janeiro 15, 2009
CUIDADOS NA ANÁLISE
Quando uma lei causa polémica e suscita uma grande discussão pública, surge sempre alguém que defenda posições extremas, a favor e contra, muitas vezes expressas com muita convicção mas com pouca sustentabilidade científica e ainda menos razoabilidade.
A Lei do Tabaco, aquela que proíbe que se fume em muitos espaços, foi uma das leis que foi mais discutida, e que apesar da diversidade de pontos de vista, conseguiu ser aplicada sem grandes dificuldades e sem problemas de maior. Será que as pessoas acabaram por concordar com os argumentos a favor da proibição, ou apenas imperou o civismo?
Eu creio que o civismo, neste caso particular, foi a razão do sucesso, porque mesmo os mais inveterados fumadores reconhecem que fumar é prejudicial à saúde e que não é justo impor o fumo aos outros que os rodeiam. Ficam outras questões menos consensuais, como alguns excessos punitivos e pouco didácticos, praticados por autoridades que se diziam zelosas, ou ainda o foco exagerado no fumo do tabaco, e a despreocupação intencional com que se encaram outras formas de poluição semelhantes e até em escala e perigosidade muito superior.
Li ontem com alguma surpresa, porque o assunto tem sido “abafado” desde que se começou a falar e a discutir a Lei do Tabaco, que o “fumo do trânsito tem malefícios semelhantes ao do tabaco”. Não estamos a falar de palpites ou de qualquer defesa do tabagismo, trata-se de factos cientificamente provados, só que estes não “mexem” com a vida de alguns, mas com todos, logo é uma verdade inconveniente.
Agarrando nesta (nova?) polémica, e com os fundamentalistas que inevitavelmente surgirão, contra e a favor, não sei onde encontrarei alguns dos meus amigos que agora defenderam posições extremadas e claramente proibitivas, no caso do tabaco. De que lado da “barricada” se irão acantonar?
Nota: Para que conste, vou no 38º dia sem fumar, aproveitando uma gripe que me terá ajudado (muito) neste caminho.
terça-feira, janeiro 13, 2009
ARY DOS SANTOS
Poeta castrado não!
Serei tudo o que disserem
por inveja ou negação:
cabeçudo dromedário
fogueira de exibição
teorema corolário
poema de mão em mão
lãzudo publicitário
malabarista cabrão.
Serei tudo o que disserem:
Poeta castrado não!
Os que entendem como eu
as linhas com que me escrevo
reconhecem o que é meu
em tudo quanto lhes devo:
ternura como já disse
sempre que faço um poema;
saudade que se partisse
me alagaria de pena;
e também uma alegria
uma coragem serena
em renegar a poesia
quando ela nos envenena.
Os que entendem como eu
a força que tem um verso
reconhecem o que é seu
quando lhes mostro o reverso:
Da fome já não se fala
- é tão vulgar que nos cansa -
mas que dizer de uma bala
num esqueleto de criança?
Do frio não reza a história
- a morte é branda e letal -
mas que dizer da memória
de uma bomba de napalm?
E o resto que pode ser
o poema dia a dia?
- Um bisturi a crescer
nas coxas de uma judia;
um filho que vai nascer
parido por asfixia?!
- Ah não me venham dizer
que é fonética a poesia!
Serei tudo o que disserem
por temor ou negação:
Demagogo mau profeta
falso médico ladrão
prostituta proxeneta
espoleta televisão.
Serei tudo o que disserem:
Poeta castrado não!
Ary dos Santos
domingo, janeiro 11, 2009
CURTINHAS
80 Anos – O destemido repórter e aventureiro Tintin, que entrou nas nossas casas em fascículos, revistas e filmes, fez no passado dia 10, 80 anos de aventuras. Não interessa hoje discutir certas particularidades da personagem que foi o seu autor, mas sim relembrar os momentos de fantasia e de prazer que a sua obra proporcionou a diversas gerações, inclusive a minha.
Magalhães versão nº2 – Depois de ver estampada a notícia em diversos órgãos de comunicação social, estou à espera de ver o vendedor mor vir enaltecer as qualidades da caixinha azul (suponho que manterá a cor), e encetar uma digressão planetária de promoção da nova maravilha lusa. Parece que há por aí umas facturas para pagar, do uso da Internet e do programa E escolas, mas isso são pormenores que só os descontentes com o executivo se lembram, porque o resto é tudo uma maravilha.
Estradas cortadas – Com uma vaga de frio inesperada e a queda de neve durante algumas horas, foi ver algumas zonas com cortes de trânsito durante largos períodos. Se em algumas estradas isso até se entende, porque são de circulação gratuita e fazem parte de uma larga malha de vias que não merecem grandes investimentos do Estado, o mesmo não se pode dizer de vias onde se pagam portagens. Há concessionários de estradas que não estão no negócio para perder (claro), mas que também não cumprem os seus deveres para com os utentes, sendo inexplicável o silêncio das autoridades que afinal não defendem os contribuintes e utilizadores de serviços de utilidade pública, que compete ao Estado fiscalizar, e não só determinar os valores das portagens.
700
quinta-feira, janeiro 08, 2009
O MEU MAU HUMOR
Acho que devo pedir desculpas aos meus leitores pelo último post, que um bocadinho ao arrepio do que é meu costume, pisou o risco que me propus não ultrapassar num espaço desta natureza.
A televisão tem um botão para se desligar, e eu se não estava com disposição para ouvir o entrevistado bem podia ter simplesmente desligado a dita. Isto, porém, não invalida a minha ira relativamente à política, ou aos seus intérpretes que só desacreditam uma nobre actividade.
José Sócrates veio admitir a recessão e as suas nefastas consequências muitos meses depois de tudo isso ser uma evidência. A crise começou a ser evidente em Setembro de 2007, nos EUA, depois em Setembro de
O optimismo do responsável pela Economia em 2008, foi uma verdadeira anedota, o que aliás já vem sendo um hábito neste personagem, o responsável das Finanças também meteu o optimismo no bolso e ainda evita pronunciar-se, não vá alguém repescar o que disse há poucos meses sobre a saúde da nossa economia.
Faltava agora o “muito bem pago”, para não dizer exageradamente remunerado, governador do Banco de Portugal, aquele que estava a Leste das falcatruas dos bancos que devia supervisionar, vir a lume dizer que “a vida vai sorrir aos empregados” este ano e no próximo, devido a factores que ele obviamente não controla. A propósito a vida a ele vai sorrir muito mais do que a mim, e certamente a si que me está ler.
O desemprego vai aumentar, e muito, e isso só é novidade no discurso do governo, porque a oposição em peso já tinha alertado para o problema, responsáveis pela segurança e peritos nessa matéria já o tinham mencionado, as entidades que lidam diariamente com a pobreza que aumenta a olhos vistos também já tinham manifestado os seus receios.
O meu mau humor é devido a tudo isto, e ao facto de não conhecer medidas concretas para enfrentar esta crise, que me deixem alguma esperança quanto ao futuro próximo. Não falo dos bancos, não me importa o novo aeroporto ou o TGV, não me rala o novo Magalhães, eu quero é perceber como é que o Governo pretende enfrentar esta situação, e isso ainda é uma incógnita quase que absoluta.
terça-feira, janeiro 06, 2009
A ENTREVISTA
Talvez volte amanhã, ou depois, com mais inspiração.