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domingo, março 03, 2019

O QUE É OFENSIVO É O SENHOR JUIZ


O juiz Neto de Moura autor de acórdãos que deram origem a reacções de repúdio por parte dos mais diversos sectores da sociedade, resolveu agora processar oito ou nove pessoas que o criticaram de modo que o mesmo considera que foi ofensivo.

Este senhor juiz foi o autor duma sentença onde afirmava que “o adultério da mulher é gravíssimo atentado à honra do homem”, e também que em algumas sociedades “a mulher adúltera é alvo de lapidação até à morte”. “Na Bíblia podemos ler que a mulher adúltera deve ser punida com a morte”, podia ainda ler-se no acórdão.

O conteúdo deste acórdão foi alvo de condenação por parte do Conselho Superior de Magistratura, duma forma bem expressiva, contudo o senhor juiz voltou a ser indulgente com um caso de violência doméstica agravada, retirando a pulseira electrónica ao agressor, alegando razões processuais.

Parece que tudo o que foi dito acerca deste senhor juiz, em decisão anterior, em que cita o Antigo Testamento, ignorando propositadamente a existência do Novo Testamento, se confirma, e daí as críticas que surgiram de toda a sociedade civil, neste novo caso.

Um juiz não está acima do julgamento da sociedade, e se os seus pares não se querem pronunciar sobre a qualidade das suas decisões, invocando a lei, então nada mais justo do que ser a sociedade a pronunciar-se, invocando a liberdade de expressão, que não distingue juízes do resto do povo.

A independência dos juízes é apenas relativa ao poder político, e não à opinião pública, como todos sabemos, mesmo sem conhecimentos de direito.



sexta-feira, fevereiro 02, 2018

RECORDAR É SEMPRE BOM

O tempo passa, e passa também o modo como a sociedade "goza" com a situação e com os políticos, umas vezes com mais graça do que outras, mas sempre com um humor muito português.

Nos nossos dias temos mais politiquice, menos humor, e quem sabe, menos liberdade.


quinta-feira, março 23, 2017

AS FARPAS

"Excerto de "As Farpas" de Eça de Queirós, 146 anos depois...

«O país perdeu a inteligência e a consciência moral.
Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada, os caracteres corrompidos.
A prática da vida tem por única direcção a conveniência.
Não há princípio que não seja desmentido.
Não há instituição que não seja escarnecida.
Ninguém se respeita.
Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos.
Ninguém crê na honestidade dos homens públicos.
Alguns agiotas felizes exploram.
A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia.
O povo está na miséria.
Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente.
O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo.
A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências.
Diz-se por toda a parte: o país está perdido!»


Escrito em 1871, por Eça de Queirós, no primeiro número d'As Farpas.

Elevador do Carmo (2010) by Palaciano

Convento do Carmo (2010) by Palaciano

segunda-feira, fevereiro 13, 2017

PATRIMÓNIO E OPINIÃO

Neste espaço, e também noutros, tenho divulgado o nosso Património, e tenho expressado a minha opinião sobre o que vejo, umas vezes apoiando e louvando, outras criticando o que acho que está a ser mal feito ou que não está a ser feito.

A liberdade de opinião agrada a uns, mas outros têm dificuldade em lidar com ela, mas isso não me vai impedir de continuar a ter opinião.


Não sou o dono da verdade mas procuro contribuir com a minha opinião para que se melhore as condições em que todos podemos usufruir do Património, e aceito sempre a opinião alheia, mesmo quando com ela não concordo. 

Foto de Mário Novais

sexta-feira, junho 17, 2011

CURTINHAS

Avaliação – Há relativamente pouco tempo ouvimos e lemos declarações de muitas pessoas que zurziram o programa das Novas Oportunidades, falando de facilitismo e até de fantochada. Agora veio a lume o caso do “copianço” dos alunos do CEJ, que até tinha sido “resolvido” com a atribuição da nota 10 a todos os alunos. Fiquei agora a saber que o teste em causa era do “tipo americano”. Onde estão agora os críticos das Novas Oportunidades?

Privatização – Já se sabia que a troika apresentou um plano de privatizações onde estavam incluídas diversas empresas como a TAP e os seguros detidos pela CGD. Passos Coelho veio agora afirmar ao Finantial Times que quer ainda ir mais além do que está previsto no memorando, privatizando parte da RTP e das Águas de Portugal. Gostava só de saber se Passos Coelho conhece muitos exemplos de privatização das águas, da rede eléctrica nacional ou dos transportes ferroviários por essa Europa fora, com sucesso e vantagens para os utentes, porque eu não conheço.

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Foto de Flor

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Humor Fotográfico
Bob Englehart

segunda-feira, setembro 20, 2010

QUEM SE METE COM O PS…

A frase de Jorge Coelho ficou na memória da maioria dos portugueses, e também no anedotário político nacional.

O assunto que vos trago hoje não tem nada a ver com o autor da frase, mas podia aplicar-se com inteira justiça ao boato (pelo menos por enquanto) que corre por aí, segundo o qual Manuel Maria Carrilho irá ser dispensado do cargo de embaixador de Portugal junto da Unesco.

A recente entrevista do antigo ministro da Cultura, ao Expresso, não terá caído muito bem lá para as bandas do Largo do Rato, e se a isso se juntar a recusa em votar num candidato egípcio para director-geral da Unesco, como indicado pelo executivo nacional, temos os ingredientes necessários para que o boato comece a ganhar algum peso.

Não se julgue que estou preocupado com o futuro de Carrilho, ou sequer com o modo como a notícia lhe terá chegado (via Lusa), porque ele tem uma carreira universitária onde tem o lugar garantido. Pena tenho dos que perdem o seu trabalho e poucas ou nenhumas hipóteses têm no mercado de trabalho actual, e esses são muitos.

O que me faz pensar é que se isto é verdade, temos um partido no poder que não convive bem com a crítica, nem sequer quando ela sai do seu próprio seio. Estes tiques de intolerância lembram-me outros tempos, bem negros por sinal.

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Foto - Restauro

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Humor ao Telemóvel

terça-feira, agosto 18, 2009

FREQUENTAR MUSEUS (II)

É sempre polémico discutir-se porque é que os nossos museus não atraem visitantes nacionais, e contudo há museus, palácios e monumentos que são muito frequentados por estrangeiros. Será que nós temos alguma tendência para minimizar o que é nosso, preferindo exaltar o que é estrangeiro? Também é uma hipótese a considerar, digo eu.

Outras razões são apontadas quando questionamos outras pessoas, e uns dizem que o nosso Património é pobre, que está mal cuidado, que não são suficientemente apelativos, ou que lhes falta alguma coisa. Quase todos os que dão estas respostas dizem que lá fora há melhor e que eles próprios já visitaram museus no estrangeiro e gostaram muito.

Não creio que as razões sejam as mencionadas, pelo menos as que justificam o quase divórcio entre os portugueses (muitos deles) e os museus nacionais. Já sei que é contestável a minha afirmação, mas se os nossos museus não atraem os portugueses, expliquem-me porque razão são tão procurados por espanhóis, franceses, ingleses, alemães, etc.?

À dimensão do país que somos, o nosso Património mede meças com o que há de melhor no estrangeiro, e se os portugueses prestarem atenção e o visitarem, vão acabar por valorizar o que têm, ainda que também hajam mais críticas e reclamações, mas que serão motivadas por uma maior exigência de qualidade de serviços, e isso será sempre um bom sinal.

Continua



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Fotos - Beleza
Favorite summer day by CasheeFoo



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Humor do Brasil
William Medeiros

William Medeiros

sábado, janeiro 24, 2009

PREOCUPAÇÕES E PATRIMÓNIO

É interessante ver que há quem se preocupe com o Património e que se una em movimentos de defesa do mesmo. Recentemente tomei conhecimento da Plataforma pelo Património Cultural (PP-Cult), que até terá sido recebida por Cavaco Silva.

Não conhecia esta plataforma nem os seus objectivos, pelo que fui dar uma vista de olhos pela informação disponível, e descobri que alguns dos seus impulsionadores até são pessoas do meio ou próximas dele.

As críticas à actuação deste governo, com orçamentos para a Cultura que não estão de acordo com as promessas eleitorais e de governo, e com legislação que sem regras prevê a venda e alienação de monumentos, merecem o nosso apoio. É pena que o descontentamento em Portugal só seja ouvido quando nele estão figuras de proa da nossa sociedade, como se passa agora.

O descontentamento e as críticas à política cultural começaram há muito e especialmente dentro do próprio ministério, mas faltavam as tais figuras para que os holofotes se começassem a virar para estes temas. Vamos esperar que haja espaço para o cidadão comum se pronunciar e dizer de sua justiça o que pensa.



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Pintura
Alinhar ao centroAh, Those Lilies by *RandomSearcher

Still life by Apple-Autopsy

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Humor Presidencial
Dana Summers
John Darkow
Alinhar ao centroPatrick Chappatte

sexta-feira, junho 01, 2007

RESPONDER A CRÍTICAS

Recebi nos últimos dias algumas críticas de amigos, sobre a minha abordagem ao comportamento, em geral, da classe política e da comunicação social em Portugal. Para uns fui injusto, para outros fui pouco contundente.
Não pretendo ser a voz da razão, limito-me a escrever sobre o que sinto, não estando limitado por qualquer dependência ou preferência partidária. Pode ser uma posição cómoda, segundo alguns disseram, mas a verdade é que não me revejo em nenhum dos partidos políticos que temos.
As críticas que faço aos partidos podem resumir-se em dois pontos muito simples:
- Em geral, e só está comprovado para os que já participaram em governos, dizem uma coisa na oposição e fazem e dizem o seu contrário logo que chegam ao poder.
- A lógica partidária é indutora da formatação do discurso e da opinião, revelando-se castradora no que concerne à diversidade e, é aflitivo ver-se que pretendem (todos eles) abafar a intervenção cívica dos cidadãos que se pronunciam nessa qualidade.
A comunicação social também me tem merecido algumas críticas pois segue uma lógica de não afrontamento dos interesses dos grupos a que pertencem, o que tem transparecido com muita frequência, contrariando um pouco o discurso de absoluta liberdade que os jornalistas clamam com excessiva veemência.
Não estamos num mundo perfeito, eu sei, mas por isso mesmo defendo o direito à liberdade de expressão e não me inibo de exprimir o que penso, respeitando os que pensam coisas diferentes.

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A minha escolha de hoje
O Filme da greve by Kaos

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Ilustração animal

Tristan

Fo2grafen