domingo, janeiro 04, 2009

PATRIMÓNIO E DEGRADAÇÃO

Quando escrevi o post anterior não fazia a mínima ideia que o tema iria ser também manchete no semanário Expresso do passado fim-de-semana. Enquanto eu peguei pelo lado da “Fartura Inexplicável”, que é o investimento de 31,5 milhões de euros no novo Museu dos Coches até 2010, o Expresso foi por outro aspecto “ Um terço do património UNESCO em Portugal em risco de derrocada”.

Não se julgue que estou contra o forte investimento no Património em particular, e na Cultura em geral, porque não é nada disso, o que me preocupa é que haja tanto dinheiro para um só museu, importante sem dúvida, mas que deixemos “morrer” património, por falta de manutenção, por falta de atenção e por má gestão política.

Começa a ficar patente a opção política de deixar cair os nossos monumentos emblemáticos, verdadeiras âncoras do comércio e restauração locais e do turismo cultural, abandonando até as obras de manutenção dos edifícios, que por esse motivo entram em degradação a olhos vistos. Foram muitos os que torceram o nariz às primeiras declarações do actual ministro da Cultura, quando afirmou que queria fazer mais com menos dinheiro. Eu comecei desde logo a colocar a hipótese de ele ter sido nomeado para alienar o Património para a mão de privados, e pelos vistos tanto eu como os que torceram o nariz estávamos certos.

A notícia do Expresso é bastante elucidativa, e duvido que o senhor ministro venha a terreiro contrariar o que é dito sobre a degradação do Património que é mais do que evidente, e mesmo falando dos 27 milhões para investir na Rota do Património (Mosteiro da Batalha, Mosteiro de Alcobaça, Torre de Belém, Mosteiro dos Jerónimos e Convento de Cristo), é muito mais o que fica de fora do que aquilo onde, talvez ( só talvez), se venha a fazer algo em prol da sua recuperação.

Falem-me de hotéis de charme, que eu gosto, mas digam quem paga as obras e a quem será adjudicado e com que contrapartidas, porque assim seremos muitos a perceber se vale a pena, ou se é uma benesse para alguém.





««« - »»»
Caricaturas
Ivo Favero
Ivo Favero

8 comentários:

  1. Com estes tipos nem património nem matrimónio é só bolsamónio!
    Um abraço pelo que é nosso

    ResponderEliminar
  2. Também gosto de hotéis de charme.
    É sempre importante saber para onde vai o dinheiro :S

    ResponderEliminar
  3. Deve ser isto que os tecnocrtas chamam de curtar no desnecessário ... aqueles emproados vestidos de Prada lá sabem onde fica Almourol, o Convento de Cristo ou a Citânia de Briteiros ...

    ResponderEliminar
  4. falta total de critério na aplicação dos fundos.

    Obras para encher o olho...

    ResponderEliminar
  5. Claro, diga-se ao menos averdade antes que esta se descubra por meis ínvios.

    Bela como sempre a janela manuelina do Convento de Cristo, e Tomar.

    À margem: enviei-lhe hoje um mail que gostava muito que lesse.

    UM BOM ANO.

    Cumps.

    ResponderEliminar
  6. Seteais é do BES, lá por Coimbra cheira a Lágrimas, Alcobaça... quem sabe! Mas o que é que o Costa vai fazer aos palácios que tem abandonados em Lisboa, que não consegue vender nem em saldos?
    Perguntas bem amigo, mas não vais ter resposta de certeza.
    Bjos da Sílvia

    ResponderEliminar
  7. Este país é assim ou tudo ou nada,só revela governantes que não sabem governar, com temos nas empresa que não sabem gerir
    e quem paga é o país , par uns há dinheiro para outros nada
    Saudações amigas

    ResponderEliminar
  8. De vez em quando este tema sai, dinheiros exagerados num lado e a fazerem falta noutro. Parece que somos como os tocadares de flauta, tapamos uns buracos mas abrimos outros... Garrett denunciou a nossa peculiar forma de ser para com o Património. Por muitas europálias, capitais da cultura, e Expôs que se façam parece que é o futebol quem educa...

    Um abraço
    António Delgado

    ResponderEliminar