Num mundo assolado pela ausência de ideologias políticas, e de chavões que já nada significam na realidade, ainda há quem teime em falar de esquerda e direita, e nas virtudes do capitalismo referindo-se à queda do muro de Berlim. Hoje submetem-se à chamada globalização e ao liberalismo económico, mas continuam a invocar as definições de esquerda e de direita, como se estivessem a referir-se ao mundo de há cinquenta anos atrás.
Não admira que António Vitorino tenha vindo recentemente a tecer loas ao capitalismo, dizendo que «o sistema capitalista tem a inegável vantagem comparativa de ser o único que passou a prova dos factos, contemplando ao mesmo tempo liberdade e desenvolvimento económico», embora cm algumas perversões e excessos.
É muito fácil invocar virtudes no sistema dos EUA e ignorar o crescimento económico galopante da China, mas é muito mais difícil esconder as assimetrias sociais e o respeito dos direitos humanos nesses países. São duas potências mundiais, uma em crescimento, outra em claro declínio, mas não são certamente sociedades que queiramos tomar como exemplo.
Curiosamente, e apesar da maior proximidade, o exemplo dos países do norte da Europa, não atrai as atenções dos nossos ideólogos e políticos, apesar da prosperidade evidente desses povos e das condições sociais que oferecem aos seus cidadãos. Lá não se discute esquerda e direita, pelo menos como antagonistas como no sul da Europa, mas sim as melhores políticas para um desenvolvimento sustentado e socialmente mais justo, onde o Estado tem como missão primordial repartir a riqueza produzida, a bem de todos os cidadãos.
Como definirão os nossos políticos as políticas dos países nórdicos? Será que há sistemas capitalistas de esquerda?
Não admira que António Vitorino tenha vindo recentemente a tecer loas ao capitalismo, dizendo que «o sistema capitalista tem a inegável vantagem comparativa de ser o único que passou a prova dos factos, contemplando ao mesmo tempo liberdade e desenvolvimento económico», embora cm algumas perversões e excessos.
É muito fácil invocar virtudes no sistema dos EUA e ignorar o crescimento económico galopante da China, mas é muito mais difícil esconder as assimetrias sociais e o respeito dos direitos humanos nesses países. São duas potências mundiais, uma em crescimento, outra em claro declínio, mas não são certamente sociedades que queiramos tomar como exemplo.
Curiosamente, e apesar da maior proximidade, o exemplo dos países do norte da Europa, não atrai as atenções dos nossos ideólogos e políticos, apesar da prosperidade evidente desses povos e das condições sociais que oferecem aos seus cidadãos. Lá não se discute esquerda e direita, pelo menos como antagonistas como no sul da Europa, mas sim as melhores políticas para um desenvolvimento sustentado e socialmente mais justo, onde o Estado tem como missão primordial repartir a riqueza produzida, a bem de todos os cidadãos.
Como definirão os nossos políticos as políticas dos países nórdicos? Será que há sistemas capitalistas de esquerda?
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Fotos Manipuladas
Amigo, já me tenho questionado muito sobre isso. Citam-se exemplos que não nos oferecem credibilidade mas aqueles que defendem políticas sociais equilibradas, que pugnam pelos direitos dos cidadãos, onde há um desenvolvimento económico sustentado, onde há políticos que o sabem ser não são referidos. Por que razão?
ResponderEliminarHá razões que a razão desconhece!!!!
Beijinhosssss
Temo que essa ideia de desaparecer com o conceito esquerda-direita (que existe, senão na ideologia pelo menos na postura, ou o contrário - sei lá!) sirva o caminho que as coisas estão a tomar.
ResponderEliminarPor norma, os opiniosos que advogam essa diluição, são gente que vem da esquerda, rendidos ao conforto da ascenção à classe média ou há herança dos pais. Pensam, "pensando melhor isto até está bem assim!". São uma espécie de agnósticos da política.
Guardião, o facto de uma certa esquerda, nascida nos sofás da burguesia, ter renunciado aos ideiais da sua juventude, não significa que não exista um outro caminho, cada vez mais difícil, cada vez mais revolucionário mas, ainda assim, possível! Sem socialismos, sem comunismos mas de esquerda - tendo como base um distribuição forçada da riqueza e uma matriz forte do lado da pobreza. Enfim, não disse nada, isto é apenas a caixa de comentários do amigo Guardião!
Um abraço canhoto
Caro Pata Negra
ResponderEliminarQuando me refiro à ausência de ideologias, e à diluição dos conceitos de direita e esquerda, refiro-me aos partidos existentes e à sua prática. Não consigo, por exemplo definir o PS como partido de esquerda e o PSD como de direita. Mais retórica, menos retórica, são demasiado iguais.
Quanto às preocupações sociais, fui bem claro, existem nos países nórdicos, e pelos vistos o António Vitorino acha que são países capitalistas, daí que eu pergunte se há capitalismo de esquerda.
Cumps
Se o PS ainda é socialista, eu sou um mico. São precisamente as preocupações sociais e a intervenção do Estado na repartição da riqueza que definem o socialismo democrático, e por cá não vemos nada disso, nem com o PS nem com o PSD. Boa malha.
ResponderEliminarFui
Joca
O desmantelamento do estado, e a demissão dos governos das suas funções, têm sido uma constante, mas diz-se que temos um governo socialista e de esquerda. Alguám acredita que José Sócrates é de esquerda?
ResponderEliminarLol
AnarKa