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domingo, dezembro 21, 2014

LIBERDADE

Nos últimos dois anos, e nos países europeus onde a austeridade foi mais aguda, surgiram os naturais protestos, que os governos estão agora a combater com punho de ferro, passando a implementar legislação restritiva e medidas de dissuasão musculadas, o que nos faz relembrar regimes políticos do passado.

Se a liberdade significa alguma coisa, será sobretudo o direito de dizer às outras pessoas o que elas não querem ouvir.

George Orwell
A resistência e o exercício do direito à crítica e ao protesto, seja ao nível sindical, seja mesmo ao nível da blogosfera, tem custos que podem ser muito elevados, desde a estagnação ou mesmo o despedimento no emprego, podendo também revelar-se ao nível da perseguição, nas redes sociais e na vida particular.

A liberdade custa muito caro e temos ou de nos resignarmos a viver sem ela ou de nos decidirmos a pagar o seu preço.


José Marti

sexta-feira, abril 20, 2012

EXCESSOS

Quando se olha para o ecrã da televisão e se vê um forte aparato policial onde nem faltam escudos, viseiras e armaduras, pensa-se logo em actos terroristas ou em perigosos bandos armados, mas pode não ser nada disso.

Quando prestei mais atenção à notícia fiquei a saber que se tratava de um despejo duma escola que tinha estado ao abandono e que tinha sido ocupada por voluntários que gratuitamente ali proporcionavam gratuitamente diversas actividades lúdicas e de ocupação de tempos livres à população.

As imagens que a comunicação social foi disponibilizando dão uma ideia muito clara do excesso de zelo das forças da ordem e uma inexplicável destruição de equipamentos que estavam no interior do edifício.

Há perguntas que ficam sem resposta, pelo menos por agora, como: porque é que houve este despejo, depois do tempo que esta escola esteve ao abandono, e se existia uma real necessidade de o fazer neste momento.

O que justifica todo este aparato e toda esta operação? A perigosidade dos ocupantes da escola, ou o perigo para a saúde pública?Algum dos ocupantes esteve envolvido no caso BPN?


Destruição
Proporção

segunda-feira, janeiro 30, 2012

ERRO ESTRATÉGICO

O capitalismo, como o conhecemos hoje, tem subestimado os sindicatos e os pequenos partidos que sistematicamente apelida de extremistas, tendo mesmo entrado numa fase em que tende a ignorá-los.

Depois da queda do muro de Berlim, e com a evolução económica da China e dos países africanos e sul-americanos, a economia dos países ocidentais (Europa e América do norte) começou a mostrar as suas debilidades e enfraqueceu a importância dos países ditos capitalistas.

Perante as suas debilidades económicas, e tendo já deslocalizado grande parte da sua indústria, e com níveis de vida e salários bastante superiores, o Ocidente capitalista perdeu a sua competitividade para os emergentes, nas bases estabelecidas. Solução: diminuir custos de produção recorrendo à baixa de salários e cortes no campo social.

O resultado tem sido a contestação enquadrada pelas instituições existentes que tinham sido os rostos da oposição ao poder. Rapidamente o poder económico atacou e tratou de enfraquecer as oposições, para implementar as medidas mais favoráveis aos seus interesses, o que teve resultados inesperados.

As populações deixaram de acreditar nos políticos, e nas instituições existentes e incapazes de travar este empobrecimento forçado pelos interesses económicos, que estão a aumentar para níveis gritantes as desigualdades sociais.

Começaram a surgir grupos de pessoas indignadas contra o sistema dominante, que não se revê em partidos ou outras instituições, que começaram a protestar pacificamente, e que também foram ignoradas e até ridicularizadas pelo poder.

É errado pensar que estes movimentos de protesto, algo desorganizado vai simplesmente acabar, e que com umas bastonadas e algumas detenções se acaba com a contestação. Por este andar as autoridades estão a obrigar os indignados a passar a um nível superior de contestação, mais perigoso porque completamente anárquico. A falta de organização de movimentos mais ou menos clandestinos poderá ter resultados muito desagradáveis e difíceis de evitar.

Há um ditado popular que diz: quem tudo quer, tudo perde!


quinta-feira, novembro 24, 2011

O ABUSO PREVISÍVEL

A atitude do governo perante as leis laborais começa a gerar os seus resultados, beneficiando de uma certa espécie de chefes e de patrões.

Numa empresa bem conhecida de todos, os trabalhadores foram ontem chamados à chefia que lhes perguntou se nesta quinta-feira iriam trabalhar. Os trabalhadores que conhecem bem a espécie de indivíduo que estava à sua frente, nem se atreveram a dizer que desejavam fazer greve, mas dois disseram que não tinham transporte para se deslocarem de casa para o serviço e vice-versa.

O chefe, com um ar seráfico, diz muito espaçadamente: isso é um problema que cabe a cada um resolver tomando a iniciativa de ir de táxi, pedir uma boleia ou conseguir ultrapassar a dificuldade de outro modo possível. Quem não se apresentasse ao trabalho seria considerado como aderente à greve.

A conversa acabou com a chamada de atenção, muito subtil, para o facto de se estar a ponderar a renovação dos contratos a prazo que ligam a maioria dos trabalhadores à empresa, o facto de o país estar em crise, e também a possibilidade de no próximo ano haver a possibilidade de contratar desempregados, e há muitos, recebendo por parte do Estado um incentivo quase no valor do ordenado mínimo, que aliás é o que auferem aqueles trabalhadores.

Como vêem trata-se de um chefe eloquente, duma boa empresa portuguesa, onde se respeita a lei e os direitos dos trabalhadores. Nada há onde se possa pegar que configure infracção ao Código do Trabalho. É tudo muito civilizado e demonstra na perfeição uma preocupação social extrema.

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Humor - A Queda

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Flor- Pronta a Colher

sábado, maio 28, 2011

A HIPOCRISIA OCIDENTAL

Talvez se lembrem ainda do modo como foram descritas e aceites as manifestações populares nos países do norte de África, quando elas aconteceram em vários países.

A imprensa e os dirigentes políticos europeus receberam as rebeliões populares com agrado e exigiram, por parte dos governos em causa, respeito e tolerância, condenando as tentativas de repressão das manifestações. Os regimes que ousaram reprimir os manifestantes foram rotulados de intolerantes.

Os acontecimentos no norte de África não são muito longe de nós, mas não aconteceram em solo europeu, porque aí teriam diferente tratamento, como aconteceu em Espanha na Praça da Catalunha (Barcelona). Aí as autoridades usaram a força para, “por motivos de higiene”, afastar os manifestantes que lá se encontravam há 12 dias.

A hipocrisia leva-nos a ter dois pesos e duas medidas, consoante as coisas se passem à nossa porta, ou na porta do vizinho. A força utilizada em África é violência e repressão, mas a mesma força aplicada cá no velho continente, tem razões como a higiene que a justificam.

A Europa começa a perder a sua matriz de Liberdades, bem como cada vez mais se aproxima socialmente de países que já criticámos num passado bem recente. Isto é preocupante e deve fazer-nos meditar sobre o tipo de Europa que queremos.

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Foto de Biombo

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Humor Fresco

terça-feira, janeiro 08, 2008

CURTINHAS

Correia de Campos e o tabaco – Dei um saltinho ao Portal da Saúde e deparei com uns comentários do ministro Correia de Campos sobre a nova lei do tabaco. Fiquei a saber que o senhor ministro que fecha maternidades, SAP’s e urgências de alguns hospitais, está muito preocupado em “proteger os cidadãos da exposição involuntária ao fumo do tabaco, quer nos locais de trabalho, como nos espaços de lazer”. Fiquei também a saber que as normas constantes da lei são provenientes de directivas comunitárias que têm de ser respeitadas pelo legislador. Compromete-se ainda, Correia de Campos a dar apoio na cessação tabágica. Interessante, politicamente correcto, mas começamos a apreciar as primeiras excepções, vindas exactamente dos locais onde circula o dinheiro e veremos até onde isso nos leva.

A nossa ASAE em versão oriental – Talvez nem todos conheçam o par denominado de Jing Jing e Cha Cha, os novos polícias da Internet na China. Em chinês jing+cha significa precisamente polícia, o que explica os nomes destes dois polícias virtuais, que aparecem em pop up a cada 30 minutos em todos os motores de busca autorizados pelo governo chinês, aconselhando os seus utilizadores a não acederem a sites e matérias que vão contra o “código moral do socialismo”. Curiosamente os Repórteres Sem Fronteiras classificaram esta atitude chinesa como um “sistema de censura que não tem equivalente no mundo e um insulto contra a liberdade na rede”. Venham a Portugal senhores repórteres, venham a Portugal, que levam o que contar….


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Fotografia

Blue light water by *MessiahKhan

Dawn pier by *MessiahKhan

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Humor

Mohammadreza Doustmohammadi/Iran