domingo, novembro 30, 2014

SINTRA E AS SUAS POLÉMICAS

Há poucos dias fui abordado por um sintrense que, indignado, me perguntou porque é que a coluna que hoje está no Jardim da Preta do Palácio da Vila, não está no lugar onde devia estar, no centro do Terreiro da Raínha D. Amélia. Tentei explicar-lhe que, no tempo da monarquia, a que eele se reportava, nunca a coluna estivera no centro do terreiro, mas a explicação foi infrutífera.

Deixo aqui 3 imagens, começando pela da entrada do terreiro como era até 1910.

Esta segunda imagem mostra onde estava a coluna pouco depois da demolição das edificações fronteiras ao Paço Real. 

A terceita mostra a mesma colunanum local mais próximo da actual entrada da GNR, onde esteve durante alguns (poucos) anos, com aquela base que se descortina na foto, e também com um tanque que um ilustre sintrense danificou com bombinhas de Carnaval, que tinha sido trazida de Queluz.


sexta-feira, novembro 28, 2014

CURIOSIDADE HISTÓRICA

A 28 de Novembro de 1431, Filipe o Bom duque da Borgonha fixou as normas da Ordem do Tosão de Ouro, criada em 10 de Janeiro de 1430, devido ao seu casamento com a infanta portuguesa Isabel, filha de D. João I.


D. Isabel foi a única filha de D. João I e de D. Filipa de Lencastre, e do seu casamento resultaram três filhos, tendo dois deles morrido ainda na infância, e um outro, veio a ser conhecido como Carlos o Temerário, que apenas com 20 dias de idade se tornou cavaleiro da Ordem do Tosão de Ouro.


quarta-feira, novembro 26, 2014

O VERDE PODE NÃO SER VIRTUOSO

Enquanto a ministra das Finanças afirma que os impostos vão baixar, eis que se pretendem aprovar os impostos verdes. O senhor ministro do Ambiente não quer reconhecer, mas estes impostos incidem sobre todos, pobres ou ricos, o que não respeitando uma progressividade ligada aos recursos de cada cidadão, acaba por penalizar aqueles que auferem menores salários ou outros proventos.  


segunda-feira, novembro 24, 2014

ONDE SE SITUAM OS PROBLEMAS DA SEGURANÇA SOCIAL



Tem sido confrangedor ouvir da boca de pessoas cultas que os portugueses só podem ter diretos que o país, e a economia nacional, possam pagar. O discurso é sempre o da escassez dos meios, do país pobre e da inevitabilidade.


Estas pessoas cultas, em regra defendem os seus interesses e os interesses de quem representam, e tanto estão na política, como nas grandes empresas, ou na comunicação social, mas também são os fazedores de opinião deste país.


Por vezes as notícias desmentem este discurso, e esta gente, mas sobre isso eles não se debruçam, nem para fazer um simples comentário. Por acaso hoje saiu um título no Jornal de Negócios que é muito curioso e que diz: “Portugal é o segundo país da OCDE que concentra nos mais ricos mais transferências sociais em dinheiro”.


Claro que a notícia não teve grande destaque na restante comunicação social, ou nos espaços de debate. Claro que a OCDE divulgou este relatório onde revela que Portugal dedica a maior fatia das transferências sociais pecuniárias, incluindo as pensões de reforma, aos mais ricos, numa proporção clara de 40% para os 20% mais ricos, e pouco mais de 10% para os mais pobres.


Os dados deste estudo mostram que o problema está mais na má distribuição das verbas e dos fundos da Segurança Social, que em vez de reduzirem as diferenças existentes, as acentuam. O discurso da inevitabilidade e da escassez de meios não será afinal o maior problema, mas sim o modo usado para a distribuição das ajudas.

Nota: Claro que hoje não se pode discutir nada disto, porque existe a prisão do Sócrates, e o assunto das pensões vitalícias, os submarinos e o BES são para cair no esquecimento...



sábado, novembro 22, 2014

O GRAU ZERO DO REGIME



Para que conste, porque há quem se esqueça com facilidade, eu nunca morri de amores por José Sócrates, que foi um mau governante, que critiquei muito enquanto esteve no poder.

A detenção de Sócrates é, na minha opinião, a machadada final no regime vigente onde pontuam à vez dois partidos: o PS e o PSD.

O regime estava há muito moribundo, e os políticos que têm partilhado o poder têm uma imagem péssima na opinião pública, com a credibilidade de rastos.

O timing desta detenção é mais do que suspeito, e não são poucos os que pensam que há aqui mão da política, o que em nada abona a favor da Justiça. Outra dúvida sobre a “solidez dos factos” prende-se com os inúmeros processos em que são arguidos políticos e outros poderosos, que dão imensas notícias nos jornais, devido aos indícios de eventuais crimes, e que acabam por dar em nada.

Para o país quer Sócrates seja pronunciado culpado, ou inocente, a imagem que passa para os cidadãos e para o estrangeiro, será sempre muito negativa. O regime está podre!



quinta-feira, novembro 20, 2014

OS PRIVILEGIADOS DA POLÍTICA



Um trabalhador vulgar trabalha uma vida inteira, e desconta, para ao fim de mais de 36 anos de trabalho, ou mais, e já em idade avançada, agora tendo como referência os 66 anos de idade, ter direito a uma reforma que, na melhor das hipóteses, será de um pouco menos de 80% do salário que auferia anteriormente.

Nos últimos anos as reformas têm sido alvo de cortes, que derivam de novas fórmulas de cálculo, no sentido de serem “comportáveis”, na linguagem dos governos, que para que não haja dúvidas, tem sido composto por gente do PSD, do PS e do CDS.

Os senhores ministros e os deputados destes partidos, que são tão lestos em cortar as reformas devidas a quem descontou para as ter, e que invocam o interesse superior da sustentabilidade do sistema de Segurança Social, são os mesmos que instituíram as pensões vitalícias para si próprios, e que agora aprovaram o seu regresso.

A hipocrisia e a falta de vergonha destes senhores não têm limites, pois não hesitam em cortar a quem ganhou o direito a reformas para as quais descontou, mas se outorga o direito de receber subvenções vitalícias, para as quais não descontaram, que acumulam com reformas, como se a sua subsistência disso pudesse depender.

Quem paga as subvenções destes senhores? Nós, que vemos as nossas reformas cortadas por eles…



terça-feira, novembro 18, 2014

QUE DIFERENÇA



A maior fraude financeira de Wall Street foi revelada em 2008, e o seu autor, Bernard Madoff, foi condenado em 2009 condenado, por mais de uma dezena de crimes, entre os quais fraude, lavagem de dinheiro e perjúrio, a mais de 150 anos de prisão.

Por cá tivemos o caso BPN que, na nossa dimensão, poderá ser considerado tão grave como o de Madoff, e ainda não há condenações finais, apesar de se tratar dum caso igualmente de 2008, e não se recuperou dinheiro nenhum, ao contrário do que aconteceu lá pelos States

Já está aí o caso BES, e igualmente vemos muitas suspeitas, muitas perdas, mas já quase todos esperam que seja apenas muito barulho, para nada.

Não sou um admirador da política seguida nos EUA nem tão pouco da sua Justiça, contudo, no que concerne a escândalos desta natureza, eles reagem bem mais depressa e as condenações também surgem com maior celeridade.



domingo, novembro 16, 2014

NUNCA É TARDE PARA MUDAR



Sou um crítico de Miguel Sousa Tavares, que leio e vejo semanalmente, em jornais e na televisão, e confesso que me é difícil concordar com ele na maioria das suas opiniões políticas.

Esclarecido o meu posicionamento, não venho falar da trapalhada dos prémios Nobel ganhos por portugueses, mas sim do facto do comentador ter vindo dizer que foi sempre “monotonamente, qualquer coisa próxima da social-democracia – mas uma social-democracia a sério, como a que conheceu nos países nórdicos, nos anos 80”.

Tenho fortes reservas que M.S.T. esteja a falar a sério, pois é um homem demasiado” amargo”, para ser tocado por países que estão entre os mais felizes do mundo. Bem sei que fala nos anos 80, mas nessa altura países como a Dinamarca, Suécia e Noruega eram bastante mais socialistas do que são nos nossos dias.

Estou a imaginar o que diria este comentador sobre o tamanho, e peso, do Estado na economia desses países, atendendo ao que diz do nosso Estado. Sobre os impostos que incidem sobre os cidadãos, para sustentar o Estado social, devia ser uma coisa interessante descobrir o que diria.

Claro que tinha uma fuga mais do que óbvia, dizendo que o Estado lá é melhor e dá um retorno melhor aos cidadãos, mas aí chegamos ao fulcro da questão: a grande diferença está nas classes dirigentes e nos dirigentes partidários que têm passado pelos governos, e isso não é coisa que ele venha denunciar, preferindo destilar o seu fel contra os funcionários públicos, que nunca decidiram nada, apenas executam o que os políticos determinam.

Os problemas da nossa sociedade não estão cá por baixo, como M.S.T. nos quer fazer crer, mas bem lá em cima, nas elites, onde ele se movimenta e com as quais é brando em geral.