Tem sido confrangedor ouvir da
boca de pessoas cultas que os portugueses só podem ter diretos que o país, e a
economia nacional, possam pagar. O discurso é sempre o da escassez dos meios,
do país pobre e da inevitabilidade.
Estas pessoas cultas, em regra
defendem os seus interesses e os interesses de quem representam, e tanto estão
na política, como nas grandes empresas, ou na comunicação social, mas também
são os fazedores de opinião deste país.
Por vezes as notícias desmentem
este discurso, e esta gente, mas sobre isso eles não se debruçam, nem para
fazer um simples comentário. Por acaso hoje saiu um título no Jornal de
Negócios que é muito curioso e que diz: “Portugal é o segundo país da OCDE que
concentra nos mais ricos mais transferências sociais em dinheiro”.
Claro que a notícia não teve
grande destaque na restante comunicação social, ou nos espaços de debate. Claro
que a OCDE divulgou este relatório onde revela que Portugal dedica a maior
fatia das transferências sociais pecuniárias, incluindo as pensões de reforma,
aos mais ricos, numa proporção clara de 40% para os 20% mais ricos, e pouco
mais de 10% para os mais pobres.
Os dados deste estudo mostram que
o problema está mais na má distribuição das verbas e dos fundos da Segurança
Social, que em vez de reduzirem as diferenças existentes, as acentuam. O
discurso da inevitabilidade e da escassez de meios não será afinal o maior
problema, mas sim o modo usado para a distribuição das ajudas.
Nota: Claro que hoje não se pode discutir nada disto, porque existe a prisão do Sócrates, e o assunto das pensões vitalícias, os submarinos e o BES são para cair no esquecimento...
Eles comem tudo e não deixam nada. A imagem ilustra bem o texto.
ResponderEliminarBjo da Sílvia
A nossa imprensa tem agora o prato cheio que foi a detenção do Socas, tudo o resto fica votado ao esquecimento, o que é conveniente para muitos. Outro factóide surgirá e este caso também cairá no esquecimento.
ResponderEliminarBoa tarde