segunda-feira, novembro 24, 2014

ONDE SE SITUAM OS PROBLEMAS DA SEGURANÇA SOCIAL



Tem sido confrangedor ouvir da boca de pessoas cultas que os portugueses só podem ter diretos que o país, e a economia nacional, possam pagar. O discurso é sempre o da escassez dos meios, do país pobre e da inevitabilidade.


Estas pessoas cultas, em regra defendem os seus interesses e os interesses de quem representam, e tanto estão na política, como nas grandes empresas, ou na comunicação social, mas também são os fazedores de opinião deste país.


Por vezes as notícias desmentem este discurso, e esta gente, mas sobre isso eles não se debruçam, nem para fazer um simples comentário. Por acaso hoje saiu um título no Jornal de Negócios que é muito curioso e que diz: “Portugal é o segundo país da OCDE que concentra nos mais ricos mais transferências sociais em dinheiro”.


Claro que a notícia não teve grande destaque na restante comunicação social, ou nos espaços de debate. Claro que a OCDE divulgou este relatório onde revela que Portugal dedica a maior fatia das transferências sociais pecuniárias, incluindo as pensões de reforma, aos mais ricos, numa proporção clara de 40% para os 20% mais ricos, e pouco mais de 10% para os mais pobres.


Os dados deste estudo mostram que o problema está mais na má distribuição das verbas e dos fundos da Segurança Social, que em vez de reduzirem as diferenças existentes, as acentuam. O discurso da inevitabilidade e da escassez de meios não será afinal o maior problema, mas sim o modo usado para a distribuição das ajudas.

Nota: Claro que hoje não se pode discutir nada disto, porque existe a prisão do Sócrates, e o assunto das pensões vitalícias, os submarinos e o BES são para cair no esquecimento...



2 comentários:

  1. Eles comem tudo e não deixam nada. A imagem ilustra bem o texto.
    Bjo da Sílvia

    ResponderEliminar
  2. A nossa imprensa tem agora o prato cheio que foi a detenção do Socas, tudo o resto fica votado ao esquecimento, o que é conveniente para muitos. Outro factóide surgirá e este caso também cairá no esquecimento.
    Boa tarde

    ResponderEliminar