quarta-feira, julho 31, 2019

AS LEIS E A SUA INTERPRETAÇÃO


As sociedades devem regular-se pelo bom senso e pela justiça, e como há sempre quem não saiba respeitar os outros, promulgam-se leis que obrigam os cidadãos a respeitar alguns desses princípios básicos da vida em sociedade.

Os homens não são perfeitos e as leis também o não são, pelo que se podem mudar procedimentos por força das leis, e também se podem mudar as leis quando elas se tornam obsoletas ou se mostram desadequadas.

O que por estes dias parece estar em causa, e usando as palavras dum ministro, é que há quem recuse que se faça uma “interpretação literal” da lei, a das incompatibilidades que está a causar discussões e suspeitas que incomodam o executivo.

Não posso concordar com o senhor ministro Augusto Santos Silva, pois não vejo como interpretar uma lei dum modo que não seja literal, e além disso todos conhecemos inúmeros casos de leis injustas, que continuam a penalizar os cidadãos, apesar de inúmeras queixas, que só depois de serem pagas as coimas ou outras penas, podem ser contestadas na Justiça, exactamente pela sua “interpretação literal.

Numa Democracia as leis existem para ser cumpridas, podem sempre ser revistas e alteradas usando-se os meios legislativos apropriados, e em princípio qualquer alteração ou nova lei não terá efeitos retroactivos.


quinta-feira, julho 18, 2019

RACISMO E HIPOCRISIA


Tornou-se moda acusar tudo e todos de serem racistas, e sempre que se emite uma opinião contrária, as baterias centram-se nessa pessoa como se fosse um alvo a abater ou desacreditar o mais depressa possível.

Falar em integração é perigoso, demonstrar que existem diferenças culturais entre povos causa burburinho, e o pelotão de puristas está sempre desejoso de criticar e humilhar quem não alinhe nas suas ideias.

Será que esta atitude que por vezes atinge a absoluta intolerância é mesmo genuína, ou terá ela mesma um carácter selectivo? Vejamos o que dizem muitos dos discípulos desta cruzada relativamente a quem pretende expulsar os ciganos de Itália, ou a quem até pretende expulsar cidadãos do seu próprio país só porque têm origens diferentes ou não admitem ser humilhadas por um político racista e bronco?

Pois é, perante gente deste calibre, mas que ocupa cargos políticos em países importantes, muitos são os que se calam ou apenas sussurram críticas, e em vez de os condenarem publicamente por racismo, adoçam as críticas e apenas falam de populismo.

Os humanos são todos diferentes, independentemente das suas origens, cor, ou credo, e é a intolerância e a falta de civismo que devemos condenar, seja um cidadão comum ou mesmo um político poderoso.



terça-feira, julho 16, 2019

OS MUSEUS E AS MUDANÇAS


Os museus, bem como os palácios e monumentos, mudaram muito com o decorrer dos anos, quer por questões de eficiência quer por exigências económicas.

O resultado da mudança deve ser questionado caso a caso, porque cada serviço terá as suas particularidades e as suas carências, o que a normalização de regras existente não permite. As leis são feitas por quem não vive a realidade do dia-a-dia de cada serviço, que não é nunca ouvido, pelo que não respondem às suas necessidades.

Muitas das mudanças foram justificadas pela necessidade de criar sinergias que respondessem às necessidades de várias unidades, e assim surge o IPPC, a que se sucedem várias entidades até à actual DGPC, que se tornaram serviços centrais que centralizaram tudo passando a ser a primeira barreira burocrática a ultrapassar sempre que se pretenda resolver qualquer situação.

É certo que os novos tempos exigem novas estratégias de comunicação com os diferentes públicos, mas também aí pouco se avançou, e muito caminho há a percorrer, aproveitando e adaptando experiências de outras instituições por esse mundo fora.

Leituras sugeridas AQUI e AQUI



quarta-feira, julho 10, 2019

O POLITICAMENTE CORRECTO


A onda do politicamente correcto estende-se a coisas que ninguém imaginaria há meia dúzia de anos, e vai mesmo além do conceito de justiça e do que é racional.

No ensino fala-se em criar cotas para negros e para ciganos, deixando de lado indianos ou chineses, ou mesmo os desfavorecidos independentemente da sua cor ou etnia. Será isso justo, ou sequer racional?

No mundo do trabalho exige-se que os trabalhadores trabalhem até depois dos 66 anos, mas os empregadores acham que alguém com mais de 30 anos já pode ser velho para muitas funções, e dão mesmo preferência a quem ainda não tenha os 30 anos de idade.

Nos serviços públicos não se abrem concursos para subida de categoria, mas há serviços que usam a mobilidade intercategorias, ou simples nomeações em regime de substituição para satisfazer algumas clientelas. O mérito fica de lado e já ouvi argumentos como o da antiguidade, a maternidade, o tempo de serviço, tudo razões para justificar o carácter de actos discricionários.

O politicamente correcto pode satisfazer uns quantos puristas (idealistas), mas cria mais injustiças do que aquelas que pretende resolver.




domingo, julho 07, 2019

MAFRA - PRECIPITAÇÃO

Percebe-se alguma euforia no anúncio da classificação do Palácio Nacional de Mafra (Palácio, Basílica, Jardim do Cerco e Tapada de Mafra) como Património Mundial, mas convenhamos que isso não justifica os erros praticados por entidades públicas e pela nossa comunicação social. 

Errar na data do início da construção e errar no número de anos que demorou a sua construção, manifesta pouca atenção ao que se está a fazer, e algum desrespeito pelas regras mais elementares da informação.

Leituras recomendadas AQUI E AQUI

 A sagração da Basílica aconteceu em 1730

A construção começa em 1717

terça-feira, julho 02, 2019

MAFRA - BOAS INTENÇÕES, ERROS EVITÁVEIS


Compreende-se que haja quem esteja empenhado em ver o Palácio Nacional de Mafra ser classificado como Património da Humanidade, mas há que ter atenção ao modo como se promove tão importante edifício que faz parte do Património Nacional.

Lamenta-se que o vídeo em questão, com a chancela de entidades públicas nacionais, tenha um erro tão evidente como o que se pode ver na imagem acima.