quarta-feira, janeiro 31, 2018

O SONHO E A UTOPIA



A vida já nos mostrou que a realidade e a utopia são coisas distintas, a primeira é dura e a segunda está no pensamento dos que continuam a acreditar que é sempre possível melhorar.

Eu já sonhei com a hipótese de entrar em museus, palácios ou monumentos e poder aceder a áudio-guias, ou em alternativa, a aplicações informáticas que apoiem a minha visita.

Já existem áudio-guias em alguns locais (poucos), e as aplicações informáticas disponíveis são ainda menos e muito limitadas, seja por falta de rede seja pelos conteúdos.

Em conversa com um alto responsável por um monumento, fiquei a saber que há quem seja contra estas duas soluções, uma vez que os serviços têm profissionais que oferecem essas informações (os serviços educativos) duma forma personalizada e presencial, que é mais eficaz.

Não creio que nem os áudio-guias, nem as aplicações informáticas, possam inviabilizar as visitas guiadas, só que para grupos organizados as visitas guiadas são economicamente viáveis, já para os visitantes individuais o recurso mais lógico, e acessível, é outro.

Leitura aconselhada (Aqui)


Saint-Chapelle 

Quinta da Regaleira

sábado, janeiro 27, 2018

PATRIMÓNIO PRESENTE E FUTURO



Todos os anos assistimos aos anúncios eufóricos do aumento das visitas aos museus, palácios e monumentos portugueses e se os museus apresentam números mais modestos, os palácios sobem a parada e os monumentos arrasam com números muito superiores.

Sabemos que o aumento do número de turistas justifica o aumento do número de visitantes do nosso Património, mas desconhecemos qual o impacto real nas receitas, porque em alguns casos temos a gratuitidades que podem influenciar mais o aumento das entradas do que o aumento das receitas obtidas.

Outra incógnita prende-se com o investimento realizado nestes últimos anos, que podem ou não, estar relacionados com a atractividade dos diversos serviços. Se no caso do Castelo de S. Jorge temos bastante publicidade e o benefício da centralidade, e se nos monumentos de Sintra também temos boa publicidade, investimento elevado em renovação e conservação, no caso do Património dependente do Ministério da Cultura é tudo mais opaco e difícil de aferir, serviço a serviço.

O turismo não aumentará sempre e as crises são sempre imprevisíveis, e em tempos de quebra do turismo serão mais procurados os serviços mais conhecidos, mais bem cuidados e bem apetrechados. 

Em tempos de vacas gordas bem se podia aproveitar o aumento de receitas para investir em conservação, renovação, e modernização, o que não tem sido claro nos serviços sob alçada directa do Estado, apesar das promessas eleitorais dos partidos do governo e da oposição.



quinta-feira, janeiro 25, 2018

MALEITAS DA CULTURA

Algo anda mal na cultura de um país se os seus artistas, em lugar de se proporem mudar o mundo e revolucionar a vida, se empenham em alcançar protecção e subsídios do governo. 

Mario Vargas Llosa


terça-feira, janeiro 23, 2018

VIGILANTES DOS MUSEUS E AS CRECHES



Tenho seguido atentamente o caso dos trabalhadores da Autoeuropa e dos novos horários impostos pela administração da empresa, e naturalmente apoio aqueles trabalhadores na sua luta, porque acho que a família é muito importante e importa equilibrar as necessidades da produção e a presença nos momentos de convívio familiar, essenciais ao equilíbrio emocional dos trabalhadores.

É inevitável comparar esta situação com a dos vigilantes dos museus, palácios e monumentos, que foram” brindados” com um horário excepcionado que apenas tem obrigações e nenhum direito que justifique as tais exigências.

Podia falar dos salários num caso e no outro, mas seria sempre comparar tarefas diferentes, o que não quero fazer, mas tenho que comparar o direito que tanto uns como outros devem ter no que respeita a “complemento de horário de creche”, e ao pagamento de trabalho extraordinário aos sábados e domingos.

A Autoeuropa e o Ministério da Cultura impuseram horários aos trabalhadores e enquanto os problemas da empresa privada alertaram a sociedade portuguesa, no caso dos vigilantes dos museus, dependentes do Ministério da Cultura, tudo passou ao lado da opinião pública, apesar de até ser um caso ainda mais desvantajoso para estes trabalhadores.



quinta-feira, janeiro 18, 2018

O AUMENTO DA IDADE DE REFORMA

Já saiu a portaria que eleva para os 66 anos e 5 meses a idade de reforma dos trabalhadores portugueses em 2019, o que significa que quem pedir a reforma antes desta idade será penalizado.

O governo e os partidos que o apoiam continuam a insistir na injustiça de apenas considerar a idade do indivíduo em detrimento da sua carreira contributiva, o que é uma grande simplesmente inaceitável.

Muitos, como eu, foram trabalhar com a promessa de ter direito à reforma por inteiro com 36 anos de serviço. Mais tarde, e unilateralmente, o Estado decidiu passar dos 36 anos para os 40 de serviço, e agora o mesmo Estado deita a promessa outra vez para o lixo e só fala na idade normal de acesso à reforma, com os tais 66 anos e 5 meses, a partir de Janeiro de 2019.

Fica claro para todos que a intenção é pagar o mínimo possível de tempo de reforma, e mesmo assim quando a qualidade de vida é precária, para os que conseguem até lá resistir.


terça-feira, janeiro 16, 2018

CULTURA - VOLTAR A FALAR DE SEGURANÇA



Os acontecimentos recentes, começando pelo sismo de média intensidade, o incêndio numa associação no centro do país, e a ameaça de derrocada de uma bancada dum campo de futebol, vieram trazer para a actualidade o problema da segurança dos cidadãos em instalações que acolhem público, sejam elas de que tipos forem.


A situação que tenho vindo a denunciar, aqui, prende-se com os museus, palácios, e monumentos, onde a segurança não tem merecido a devida atenção por parte das autoridades.


Existem instalações que não reúnem as condições de segurança previstas na lei, e não falo de todas as exigidas, mas as mais básicas como a sinalização das saídas de emergência, as luzes de emergência e os planos de evacuação, que são um mínimo exigível.


Ainda existem outros aspectos igualmente preocupantes como sejam a formação dos funcionários, a ausência de exercícios ou simulações em conjunto com as autoridades de segurança (Bombeiros, Protecção Civil e outras), e meios de comunicação (rádios ou semelhantes) que permitam uma articulação de esforços em caso de emergência.


Eu sei que falar do assunto incomoda as autoridades da Cultura e os dirigentes dos museus, palácios e monumentos, mas a segurança do público e dos funcionários tem de ser acautelada, e a negligência deve ser denunciada.



quinta-feira, janeiro 11, 2018

NATUREZA

A sabedoria da natureza é tal que não produz nada de supérfluo ou inútil. 

Nicolau Copérnico


segunda-feira, janeiro 08, 2018

SINAIS DE VELHICE

Um dos sinais mais evidentes de que estamos velhos é o de recordarmos com mais frequência pessoas que já não estão entre nós. 

Hoje recordo France Gall e Ray Thomas...


sábado, janeiro 06, 2018

MOSTEIRO DA BATALHA

Começaram as obras de protecção do Mosteiro da Batalha por causa da intensa utilização do IC2, a escassos metros da fachada principal do monumento.

O muro de betão em construção não é consensual, pelo contrário, e se esteticamente é uma aberração, também não reúne apoios por parte dos especialistas, porque em nada defende o mosteiro da trepidação ou da poluição resultante do tráfego automóvel.

Ninguém acredita que esta seja uma solução credível ou tecnicamente aceitável, e seria interessante conhecer-se o teor do parecer (obrigatório) do IGESPAR, que terá sido contactado para a realização desta obra.

Barreira acústica e fachada do M. Batalha

Mosteiro da Batalha (postal antigo)

quinta-feira, janeiro 04, 2018

CURIOSIDADES



A propósito do Hospício de Beaune, e da sua enfermaria, de que falei recentemente, foi-me referido o nome de Nicolas Rolin, chanceler do ducado da Borgonha, que imediatamente se associa à construção do Hotel de deus em Beaune, ao museu Rolin em Autun, e ao quadro “A Madona e o Chanceler”, a óleo, uma novidade nessa época em que a técnica mais comum era a têmpera, pintado por Jan van Eyck.
 

Nicolas Rolin teve um papel importante no casamento de D. Isabel, filha de D. João I, com Filipe, o Bom, duque de Borgonha, que se realizou em 7 de Janeiro de 1430 em Écluse. O pintor Jan van Eyck foi incumbido por Filipe o Bom de visitar Portugal, onde pintou dois retratos de D. Isabel, antes do casamento do duque, retratos esses que se perderam.

Existe apenas um desenho a tinta-da-china sobre papel, do século XVII, cópia do retrato da Infanta.